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Estado de Minas GAVIOTA

Intoxica��o sem precedentes de animais marinhos sobrecarrega volunt�rios na Calif�rnia


17/07/2023 10:21
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Denise Christ est� acostumada a lidar com animais feridos em seu trabalho volunt�rio ao longo da costa da Calif�rnia, mas ficou chocada com o n�mero sem precedentes de le�es-marinhos e golfinhos intoxicados que morreram nas �ltimas semanas.

"� de partir o cora��o, para dizer o m�nimo", afirma Christ, membro do Instituto de Vida Selvagem e Marinha das Ilhas do Canal (CIMWI), no condado de Ventura.

A intoxica��o dos animais � resultado de um surto de �cido domoico, uma neurotoxina presente nas algas que os peixes consomem e que, por sua vez, s�o comidas por le�es-marinhos e golfinhos.

Os surtos s�o comuns no ver�o, mas duas crises consecutivas em menos de um ano dispararam o alarme e sobrecarregaram a equipe do CIMWI, baseada na comunidade de Gaivota, cerca de 190 quil�metros a noroeste de Los Angeles.

"Tivemos um surto muito intenso no ano passado, mas este ano foi muito pior do que qualquer coisa que vi em 35 anos de trabalho com mam�feros marinhos", conta � AFP o doutor Sam Dover, diretor executivo e cofundador da CIMWI.

"Fiquei impressionado com a quantidade de animais que havia na praia, eram cerca de 300 le�es-marinhos", lembra Ken Hughes, colega de Christ do condado de Santa B�rbara. "Foi muito triste", lamenta.

- "Nova realidade" -

Ainda n�o h� explica��o para o surto deste ano, mas h� v�rias teorias.

"As algas normalmente v�m de �reas com res�duos agr�colas", explica Sam Dover. "Este ano choveu muito na Calif�rnia, ent�o h� mais res�duos agr�colas de todo o estado, n�o apenas das regi�es locais".

Hughes acrescenta que a gera��o de algas tamb�m � favorecida pelo aumento das temperaturas causado pelas mudan�as clim�ticas.

"As coisas est�o mudando e os oceanos est�o mudando", afirma Denise Christ. "Acho que esta � a nova realidade".

Quando os le�es-marinhos consomem a toxina, eles sofrem efeitos neurol�gicos.

"Eles basicamente n�o sabem que s�o le�es-marinhos. N�o sabem onde est�o ou o que est�o fazendo", explica Hughes.

Ent�o os animais v�o para as margens, onde vagam aleatoriamente e chamam a aten��o dos banhistas.

O surto de �cido domoico em 2022 ocorreu em meados de agosto, mas este ano a equipe come�ou a receber liga��es de resgate no final de maio, lembra Dover: "No in�cio, traz�amos um animal por dia. Mas em 8 de junho as comportas se abriram e os animais come�aram a aparecer em todos os lugares".

"Definitivamente o pior surto que j� vi", admite Dover.

- Golfinhos e le�es-marinhos jovens -

Em 2022, o instituto resgatou cerca de 300 animais, mas este ano chegou a receber 300 liga��es por dia.

Outra caracter�stica incomum desta temporada � a intoxica��o de golfinhos, que no caso do �cido domoico pode ser fatal.

Dover registrou mais de 110 mortes de golfinhos por intoxica��o nas �ltimas semanas na regi�o monitorada pelo CIMWI.

Christ acrescenta que o surto deste ano afeta le�es-marinhos de um ano de idade e f�meas gr�vidas mais do que o normal.

Como n�o h� cura nem ant�doto, a �nica forma de tratar esses animais s�o fluidos, alimentos, rem�dios para conter as convuls�es e paci�ncia, explicam os especialistas.

Os mais jovens, no entanto, t�m mais chances de sobreviver � intoxica��o porque comem menos peixes do que os adultos.

"Estamos conseguindo remover o �cido domoico dos corpos dos jovens", explica Dover, enquanto os volunt�rios limpam com uma mangueira os amplos cub�culos onde os le�es-marinhos comem grandes quantidades de peixe.

Para os volunt�rios, al�m do fator emocional devido ao enorme n�mero de mortes, h� o desafio log�stico pelas limita��es de espa�o, musculatura e recursos para pagar rem�dios e transporte.

"� exaustivo", admite Christ.

"Os le�es-marinhos n�o ganharam esse nome por serem fofos e f�ceis de abra�ar", diz Hughes. "Eles s�o um dos maiores predadores que existem. Eles s�o muito fortes, r�pidos e t�m uma mordida potente", explica.

Alimentar, avaliar e mov�-los demanda recursos, diz Dover, cujo instituto depende da ajuda do governo, de doa��es e do trabalho volunt�rio.

"Em ess�ncia, todo dia � uma batalha pelos animais e por nossas finan�as".


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