Lula adverte � UE que valores ambientais n�o podem justificar protecionismo

O presidente Luiz In�cio Lula da Silva advertiu, nesta segunda-feira (17), que as preocupa��es ambientais n�o podem ser utilizadas para justificar o protecionismo comercial, ao falar na abertura da c�pula entre a Uni�o Europeia (UE) e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Bruxelas.

"A defesa de valores ambientais, que todos compartilhamos, n�o pode ser desculpa para o protecionismo. O poder de compra do Estado � uma ferramenta essencial para os investimentos em sa�de, educa��o e inova��o", disse Lula na capital belga.

Para o mandat�rio brasileiro, "proteger a Amaz�nia � uma obriga��o. Vamos eliminar seu desmatamento at� 2030. Mas a floresta tropical n�o pode ser vista apenas como um santu�rio ecol�gico".

Em seu discurso, Lula apontou que o desenvolvimento sustent�vel "possui tr�s dimens�es insepar�veis: a econ�mica, a social e a ambiental. O mundo precisa se preocupar com o direito de viver bem dos habitantes da Amaz�nia".

Durante a manh�, Lula pediu que a UE tenha em considera��o que 50 milh�es de pessoas que vivem na Amaz�nia sul-americana precisam ter condi��es de sobreviv�ncia "digna e decente".

A quest�o da a��o contra o desmatamento na regi�o amaz�nica se tornou o centro de um duro debate que, na pr�tica, p�s um freio nas negocia��es por um acordo comercial entre a UE e o Mercosul.

Os dois blocos haviam anunciado, em 2019, um princ�pio de acordo, mas as pol�ticas ambientais do ent�o presidente Jair Bolsonaro fizeram acender os alertas, e a UE exigiu um cap�tulo adicional ao acordo sobre prote��o ambiental.

Ao falar na abertura da c�pula nesta segunda, Lula disse que os pa�ses sul-americanos querem "assegurar uma rela��o comercial justa, sustent�vel e inclusiva", e que o acordo UE-Mercosul "deve estar baseado na confian�a m�tua e n�o em amea�as".