S�o Paulo troca livros impressos por digitais em escolas e gera pol�mica

O governo de S�o Paulo decidiu nesta semana substituir os livros did�ticos impressos por vers�es digitais a partir do pr�ximo ano em alguns n�veis das escolas p�blicas do estado, uma decis�o criticada por especialistas em educa��o e editoras.

Os alunos a partir de 14 anos de um total de 5.300 escolas do estado se formar�o com materiais did�ticos totalmente digitais, exceto os livros de literatura, detalharam � AFP porta-vozes da Secretaria de Educa��o paulista.

A digitaliza��o dos livros � parte de uma restrutura��o do plano de ensino no estado mais populoso do pa�s, com mais de 44 milh�es de pessoas, sob o novo governo de Tarc�sio de Freitas (Republicanos).

O secret�rio de Educa��o de S�o Paulo, Renato Fede, defendeu a decis�o em entrevista � Folha de S. Paulo, argumentando que os conte�dos dos livros "perderam a qualidade".

Mas a medida foi questionada por especialistas em educa��o, que destacam, entre outras coisas, a dificuldade de passar para uma digitaliza��o total em t�o pouco tempo em um pa�s onde muitos alunos n�o t�m sequer acesso � internet.

A digitaliza��o total "s� faria sentido se as evid�ncias (de sua efic�cia) fossem indisput�veis, o que n�o � o caso aqui", disse � AFP Olavo Nogueira Filho, diretor-executivo da ONG Todos pela Educa��o.

No entanto, pa�ses como a Su�cia demonstram que n�o h� um consenso sobre essas ferramentas, indica Nogueira Filho.

O governo do pa�s escandinavo est� revisando suas pol�ticas de uso de telas implementadas nos �ltimos anos e voltando a incluir livros de papel.

Por sua vez, a Unesco, bra�o da ONU para a educa��o, desaconselhou o uso excessivo de tecnologia nas aulas, considerando que pode afetar negativamente a aprendizagem.

Os integrantes da cadeia produtiva de livros no pa�s tamb�m manifestaram, em uma nota conjunta, sua "profunda preocupa��o" com a medida que afetar� cerca de "1,4 milh�o de alunos e mais de 100 mil professores".

"A cadeia produtiva do livro lamenta a decis�o (...) As perdas causadas pela a��o, se n�o forem revertidas, ser�o irrepar�veis", apontaram 11 entidades de editores, livreiros, distribuidores e gr�ficos.

As autoridades de S�o Paulo asseguram que os alunos poder�o acessar o papel se for necess�rio: a escola dever� se encarregar das impress�es, esclareceram na Secretaria de Educa��o.