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Estado de Minas EMIGRA��O

Vale a pena mudar para Portugal? Confira relatos de quem foi para o pa�s

Popula��o de brasileiros em Portugal pode chegar a 1 milh�o, nos pr�ximos cinco anos


09/07/2023 18:40 - atualizado 09/07/2023 19:08
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Praça Marquês de Pombal
Vista da Pra�a Marqu�s de Pombal, onde come�a a Avenida da Liberdade, centro financeiro de Lisboa (foto: Vicente Nunes/CB/D.A Press)
A esteticista Evones Santos, 45 anos, embarcou para o Brasil na �ltima sexta-feira, de f�rias, mas o cora��o e a cabe�a n�o saem de Portugal. Por mais que seja prazeroso para ela rever a m�e, que mora em Porto Velho, Rond�nia, depois de cinco anos, o bom mesmo � respirar os ares portugueses, dos quais ela desfruta desde 2002, quando atendeu ao convite do Minist�rio dos Neg�cios Estrangeiros para que brasileiros se mudassem para o territ�rio luso.

 

Num primeiro momento, aquele chamado parecia uma utopia para uma mulher pobre, negra e brasileira. Mas, ciente de que todas as portas no Brasil estavam fechadas para ela justamente por aquelas condi��es sociais, decidiu ouvir a voz da raz�o. Fez as malas e, com as poucos economias de que dispunha, cruzou o Atl�ntico. "Foi uma liberta��o", diz.

 

Nada nessa chegada a Portugal foi f�cil. Eva, como os amigos a chamam, levou um susto com as diferen�as culturais em rela��o ao Brasil. Apesar de o portugu�s ser a l�ngua materna dos dois pa�ses, quase n�o compreendia o que os moradores de Lisboa, onde aportou, falavam. Era um supl�cio.

 

No primeiro m�s, ela ficou morando com o irm�o mais velho que mal conhecia, pois ele havia sa�do de casa aos 13 anos. "Posso dizer que o per�odo em que eu mais convivi com meu irm�o durante toda a vida foi nesses 30 dias", afirma. Dali, j� empregada, ela alugou um quarto. E foi assim ao longo de tr�s anos, quando, finalmente, pode realizar o sonho de morar sozinha, ser dona do pr�prio espa�o. "Aluguei um apartamento e a minha vida deu um salto de qualidade. Estava, naquele momento, assumindo o controle total sobre mim."

 

Vinte e um ano depois de pisar na terra de Cabral, Eva s� tem a agradecer. A jovem sonhadora que tinha estudado at� o segundo grau formou-se em servi�o social e, depois, concluiu o mestrado em pol�ticas sociais. "Portugal me salvou. Minha inquieta��o em rela��o ao mundo n�o cabia em Rond�nia, onde nasci e cresci", ressalta.

 

"Entrei em uma faculdade portuguesa 10 anos depois de ter deixado o banco da escola. Me beneficiei das boas notas que tinha no Brasil, mas s� tive no��o disso quando saiu a equival�ncia escolar", relembra. A assistente social, especialista em pol�ticas p�blicas e, agora, esteticista diz ter a certeza de que fez a escolha correta e v� com bons olhos o enorme fluxo de brasileiros para Portugal.

 

Comunidade crescente

 

Rua de comércio em Lisboa
Somente no setor de turismo h� 45 mil vagas abertas (foto: Vicente Nunes/CB/D.A Press)
 

 

Se as proje��es de especialistas ouvidos pelo Correio se confirmarem, Eva ver� o n�mero de brasileiros vivendo em Portugal chegar a casa do 1 milh�o nos pr�ximos cinco anos, o equivalente a 10% da popula��o total do pa�s europeu. O fluxo migrat�rio do Brasil para terras portuguesas vem crescendo a taxas de dois d�gitos ao ano desde 2017.

 

O �ltimo dado oficial disponibilizado pelo Servi�o de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), de dezembro de 2022, aponta que 239,1 mil brasileiros tinham autoriza��o de resid�ncia no pa�s. Essa informa��o, por�m, est� totalmente defasada. Apenas entre 13 de mar�o, quando foi lan�ado o sistema on-line de regulariza��o de cidad�os dos pa�ses da Comunidade de L�ngua Portuguesa (CPLP), at� o final de junho, mais de 100 mil brasileiros tinham sido beneficiados.

