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Estado de Minas WASHINGTON

Justi�a na Guatemala 'chegou ao fundo do po�o', diz ex-procurador Jord�n Rodas


26/07/2023 15:07
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O ex-procurador de direitos humanos da Guatemala Jord�n Rodas n�o mede palavras. Ele n�o se surpreende com as iniciativas contra o partido Semilla porque "a Justi�a chegou ao fundo do po�o" em um pa�s corro�do pela "corrup��o", disse � AFP.

Em entrevista em Washington, este ferrenho cr�tico do presidente guatemalteco Alejandro Giammattei avaliou que o resultado das elei��es de 25 de junho foi uma rejei��o ao "pacto corrupto", j� que h� uma alian�a entre pol�ticos, legisladores e empres�rios acusados de promover a impunidade.

E acusa o setor empresarial de "administrar a Guatemala como uma fazenda", de ser "os grandes titereiros" que "a cada quatro anos mudam a cara dos pol�ticos, a marionete".

Rodas, de 54 anos, se exilou na Espanha em agosto de 2022, depois de deixar o cargo de procurador de direitos humanos pouco antes do fim de seu mandato, iniciado em 2017, porque "temia por sua liberdade e seguran�a".

Foi companheiro de chapa de Thelma Cabrera pelo Movimento de Liberta��o dos Povos na disputa pela vice-presid�ncia e presid�ncia, mas o Tribunal Superior Eleitoral bloqueou o registro de sua candidatura.

Agora ele opta pelo social-democrata Bernardo Ar�valo, que disputar� a elei��o presidencial no dia 20 de agosto contra a tamb�m social-democrata Sandra Torres.

PERGUNTA - O senhor acha que a Justi�a agiu de forma independente na tentativa de desqualificar o partido Semilla de Bernardo Ar�valo?

RESPOSTA - N�o, a Justi�a chegou ao fundo do po�o, porque � totalmente cooptada desde o mais alto escal�o. A Corte Constitucional � formada por personagens obscuros que inclusive constam na lista de Engels (NDLR: do Departamento de Estado dos Estados Unidos sobre corruptos).

O Supremo Tribunal de Justi�a j� estendeu as suas fun��es por quase quatro anos para al�m dos cinco para os quais foi eleito. Isso garante justi�a � la carte e o grande orquestrador de tudo isso � o presidente Alejandro Giammattei.

A Justi�a criminaliza, vai como um bumerangue contra todos, contra jornalistas, operadores de justi�a e defensores dos direitos humanos.

P - O que voc� acha que � o germe da crise?

R - A raiz de tudo isso � o financiamento dos partidos pol�ticos, porque como dizem na Guatemala n�o existe almo�o gr�tis. A comunidade empresarial e o crime organizado t�m permeado cada vez mais o Estado guatemalteco. Apostam, investem nos pol�ticos nacionais, a n�vel de presidente, deputados, e at� autarquias.

P - Tem medo que resulte em tumultos?

R - N�o descarto porque a popula��o j� perdeu o medo e voltou �s ruas. E agora o status quo � como uma fera ferida, que � mais perigosa. Est�o desesperados, mas fizeram a melhor campanha do Semilla, antes do segundo turno, porque quanto mais s�o atacados, mais pessoas os apoiam.

P - Quais s�o os cen�rios poss�veis a partir de agora?

R - Haver� vota��o porque se n�o o cen�rio imediato seria a popula��o vir e fazer uma resist�ncia e protesto permanente. Mas depois temos uma longa transi��o at� 14 de janeiro, que implica muitos riscos, principalmente � vida e � integridade de Bernardo Ar�valo (NDLR: se vencer), a pr�pria criminaliza��o dele.

Existe um alto risco de que o presidente Giammattei, a qualquer momento, queira estender seu mandato para al�m de 14 de janeiro ou mesmo declarar estado de emerg�ncia. E tamb�m um bloqueio permanente do Congresso, que j� est� formado e vai ser conservador.


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