Em 2020, a dinamarquesa Corinna zu Sayn-Wittgenstein-Sayn entrou com uma a��o civil em Londres que ainda est� nos est�gios iniciais de julgamento.
Entre as den�ncias feitas por ela, est�o amea�as, invas�es, espionagem, hacking e difama��o por parte do ex-rei para recuperar um "presente" de 65 milh�es de euros (cerca de 350 milh�es de reais, na cota��o atual), ap�s o fim da rela��o extraconjugal que tiveram entre 2004 e 2009, e a qual a demandante se recusou a retomar em 2012.
Segundo o advogado de Juan Carlos, Adam Wolanski, a empres�ria de 58 anos pede 146 milh�es de euros (em torno de 786,9 milh�es de reais) por danos psicol�gicos e neg�cios perdidos em decorr�ncia do "ass�dio".
No segundo dos quatro dias de audi�ncias preliminares, Wolanski desmentiu os fatos denunciados por Larsen - seu nome de solteira - desde 16 de outubro de 2014, quando afirma que o prazo prescricional termina, embora a solicitante o conteste.
Esta � uma das quest�es preliminares que a ju�za Rowena Collins Rice, do Supremo Tribunal de Londres, ter� de decidir ap�s as audi�ncias. A decis�o pode ser anunciada ap�s as f�rias de ver�o.
Jonathan Caplan, advogado da empres�ria dinamarquesa, denunciou "uma ampla tentativa" de Juan Carlos "para evitar um julgamento inevit�vel".
- "Muito vago" -
Em sua acusa��o, a dinamarquesa detalha a press�o do ex-rei para acompanh�-lo a festas e financiar a decora��o de um apartamento para ele em Londres, al�m de denunciar que Juan Carlos a difamou perante seus amigos e clientes e contatou sua secret�ria e seu motorista buscando informa��es sobre seu dia a dia.
� tudo "pura especula��o", disse Wolanski. "Voc� n�o tem provas (...) de que o r�u tentou lhe causar sofrimento mental ou emocional" e, tampouco, "dano f�sico".
Larsen tamb�m garante que o ex-rei insinuou ter falado sobre ela para o pr�ncipe saudita Mohamed bin Salm�n, dando-lhe a entender que a havia acusado de "roubar seu dinheiro".
Em agosto de 2008, o Minist�rio das Finan�as da Ar�bia Saudita depositou 100 milh�es de d�lares (480 milh�es de reais, na cota��o atual) em uma conta no banco Mirabaud, em Genebra, da Funda��o Lucum, ligada a Juan Carlos.
Em junho de 2012, a conta foi encerrada e o saldo de 65 milh�es de euros foi transferido para Larsen, constituindo o que hoje se conhece como "presente Lucum", segundo o Minist�rio P�blico su��o, que investigou a opera��o, mas n�o a processou.
"Tudo � muito vago", disse o advogado do ex-rei, garantindo que "isso n�o � ass�dio", mas sim um embate entre pessoas que romperam um relacionamento.
Por�m, Caplan defendeu que n�o s�o os atos individuais em si, "que podem parecer triviais", mas sua repeti��o e ac�mulo, o que configura "uma conduta de ass�dio", que provocou um profundo sofrimento psicol�gico em sua cliente.
- "Puxar o tapete" -
Para a defesa de Juan Carlos, os atos ocorridos em Abu Dabi, Riade, Los Angeles, �ustria, Bahamas e Espanha n�o podem ser processados sob a lei brit�nica de prote��o contra ass�dio. E que muitas das supostas a��es de "ass�dio" s�o atribu�das a outras pessoas que n�o Juan Carlos.
"A demandante tenta culpar o r�u por tudo o que aconteceu com ela na vida com a qual n�o estava feliz, independentemente de quem fez isso", disse Wolanski.
O advogado afirmou tamb�m que para justificar atos de ass�dio ocorridos ap�s a abdica��o do rei da Espanha, em junho de 2014, em favor de seu filho Felipe VI, Larsen precisa se referir a atos anteriores, que, no entanto, foram exclu�dos do caso pela Corte de Apela��o, em dezembro.
O �rg�o, por sua vez, determinou que, na qualidade de monarca, Juan Carlos gozava de "imunidade" judicial at� ent�o.
Isso "puxa o tapete" do caso e "toda a estrutura desmorona", finalizou o advogado.
Caplan deve continuar sua argumenta��o na quinta-feira, na qual tentar� contestar a quest�o da jurisdi��o.
LONDRES