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Estado de Minas LISBOA

Papa pede que Europa seja 'construtora de pontes' para paz na Ucr�nia


02/08/2023 17:00
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O papa Francisco pediu que a Europa seja uma "construtora de pontes" para a paz na Ucr�nia e pediu que se escute a "dor das v�timas" de abusos sexuais na Igreja, em seu primeiro dia em Lisboa para participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

O jesu�ta argentino, de 86 anos, foi recebido com honras militares ap�s aterrissar pela manh� na capital portuguesa, onde s�o esperados cerca de um milh�o de jovens cat�licos de todo o mundo at� domingo.

"Olhando com grande afeto para a Europa, no esp�rito de di�logo que a carateriza, apetece perguntar-lhe: para onde navegas, se n�o ofereces percursos de paz, vias inovadoras para acabar com a guerra na Ucr�nia e com tantos conflitos que ensanguentam o mundo?", questionou o papa, de 86 anos, em seu primeiro discurso �s autoridades e ao corpo diplom�tico.

"O mundo tem necessidade da Europa, da Europa verdadeira: precisa do seu papel de construtora de pontes e de paz", argumentou o pont�fice, que defendeu reiteradamente o fim do conflito iniciado com a invas�o russa da Ucr�nia em fevereiro de 2022.

� tarde, Francisco foi ao monast�rio dos Jer�nimos, ao lado do rio Tejo, para se encontrar com representantes do clero portugu�s, pa�s no qual 80% dos seus 10 milh�es de habitantes se definem como cat�licos.

- 'Dor' -

Quarto papa a visitar Portugal, onde j� esteve em 2017, Francisco pode aproveitar a JMJ para abordar a delicada quest�o dos abusos sexuais de menores de idade na Igreja, seis meses ap�s a publica��o de um relat�rio impactante de uma comiss�o de especialistas independentes.

O pont�fice argentino se referiu � "desilus�o e avers�o que alguns nutrem face � Igreja, devido �s vezes ao nosso mau testemunho e aos esc�ndalos que desfiguraram o seu rosto".

Esses esc�ndalos, segundo ele, "nos chamam a uma humilde e constante purifica��o, partindo do grito de sofrimento das v�timas que sempre se devem acolher e escutar".

De acordo com o documento, realizado a pedido dos bispos portugueses, pelo menos 4.815 menores foram v�timas de abusos sexuais em um ambiente religioso desde 1950. As agress�es foram ocultadas pela c�pula eclesi�stica de forma "sistem�tica", segundo o relat�rio.

O papa deve se reunir privadamente com v�timas desses abusos, indicaram as autoridades eclesi�sticas portuguesas, ainda que este encontro n�o conste no programa oficial at� agora.

- 'A juventude do papa' -

A apertada agenda de Francisco, que h� dois meses se submeteu a uma opera��o no abd�men, come�ou com um encontro com o presidente de Portugal, o conservador Marcelo Rebelo de Sousa, no Pal�cio de Bel�m.

Nos arredores, centenas de jovens peregrinos o aguardavam desde cedo ao som de seus tambores e entoando can��es como "Esta � a juventude do papa".

"O papa � uma pessoa muito especial porque est� mudando a doutrina da Igreja, mas para melhor", ressaltou Mar�a �lvarez, uma peregrina de 45 anos que veio da Espanha.

"A diferen�a em rela��o aos outros papas � que ele � latino-americano", disse Samuel Namaver, um estudante americano de 17 anos. "Ele gosta de contato, de brincadeira, faz muitas refer�ncias ao futebol [...] Sabe como chegar ao nosso cora��o", acrescentou.

- Territ�rio JMJ -

Nos �ltimos dias, a capital portuguesa se encheu de coloridos grupos de jovens vindos de todo os continentes para participar de encontros festivos, culturais e espirituais ao longo desta semana.

A missa de abertura - celebrada na ter�a-feira, ainda sem Francisco - reuniu 200 mil peregrinos em um parque da cidade, segundo a pol�cia portuguesa. O primeiro encontro multitudin�rio do religioso com os jovens acontecer� na tarde de quinta-feira em uma cerim�nia no mesmo local, da qual poderiam participar 750 mil fi�is, de acordo com proje��es das autoridades locais.

A menos de dois meses do in�cio de uma assembleia, em Roma, sobre o futuro da Igreja, a JMJ atuar� como um term�metro sobre a posi��o dos jovens cat�licos em rela��o a quest�es como o tratamento das pessoas LGBTQIA+, o fim do celibato ou a posi��o das mulheres.

Considerada a maior reuni�o internacional de cat�licos, a JMJ foi criada em 1986 por iniciativa de Jo�o Paulo II.

Depois dos encontros no Rio de Janeiro (2013), Crac�via (2016) e Panam� (2019), esta � a quarta JMJ para Francisco, cuja sa�de parece cada vez mais fr�gil. Hospitalizado tr�s vezes desde 2021, o pont�fice argentino se desloca atualmente em uma cadeira de rodas, ou com o aux�lio de uma bengala.


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