 

Com isso, ressalta o embaixador Leonardo Gorgulho, secret�rio de Comunidades Brasileiras e Assuntos Consulares e Jur�dicos do Itamaraty, � poss�vel dizer que a popula��o legal de brasileiros em Portugal esteja entre 350 mil e 400 mil. As estat�sticas n�o contemplam, por�m, os que ainda est�o indocumentados e aqueles que t�m dupla nacionalidade, por serem descendentes diretos de portugueses — at� os bisnetos s�o reconhecidos pela legisla��o atual.

 

Somando esses grupos, o advogado F�bio Pimentel, do escrit�rio Pimentel Aniceto Associados, especializado em imigra��o, calcula entre 600 mil e 700 mil a comunidade brasileira hoje espalhada por Portugal. "Por isso, falar em 1 milh�o em at� cinco anos � fact�vel", frisa.

 

Evones Santos, esteticista e assistente social
Evones Santos, esteticista e assistente social, que vive em Portugal desde 2002 (foto: Vicente Nunes/CB/D.A Press)
 

 

Para Pimentel, h� um interesse enorme do governo de Portugal de que brasileiros migrem para o pa�s. E h� raz�es de sobra para isso. Primeiro, e mais importante, � a necessidade premente de m�o de obra em v�rios setores da economia. Somente no ramo de turismo, h� 45 mil vagas abertas, sem perspectiva de preenchimento a curto prazo, segundo a Associa��o da Hotelaria de Portugal (AHP).

 

"H� um problema demogr�fico em Portugal, a popula��o est� envelhecida e os jovens que se formam preferem migrar para outros pa�ses da Uni�o Europeia, onde os sal�rios s�o melhores", explica. "Portanto, a solu��o para resolver os gargalos da economia passa pela atra��o de m�o de obra estrangeira", enfatiza.

 

CEO do escrit�rio Martins Castro, Renato Martins refor�a que Portugal j� fez a sua escolha pelo p�blico que quer atrair: os brasileiros. E cita o fato de, nas mais recentes visitas que fez ao Brasil, o presidente portugu�s, Marcelo Rebelo de Souza, ter aproveitado para anunciar facilidades no sistema de imigra��o. Uma delas, foi a cria��o de um visto tempor�rio, de at� 180 dias, para que interessados pudessem procurar trabalho em Portugal.

 

As autoriza��es passaram a ser emitidas diretamente pelos consulados portugueses espalhados pelos pa�ses da CPLP. Pouco antes da visita do presidente Luiz In�cio Lula da Silva a Portugal, em abril, onde participou de uma reuni�o de c�pula, veio o programa digital do SEF para autoriza��es de resid�ncia, beneficiando quem estava � espera do documento desde 2021.

 

"Por mais diferen�as culturais que existam entre Brasil e Portugal, os brasileiros s�o os que se encaixam mais facilmente na estrutura social portuguesa. As facilidades de emigra��o valem para toda a CPLP, mas miram, sobretudo, os cidad�os do Brasil. N�o se pode esquecer que toda pol�tica migrat�ria busca a coes�o social", destaca Martins.

 

"Os brasileiros s�o mais flex�veis, com enorme facilidade para lidar com o p�blico, o que faz uma diferen�a enorme", acrescenta F�bio Pimentel. Isso fica expl�cito nas declara��es da presidente da Associa��o da Hotelaria de Portugal, Cristina Siza Vieira, de que os brasileiros se adequam muito bem �s fun��es do setor.

 

Burocracia emperra

 

Renato Martins, advogado
Renato Martins, advogado e CEO da Martins Castro (foto: Vicente Nunes/CB/D.A Press)
 

 

Tanto F�bio Pimentel quanto Renato Martins acreditam que o fluxo migrat�rio para Portugal s� n�o � maior por causa de barreiras burocr�ticas impostas pelos �rg�os p�blicos, em especial, o SEF, que est� com os dias contados, pois ser� substitu�do a partir de outubro pela Ag�ncia Portuguesa para as Minorias, Migra��es e Asilo.

