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Estado de Minas LISBOA

Europa deve ser 'construtora de pontes' para paz na Ucr�nia, diz papa


02/08/2023 10:48
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O papa Francisco pediu, nesta quarta-feira (2), que a Europa seja "construtora de pontes" para a paz na Ucr�nia, neste in�cio de sua visita de cinco dias a Lisboa para participar da multitudin�ria Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

Ao desembarcar no aeroporto militar, o jesu�ta argentino, de 86 anos, foi recebido com honras militares antes de iniciar uma intensa agenda de compromissos na capital portuguesa, onde s�o esperados, at� domingo, cerca de um milh�o de jovens cat�licos de todo o mundo.

"Olhando com grande afeto para a Europa, no esp�rito de di�logo que a carateriza, apetece perguntar-lhe: para onde navegas, se n�o ofereces percursos de paz, vias inovadoras para acabar com a guerra na Ucr�nia e com tantos conflitos que ensanguentam o mundo?", questionou o papa, de 86 anos, durante seu primeiro discurso �s autoridades e ao corpo diplom�tico no centro cultural de Bel�m.

"O mundo tem necessidade da Europa, da Europa verdadeira: precisa do seu papel de construtora de pontes e de pacificadora no Leste europeu, no Mediterr�neo, na �frica e no M�dio Oriente", destacou.

"No oceano da hist�ria, estamos a navegar num momento tempestuoso e sente-se a falta de rotas corajosas de paz", lamentou o jesu�ta argentino, que pediu repetidamente pela paz na Ucr�nia desde o in�cio da invas�o russa em fevereiro de 2022.

Nesta cidade onde foram constru�dos ritos fundamentais para o caminho da comunidade europeia, com assinatura do Tratado de Lisboa em 2007, Francisco recordou "o sonho europeu de um multilateralismo mais amplo do que o mero contexto ocidental", capaz de "captar o mais d�bil sinal de distens�o e de o ler por entre as linhas mais tortas da realidade".

Pouco antes, Francisco havia se encontrado no Pal�cio de Bel�m com o presidente portugu�s, o conservador Marcelo Rebelo de Sousa, ap�s atravessar a cidade, tomada pela JMJ.

Ao som de seus tambores e entoando can��es como "Esta � a juventude do papa", centenas de peregrinos esperavam desde o in�cio da manh� para receber um pont�fice muito popular entre os jovens fi�is.

"N�s o amamos muito, porque ele nos transmite o amor que Deus tem por n�s. Acho que o fundamental � carisma dele", disse Byron Santiago Chojolar, um peregrino de 26 anos oriundo da Guatemala.

"A diferen�a em rela��o aos outros papas � que ele � latino-americano", disse Samuel Namaver, um estudante americano de 17 anos. "Ele gosta de contato, de brincadeira, faz muitas refer�ncias de futebol (...) Sabe como chegar ao nosso cora��o", acrescentou.

Os organizadores esperam a participa��o de um milh�o de peregrinos no total nesta semana de encontros festivos, culturais e espirituais.

- Territ�rio JMJ -

Nos �ltimos dias, a capital portuguesa se encheu de coloridos grupos de jovens que levam bandeiras de todo o mundo pelas ruas desta cidade. Cerca de 16 mil profissionais de seguran�a, prote��o civil e emerg�ncia m�dica foram mobilizados por ocasi�o do evento.

"Tenho uma expectativa muito alta. Aproveitei muito a visita ao Panam� e queria vivenciar uma jornada fora do meu pa�s", disse Leslie, uma estudante de 20 anos desse pa�s centro-americano, sede da �ltima edi��o realizada em 2019.

A menos de dois meses do in�cio de uma assembleia, em Roma, sobre o futuro da Igreja, a JMJ tamb�m atuar� como um term�metro sobre a posi��o dos jovens cat�licos em rela��o a quest�es como o tratamento das pessoas LGBTQIA+, o casamento dos padres, ou a posi��o das mulheres.

Antes de seu primeiro encontro com os jovens, na quinta-feira (3), a agenda de Francisco est� dedicada, nesta quarta, �s autoridades e ao clero deste pa�s. Em Portugal, cerca de 80% de seus 10 milh�es de habitantes se definem como cat�licos.

- V�timas de pedofilia -

Quarto papa a visitar Portugal, onde j� esteve em 2017, Francisco pode aproveitar a JMJ para abordar a delicada quest�o dos abusos sexuais de menores de idade na Igreja, seis meses ap�s a publica��o de um relat�rio impactante de uma comiss�o de especialistas independentes.

Divulgado em fevereiro ap�s a investiga��o solicitada pela Confer�ncia Episcopal portuguesa, o documento revelou que 4.815 menores foram v�timas de abusos sexuais em um ambiente religioso desde 1950. As agress�es foram ocultadas pela c�pula eclesi�stica de forma "sistem�tica", segundo o relat�rio dos especialistas.

De acordo com a Confer�ncia Episcopal e a dire��o do comit� organizador local da JMJ, o papa deve reunir-se em car�ter privado com v�timas dos abusos, mas o encontro n�o aparece em sua agenda oficial.

No s�bado (5), Francisco far� uma r�pida visita ao santu�rio de F�tima, antes de retornar a Lisboa para participar em uma grande vig�lia e presidir a missa final da JMJ no domingo.

Considerada a maior reuni�o internacional de cat�licos, a JMJ foi criada em 1986 por iniciativa de Jo�o Paulo II. A edi��o de Lisboa deveria ter acontecido em 2022, mas foi adiada devido � pandemia.

Depois dos encontros no Rio de Janeiro (2013), Crac�via (2016) e Panam� (2019), esta � a quarta JMJ para Francisco, cuja sa�de parece cada vez mais fr�gil. Hospitalizado tr�s vezes desde 2021, o pont�fice argentino se desloca atualmente em uma cadeira de rodas, ou com o aux�lio de uma bengala.


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