A ju�za Mar�a Helena Mainard determinou, "em car�ter de medida cautelar, a conserva��o [...] da aeronave Hawker Siddeley HS-125, com c�digos de identifica��o 5-T-30 e 25251, atualmente abandonada no aeroporto de Melilla", segundo uma resolu��o datada de 6 de julho.
Al�m disso, a magistrada disp�s "a realiza��o de um relat�rio pericial t�cnico para confirmar a numera��o original da aeronave e detalhar o estado atual em que ela se encontra, notificando para tais efeitos a For�a A�rea Uruguaia".
Assim, Mainard atendeu a um pedido do juiz argentino Sebasti�n Casanello, do Juizado Nacional do Tribunal Criminal e Correcional Federal N�7 de Buenos Aires, firmado em 15 de junho.
Casanello � respons�vel por casos do Plano Condor, uma opera��o de coordena��o internacional da repress�o levada adiante nas d�cadas de 1970 e 1980 pelos governos ditatoriais de Argentina, Brasil, Chile, Uruguai, Paraguai e Bol�via.
Segundo um boletim policial inclu�do no Arquivo do Terror do Paraguai, que re�ne documenta��o referente ao Plano Condor descoberta em 1992, um avi�o da Marinha argentina com a mesma matr�cula do encontrado em Melilla viajou em 16 de maio de 1977 de Assun��o para Buenos Aires para transportar cinco militantes de esquerda detidos no Paraguai pelas for�as de seguran�a.
O documento indica que os presos eram os argentinos Jos� Luis Nell, Alejandro Logoluso e Marta Landi, e os uruguaios Nelson Santana e Gustavo Inzaurralde. Todos permanecem desaparecidos.
O avi�o foi localizado em setembro de 2022 no aeroporto internacional �ngel S. Adami, nas imedia��es da capital uruguaia, por Sebasti�n Santana. Este ilustrador uruguaio encontrou a aeronave enquanto procurava dados para um projeto da Universidade de Oxford no Reino Unido, que documenta as viola��es de direitos humanos por parte das ditaduras do Cone Sul.
Santana dep�s perante o juiz Casanello em 15 de junho, ap�s entregar um relat�rio com suas descobertas a ativistas que buscam esclarecer o destino de detidos desparecidos na Argentina.
"A aeronave est� em mau estado, mas em uma �nica pe�a", diz o relat�rio. "Em 2013, parte do painel de navega��o foi desmantelado, mas continua sendo um objeto reconhec�vel".
Segundo Santana, o aparelho voou pela primeira vez em julho de 1970 e foi vendido pela Marinha argentina em 1987. Desde ent�o, esteve em m�os civis, primeiro de empresas argentinas "para opera��es antigranizo", e depois da companhia uruguaia AirWolf "para servi�os de t�xi a�reo".
Consultado pela AFP, Santana descartou que o avi�o tivesse sido utilizado para os "voos da morte", nos quais a ditadura argentina lan�ou do ar presos pol�ticos.
MONTEVID�U