 

“A legisla��o de Portugal � avan�ad�ssima na quest�o migrat�ria, o que atrapalha � a burocracia. Hoje, h� milhares de pend�ncias de pedidos de reagrupamento familiar, quando um estrangeiro com autoriza��o de resid�ncia no pa�s quer estender o benef�cio a parentes pr�ximos, como filhos e c�njuges”, explica Pimentel.

 

O CEO da Martins Castro, Renato Martins, ressalta que o governo e o Parlamento portugueses est�o praticamente alinhados sobre a necessidade de atrair m�o de obra estrangeira para manter o pa�s funcionando. “Estima-se que o deficit de trabalhadores esteja entre 700 mil e 800 mil, e o Brasil surge como principal fornecedor para reverter essa necessidade”, destaca.

 

Ele lembra que, no plano de governan�a de Portugal at� 2026, h� men��es claras a acordos de mobilidade com os pa�ses da CPLP e a pol�ticas de atra��o para o pa�s de netos e bisnetos de portugueses. “Portugal sabe que n�o pode errar na quest�o migrat�ria. Na Fran�a, muito dos conflitos nas ruas hoje decorre da n�o inser��o dos imigrantes � sociedade”, complementa.

 

H�, por�m, setores dispostos a construir muros para conter a chegada de brasileiros. Na �ltima ter�a-feira, a Ordem dos Advogados de Portugal (OAP) rompeu, unilateralmente, o acordo de reciprocidade com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), assinado em dezembro de 2008.

 

Pelo tratado, profissionais dos dois pa�ses n�o precisavam fazer est�gio nem passar por cursos espec�ficos para obter o registro. A partir de agora, n�o h� mais essas facilidades. A OAB disse que recorrer� da decis�o e espera que a Assembleia da Rep�blica anule o ato administrativo da Ordem com base em lei aprovada em 2015 ratificando a reciprocidade.

 

Outro segmento extremamente reticente a profissionais brasileiros � o de m�dicos. A Ordem que representa a categoria cria todo tipo de dificuldade para reconhecer os diplomas emitidos por universidades do Brasil, sob a alega��o de que h� defici�ncias na forma��o dos profissionais. Enquanto isso, o sistema de sa�de de Portugal est� � beira do colapso, sem m�dicos e enfermeiros para atender a popula��o.

 

A escassez � tamanha, que emerg�ncias de hospitais deixaram de funcionar 24 horas por dia. Essa resist�ncia da Ordem dos M�dicos motivou o governo a encaminhar ao Parlamento um projeto para reestruturar as entidades profissionais, que adquiriram poder acima do normal para garantir reserva de mercado.

 

Perfil dos sonhadores

 

Patrícia Lemos
Patr�cia Lemos, do Vou mudar para Portugal (foto: Divulga��o)
 

 

Com centenas de milhares de seguidores nas redes sociais, a carioca Patr�cia Lemos, do Vou mudar para Portugal, tornou-se uma das refer�ncias quando o assunto � viver no pa�s europeu. Ela afirma que, desde meados do ano passado, vem observando uma mudan�a no perfil dos interessados em deixar o Brasil.

 

“At� metade de 2022, a maioria dos que participavam da nossa jornada — cada turma de cursos tem, em m�dia, 300 pessoas —, tinha como principais demandas informa��es sobre a seguran�a em Portugal e o mercado de trabalho. Agora, impera a perspectiva de futuro, ou seja, como garantir uma vida melhor para os filhos, que ser�o educados em um pa�s da Uni�o Europeia”, diz.

 

Esse p�blico, no geral, � de classe m�dia alta, que aceita se sacrificar abrindo m�o de profiss�es mais bem remuneradas no Brasil para exercer, em Portugal, atividades que, muitas vezes, n�o exigem tanta qualifica��o e, por isso mesmo, pagam menos.

