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Estado de Minas NAS IMEDIA��ES DE BAKHMUT

'Tenho que matar', diz soldado ucraniano na reconquista de Bakhmut


15/07/2023 13:38
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Yuriy Korpan tem 39 anos, mas, ap�s uma semana de combates violentos contra as tropas russas nos arredores de Bakhmut, no leste da Ucr�nia, parece ter envelhecido uma d�cada.

"No campo de batalha, tenho que matar", repete este pai de tr�s filhos, recrutado em agosto do ano passado e que luta atualmente ao norte de Bakhmut.

A cidade, devastada por meses de combates, caiu em m�os russas em maio. O Ex�rcito ucraniano, que lan�ou uma contraofensiva em junho, tenta agora recuper�-la.

Korpan, um oper�rio da constru��o civil antes de se tornar soldado, relembra o �ltimo dia em que esteve no front.

"Os bombardeios come�aram �s 4h da manh�, com morteiros e artilharia [...] Depois, as coisas se acalmaram um pouco. Uma hora mais tarde, o inimigo come�ou" a atacar novamente, contou � AFP.

"Respondemos. Metralhadoras, [lan�a-foguetes] RPG, lan�a-granadas, depois morteiros. Come�amos a batalha."

- 'Adrenalina' -

Quando est� em combate, "a adrenalina no sangue aumenta, voc� entra em uma esp�cie de euforia [...] Est� lutando por sua vida e pela de seus irm�os", descreve Korpan.

"Precisamos estar ali, naquele lugar. Estamos tensos como uma corda esticada e obcecados com uma �nica ideia: destruir o inimigo que chegou em nossa terra".

Ao ser perguntado se sente medo, responde que sim, mas que o mesmo "desaparece" quando entra em combate.

"No combate n�o se pode ter medo, � preciso super�-lo e realizar a tarefa com clareza. O medo tamb�m � um inimigo", responde.

Ap�s a batalha, "pernas e bra�os doem por causa do enorme esfor�o f�sico. S�o necess�rios alguns dias para se recuperar", explica.

Desde o in�cio da contraofensiva, os ucranianos avan�am lentamente nas imedia��es de Bakhmut, em meio a combates "violentos", segundo o Minist�rio da Defesa.

O mesmo acontece ao sul de Bakhmut, onde as tropas de Kiev avan�am rumo ao povoado de Klyshchiivka.

Nesta localidade est� Vitaliy Stolyarchuk, comandante de uma se��o de infantaria de 31 anos.

"Claro que � assustador, apenas um louco n�o teria medo", garante. "Matar algu�m � dif�cil, tirar a vida de algu�m � dif�cil. Os russos oferecem forte resist�ncia", mas "suas chances s�o pequenas: depois de uma prepara��o de artilharia, sa�mos e acabamos com os que sobraram", afirma.

- Minas -

Nesta regi�o proliferam as minas terrestres, uma grande amea�a aos ucranianos.

"Tudo costuma estar minado. Eles [os russos] fogem muito r�pido e deixam suas armas para tr�s. Colocam minas em suas posi��es durante a retirada. Os soldados [ucranianos] inexperientes caem nessas armadilhas", afirma Stolyarchuk.

Segundo o m�dico Volodimir Veselovsky, que trabalha de maneira volunt�ria em um posto de estabiliza��o onde os soldados feridos recebem os primeiros socorros, as les�es causadas pelas minas t�m aumentado.

"H� muitas semanas, os traumatismos causados por minas v�m aumentando. Ferimentos nos p�s, nas pernas. Um dia tivemos cinco feridos que tiveram que ser amputados", declarou Veselovsky � AFP.

Mas ele ressalta que a maior parte dos ferimentos continua sendo causada por ataques de artilharia, particularmente dos temidos lan�a-foguetes Grad sovi�ticos.

"Yary" - seu nome de guerra - comanda justamente um batalh�o com quase 10 Grad LRM, que podem disparar at� 40 foguetes em 20 segundos, cobrindo "uma �rea de 400m�".

"Toda essa �rea queima e explode. Tamb�m tem enorme impacto psicol�gico [nos russos]. Depois de muitos ataques desse tipo, �s vezes jogam suas armas e fogem rumo ao desconhecido", garante.

Korpan, por sua vez, tem uma esperan�a: "Espero que expulsemos este mal de nossa terra at� os [montes] Urais. E os maridos voltar�o para suas esposas, e os filhos para seus pais. Vamos reconstruir nosso pa�s".


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