O trabalho � resultado da colabora��o entre a Meta - empresa que controla o Facebook, o Instagram e o WhatsApp - e um grupo de acad�micos de universidades americanas. Eles receberam amplo acesso a dados internos da companhia e inscreveram dezenas de milhares de usu�rios para realizar experimentos.
A equipe acad�mica escreveu quatro artigos sobre o papel do gigante das redes sociais na democracia dos EUA, que foram publicados nas revistas cient�ficas Science e Nature.
Em geral, o algoritmo acabou sendo "extremamente influente nas experi�ncias das pessoas na plataforma", afirmaram os diretores do projeto, Talia Stroud, da Universidade do Texas em Austin, e Joshua Tucker, da Universidade de Nova York.
"Mas tamb�m sabemos que mudar o algoritmo mesmo por alguns meses n�o � prov�vel que mude as atitudes pol�ticas das pessoas", disseram, de acordo com as respostas dos usu�rios em pesquisas ap�s participarem de experimentos com dura��o de tr�s meses.
Os autores reconheceram que essa conclus�o pode ser devido ao fato de que as mudan�as n�o tiveram tempo suficiente para terem efeito, uma vez que o pa�s vem se polarizando cada vez mais h� d�cadas.
No entanto, "esses resultados questionam as narrativas populares que culpam as c�maras de eco das redes sociais pelos problemas da democracia americana contempor�nea", escreveram os autores de um dos artigos publicados na Nature.
- Bolhas -
O algoritmo do Facebook utiliza aprendizado de m�quina para decidir quais publica��es aparecem primeiro nos feeds dos usu�rios com base em seus interesses. Ele tem sido acusado de criar "bolhas de filtros" e permitir a dissemina��o de informa��es incorretas.
Os pesquisadores recrutaram cerca de 40 mil volunt�rios por meio de convites em seus perfis do Facebook e Instagram e projetaram um experimento em que um grupo era exposto ao algoritmo normal, enquanto o outro via as publica��es ordenadas das mais recentes �s mais antigas.
Originalmente, o Facebook utilizava um sistema cronol�gico reverso e alguns observadores sugeriram que retornar a ele reduziria os efeitos prejudiciais das redes sociais.
A equipe descobriu que os usu�rios do grupo com feed cronol�gico passavam metade do tempo no Facebook e Instagram em compara��o com os do grupo com o algoritmo.
No Facebook, os participantes com o feed cronol�gico viram mais conte�dos de amigos moderados, bem como mais fontes com audi�ncias ideologicamente mistas. Mas o feed cronol�gico tamb�m aumentou a quantidade de conte�do pol�tico e pouco confi�vel visto pelos usu�rios.
Apesar das diferen�as, as mudan�as n�o provocaram altera��es detect�veis nas atitudes pol�ticas medidas.
A Meta recebeu as conclus�es gerais com satisfa��o. "Elas se somam a um n�mero crescente de pesquisas que demonstram que h� poucas evid�ncias de que as redes sociais causem uma polariza��o prejudicial ou tenham um impacto significativo em atitudes, cren�as ou comportamentos pol�ticos chave", disse Nick Clegg, presidente de Assuntos Globais da Meta.
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