 

“As escolas p�blicas e as universidades portuguesas s�o, no geral, excelentes. Do pa�s, � poss�vel estender a forma��o dos filhos em outras localidades da Europa, garantindo uma futura internacionaliza��o das carreiras profissionais. Isso tem pesado bastante na decis�o de mudan�a para Portugal”, emenda Patr�cia. Vale ressaltar, nesse ponto, que 49% dos alunos de mestrados das universidades de Lisboa e de Coimbra s�o brasileiros.

 

Para entender melhor o p�blico que a demanda, Patr�cia decidiu fazer uma pesquisa qualitativa que a subsidiar� nos trabalhos que v�o muito al�m dos conselhos b�sicos e incluem at� ajuda para encontrar uma moradia para comprar.

 

Foram ouvidas 4.847 pessoas, das quais 68,4% s�o mulheres e 31,6%, homens. A maioria, 70,5%, tem entre 26 e 50 anos, 56% dizem ter planos de deixar o Brasil em dire��o ao pa�s europeu, sendo que 12,7% j� come�aram a se planejar para isso. Detalhe importante: apesar da recente mudan�a no perfil do p�blico atendido por Patr�cia, 60,6% dos entrevistados afirmam ter renda familiar inferior a R$ 5 mil.

 

Por isso, a respons�vel pelo programa Vou mudar para Portugal alerta para os riscos de uma emigra��o sem planejamento. “A pandemia e a guerra na Ucr�nia provocaram mudan�as enormes em Portugal. Os pre�os subiram demais e os sal�rios n�o acompanharam.

 

O sal�rio m�nimo � de 760 euros (R$ 4,1 mil). Descontados os impostos, cai para 690 euros (R$ 3,7 mil). Com esse dinheiro, n�o se vive bem nem nas regi�es mais remotas do pa�s. Em Lisboa, o aluguel de um quarto, muitas vezes sem banheiro privativo, n�o sai por menos de 800 euros (R$ 4,3 mil). Ent�o, n�o d� para apostar em aventuras”, avisa.

 

Patr�cia est� coberta de raz�o. Assim como muitos brasileiros se mudaram para Portugal atr�s do sonho de uma vida melhor, muitos tiveram de retornar para o Brasil meses depois, pois perceberam que fizeram c�lculos errados, por n�o terem se organizado adequadamente. No ano passado, dos 1.051 estrangeiros que se inscreveram no programa de repatria��o bancado pela Organiza��o Internacional para as Migra��es (OIM), das Na��es Unidas, 913 tinham nacionalidade brasileira — um recorde. Deles, efetivamente, 394 foram ajudados. 

 

Xenofobia e racismo

 

Guilherme Martins da Silva
Guilherme Martins da Silva � supervisor de um restaurante japon�s em Almada, Portugal (foto: Vicente Nunes/CB/D.A Press)
 

 

O goiano Guilherme Martins da Silva, 33 anos, supervisor de um restaurante japon�s em Almada, cidade ao Sul de Lisboa, conta que se mudou para Portugal em 2017, por conta de um relacionamento amoroso. "Mas fa�o quest�o de dizer que a vida no pa�s n�o � nada do que eu esperava. As pessoas acham que a Europa � s� glamour e n�o se d�o conta do que somos submetidos, dos trabalhos que temos de fazer para sobreviver com o m�nimo de dignidade", frisa.

 

"Al�m disso, estamos longe das nossas fam�lias e existe, sim, xenobofia e racismo contra brasileiros e africanos. Muitas vezes, temos de calar a boca porque n�o estamos no nosso pa�s", lamenta.

 

Ele reconhece, por�m, que todas as dificuldades que tem enfrentado fizeram dele um homem e um profissional melhores, mais preparados para a vida. "N�o posso negar. Em Goi�nia, onde era cantor de uma banda de baile, estava dependente da fam�lia. Agora, sei o que � enfrentar os problemas que todos temos", ressalta. � esse crescimento interior e profissional que o faz permanecer at� agora em Portugal, onde mora com o companheiro no Morro da Caparica, regi�o praiana. "Al�m disso, tem toda a quest�o da seguran�a. Abrir m�o disso � dif�cil", diz.

