A medida decretada pelo presidente Guillermo Lasso, que permite o patrulhamento de militares nas ruas do pa�s afetado pela viol�ncia ligada ao narcotr�fico, busca garantir o desenvolvimento da vota��o, cuja data foi mantida.
Candidato dos movimentos de centro Construye e Gente Buena, que havia denunciado amea�as contra ele e sua equipe de campanha na semana passada, Villavicencio morreu baleado quando deixava um centro poliesportivo na zona norte da capital, ap�s um com�cio.
Lasso atribuiu o ataque a membros do "crime organizado" e advertiu que os respons�veis receber�o "todo o peso da lei".
"Este crime n�o ficar� impune", garantiu.
O atentado tamb�m deixou nove feridos, incluindo uma candidata a deputada e dois policiais. Um suposto atirador tamb�m morreu na troca de tiros com seguran�as, e seis pessoas foram detidas, segundo o Minist�rio P�blico.
Esse ex-jornalista era um dos oito presidenci�veis nas elei��es gerais antecipadas no Equador. Por d�cadas, o pa�s foi um o�sis de paz na Am�rica do Sul, mas isso mudou h� alguns anos, devido a liga��es com cart�is mexicanos e colombianos.
A taxa anual de homic�dios no Equador quase dobrou em 2022 para 25 homic�dios por cem mil habitantes. As chacinas em pres�dios deixaram mais de 430 detentos mortos desde 2021.
- Luto nacional -
Um buqu� de rosas brancas foi deixado no local do assassinato. Cartazes da campanha de Villavicencio continuam de p�, mas com uma picha��o "Malditos NARCOPOL�TICOS, v�o pagar. Para sempre, Fernando T.Q.M.".
"Estamos de luto, (Villavicencio) era uma esperan�a de honestidade no nosso pa�s, um candidato que denunciou toda a corrup��o da narcopol�tica", disse � AFP Ruth Flores, uma dona de casa de 65 anos.
Para garantir a celebra��o das elei��es, o presidente declarou estado de emerg�ncia por 60 dias em todo o pa�s. Tamb�m decretou tr�s dias de luto nacional "para honrar a mem�ria de um patriota".
"Este � um crime pol�tico que tem um car�ter terrorista, e n�o duvidamos de que o assassinato seja uma tentativa de sabotar o processo eleitoral", afirmou Lasso.
O m�dico Carlos Figueroa, amigo do candidato assassinado e que estava com ele no momento do atentado, relatou � imprensa que os criminosos deram quase 30 tiros.
O jornal El Universo, o principal do pa�s, afirmou que Villavicencio foi morto "ao estilo de um assassinato de aluguel, com tr�s tiros na cabe�a". A pol�cia detonou um artefato explosivo encontrado no local do atentado.
Em um v�deo que circula na Internet, homens vestidos de preto, encapuzados e armados com fuzis se dizem integrantes da gangue Los Lobos e assumem a autoria do crime sem mencionar Villavicencio. Sua origem n�o p�de ser verificada pela AFP. Especialistas em seguran�a acreditam que possa ser uma tentativa de manipular o crime.
Villavicencio j� havia alertado que vinha sendo alvo de amea�as da maior organiza��o criminosa do Equador, Los Choneros, cujo l�der est� preso.
O movimento Construye exigiu nesta quinta-feira a cria��o de uma comiss�o internacional para investigar o assassinato de seu "corajoso" l�der. "N�o vamos permitir que a narcopol�tica continue despreocupada e mais uma vez deboche da justi�a", indicou em um comunicado.
- "Ataque � democracia" -
Villavicencio, ex-membro da Assembleia Nacional dissolvida em maio por Lasso para permitir as elei��es antecipadas, aparecia em segundo lugar nas inten��es de voto com 13,2%, atr�s da advogada Luisa Gonz�lez (26,6%), a �nica mulher na disputa e candidata do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017), de acordo com a mais recente pesquisa da Cedatos.
Brasil, Estados Unidos, Uni�o Europeia, ONU e OEA condenaram o crime.
Em um comunicado, o Itamaraty lamentou a morte de Villavicencio e pediu que os respons�veis pelo crime sejam punidos.
"Ao manifestar a confian�a de que os respons�veis por esse deplor�vel ato ser�o identificados e levados � Justi�a, o governo brasileiro transmite suas sentidas condol�ncias � fam�lia do candidato presidencial e ao governo e povo equatorianos", diz a nota.
A morte de Villavicencio foi um "ato flagrante de viol�ncia e ataque � democracia equatoriana", disse o conselheiro de Seguran�a Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.
"� um atentado contra as institui��es e a democracia do Equador (...) todos os candidatos �s elei��es devem se beneficiar de rigorosas medidas de prote��o para garantir um processo eleitoral livre e democr�tico", declarou o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
O alto comiss�rio das Na��es Unidas para os Direitos Humanos, Volker T�rk, tamb�m condenou o "terr�vel assassinato", pedindo uma "investiga��o transparente" e a responsabiliza��o dos culpados.
A Organiza��o dos Estados Americanos (OEA) condenou o assassinato do candidato, a quem homenageou com um momento de sil�ncio.
Foi um ato "abomin�vel" e "uma afronta aos princ�pios e valores" dos Estados americanos, disse Ronald Sanders, representante permanente de Ant�gua e Barbuda, ao presidir, hoje, o Conselho Permanente, �rg�o executivo da OEA.
V�rios candidatos � presid�ncia do Equador, como Luisa Gonz�lez, Yaku P�rez (l�der ind�gena de esquerda, terceiro nas pesquisas com 12,5%), Otto Sonnenholzner (ex-vice-presidente de direita, quarto com 7,5%) suspenderam suas campanhas e condenaram o crime.
Como jornalista, Villavicencio desvendou um esquema de corrup��o que afetou Correa, que vive na B�lgica desde 2017 e foi condenado � revelia a oito anos de pris�o. Quando foi presidente da comiss�o legislativa de Fiscaliza��o, Villavicencio continuou denunciando casos de corrup��o.
Um candidato a deputado tamb�m foi morto durante esta campanha. Antes das elei��es locais, de fevereiro, dois candidatos a prefeituras foram assassinados.
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