Ap�s um ano sem mudan�as na taxa b�sica de juros, o Copom avaliou que "a melhora do quadro inflacion�rio" proporcionou a "confian�a necess�ria para iniciar um ciclo gradual de flexibiliza��o monet�ria", informou o BCB em nota.
O presidente Luiz In�cio Lula da Silva tem insistido reiteradamente, desde que assumiu em janeiro, na redu��o dos juros para baratear o cr�dito e fomentar o consumo e os investimentos.
O corte de 0,5% decidido pelo Copom foi antecipado por boa parte do mercado em um levantamento entre mais de 100 consultorias e institui��es financeiras feito pelo jornal econ�mico Valor, embora a maioria previsse uma redu��o menor, de 0,25%.
"Enquanto grande parte do mercado esperava 0,25%, tivemos uma surpresa", disse � AFP Vinicius Romano, analista da consultoria Suno Research.
O comit� de pol�tica monet�ria "avaliou a alternativa de reduzir a taxa b�sica de juros para 13,50%, mas considerou ser apropriado adotar ritmo de queda de 0,50 ponto percentual nesta reuni�o em fun��o da melhora do quadro inflacion�rio", diz o comunicado.
A infla��o vem perdendo for�a nos �ltimos meses: em junho, caiu para 3,16% em 12 meses, o n�vel mais baixo desde setembro de 2020.
O Copom prev� uma "redu��o de mesma magnitude nas pr�ximas reuni�es", mas ressaltou que a dimens�o do corte "total do ciclo de flexibiliza��o" depender� de como vai evoluir a infla��o.
- 'Di�logo de natureza absolutamente t�cnica' -
O ministro de Fazenda, Fernando Haddad, elogiou a decis�o do Copom e disse que � resultado de um "di�logo de natureza absolutamente t�cnica", entre o Banco Central e sua pasta.
"Temos um compromisso com o combate � infla��o e tamb�m com a responsabilidade fiscal", garantiu Haddad.
"A infla��o est� controlada, a economia vai come�ar a se replanejar. Os atores, investidores, consumidores e as fam�lias v�o come�ar a se replanejar por um Brasil de crescimento sustent�vel, do ponto de vista fiscal, social e ambiental", acrescentou o ministro.
Mais cedo, Lula havia dito que o Copom j� deveria ter reduzido a taxa "tr�s reuni�es atr�s" e voltou a criticar o presidente do BC, Roberto Campos Neto: "N�o entende de Brasil e n�o entende de povo", afirmou horas antes do an�ncio.
O mercado espera um crescimento de 2,24% do PIB para este ano, segundo as previs�es do boletim Focus do Banco Central.
Esta � a primeira vez em tr�s anos que o BCB aplica um corte na Selic. A �ltima, em agosto de 2020, foi uma redu��o de 0,25%, que situou a taxa b�sica em 2%, com o objetivo de impulsionar uma economia fortemente afetada pela pandemia de covid-19.
A taxa de juros estava em 13,75% desde agosto do ano passado, quando o Copom interrompeu o ciclo de alta iniciado em mar�o de 2020, partindo do m�nimo hist�rico de 2%.
Contudo, mesmo com a redu��o desta quarta, a taxa de juros do Brasil continua sendo a mais alta do mundo em termos reais, ou seja, descontando a infla��o, segundo o site especializado MoneYou.
Em um comunicado, a Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI) louvou a decis�o do Copom de reduzir a taxa, pois os juros altos "t�m comprometido significativamente a atividade econ�mica em 2023", afirmou.
O clima vem melhorando para a economia brasileira. Na semana passada, a ag�ncia de classifica��o de risco Fitch elevou a nota da d�vida soberana do Brasil de BB- para BB, devido a "um desempenho macroecon�mico e fiscal melhor do que o esperado".
BRAS�LIA