 

Foi a garantia de seguran�a que fez a carioca Kenya Maeda, 48, gestora de eventos, trocar o Brasil por Portugal. "Em 2013, numa tentativa de assalto na Linha Vermelha, no Rio, num domingo, com o meu marido, a minha m�e e o meu c�o, levei dois tiros, um no ombro, outro na perna. A partir dali, mesmo tendo uma vida est�vel, tendo conquistado uma certa estabilidade, com uma rede grande de fam�lia e de amigos, passei a me sentir sufocada. Todas as coisas que eu gostava de fazer, como caminhadas, viajar, come�aram a ficar invi�veis", lembra.

 

A partir dali, ela come�ou a fazer um levantamento de onde poderia viver em paz, levando em conta clima, condi��es econ�micas e, sobretudo, de moradia. A principal op��o foi Portugal.

 

Maeda e Flávio Gimenes
Maeda e Fl�vio Gimenes abriram novas frentes de trabalho (foto: Arquivo Pessoal)
 

 

Antes, por�m, de bater o martelo, Kenya e o marido, Fl�vio Gimenes, fizeram uma viagem de 25 dias pelo pa�s europeu para conhecer suas particularidades. E adorou. No Brasil, tratou de fechar a empresa de sua propriedade e de organizar o que seria a vida no estrangeiro. De in�cio, a ideia dos dois era tirar um ano sab�tico para fazer uma pesquisa de mercado e abrir o pr�prio neg�cio.

 

Passado esse prazo, criaram uma firma de imagens de 3D, pois s� havia uma no pa�s. Contundo, a realidade se imp�s. Kenya e o marido descobriram que nenhum empreendimento iria para frente se n�o houvesse conhecimento de pessoas locais para abrir as portas do mercado. Um ano depois, sem nenhum cliente, a empresa foi fechada.

 

Resili�ncia e foco

 

Danielle Medeiros
Danielle Medeiros, fot�grafa, mora em Oeiras (foto: Arquivo Pessoal)
 

 

Decep��o � parte, havia a quest�o da seguran�a. E disso Kenya n�o abria m�o. Ela e o marido conseguiram emprego, mas, ao longo do tempo, a carioca abriu m�o do trabalho por n�o ter se adaptado � cultura empresarial local. Hoje, cercada de amigos, conseguiu abrir uma frente pr�pria de atua��o no mercado e se diz muito feliz. "Para aqueles que est�o pensando em se mudar para Portugal, recomendo resili�ncia e foco. A pessoa vai cair e se levantar v�rias vezes. Ser� preciso se reerguer, se reinventar, se moldar. Esse � o caminho para dar certo", afirma.

 

A fot�grafa Danielle Medeiros, 46, tamb�m se viu v�tima da viol�ncia no Rio de Janeiro. H� seis meses em Portugal, ela, o marido e o filho ca�ula, de seis anos, optaram por morar em Oeiras, pr�ximo a Lisboa, mas com �tima infraestrutura e sem o tumulto de uma cidade com grande n�mero de turistas. Ela conta que a primeira vez que pensaram em se mudar para o pa�s europeu foi em 2018, quando passaram um m�s de f�rias em territ�rio luso. "Voltamos para o Brasil com a sementinha plantada na cabe�a, mas ainda n�o era o momento, por quest�es profissionais e para que houvesse uma estabilidade financeira", assinala. "Nesse per�odo, fomos nos organizando."

 

Em 2021, veio o fato que acelerou todo o processo. O marido de Danielle sofreu um assalto — ele estava com o filho ca�ula no carro. "Ali, decidimos, efetivamente, que era hora de nos mudarmos para um lugar mais seguro. Al�m disso, a perspectiva de dar uma vida melhor para o nosso filho era um grande motivador", conta.

 

"Tudo ficou mais f�cil porque o meu marido, que havia se aposentado, tinha cidadania italiana. Assim, quando chegamos em Portugal, fiz o reagrupamento familiar. Isso nos deu uma seguran�a importante. Sem isso, jamais viria", frisa, ressaltando que o filho mais velho mora na Austr�lia e a filha continua no Rio — ambos s�o do primeiro casamento. "A vida est� t�o boa, que o meu marido, o mais reticente em rela��o � mudan�a, foi o que se adaptou mais rapidamente � nova realidade", diz Danielle.  

 

 


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