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Estado de Minas BUENOS AIRES

Prim�rias na Argentina, um aperitivo para as elei��es presidenciais


11/08/2023 14:33
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Os argentinos v�o escolher no pr�ximo domingo seus candidatos � Presid�ncia nas prim�rias, em uma antecipa��o das elei��es de outubro, nas quais a situa��o peronista e a oposi��o de direita v�o se enfrentar, al�m de um libert�rio antissistema que se coloca contra todos.

Confira tr�s t�picos para entender as elei��es PASO (Prim�rias Abertas Simult�neas e Obrigat�rias):

- O que esta vota��o decide? -

As prim�rias s�o realizadas na Argentina desde 2009. Mas este ano � a primeira vez em que os eleitores das coaliz�es mais importantes, a governista Uni�n por la Patria (Uni�o pela P�tria, peronistas) e a opositora Juntos por el Cambio (Juntos pela Mudan�a, centro-direita), dever�o escolher entre dois aspirantes j� que nas elei��es anteriores disputaram com um candidato �nico.

No Uni�n por la Patria � tido como certo que o ministro da Economia, Sergio Massa, ter� a indica��o frente ao l�der de movimentos sociais Juan Grabois.

Mas no Juntos por el Cambio, os analistas n�o arriscam um progn�stico entre o prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodr�guez Larreta, visto como moderado; e a ex-ministra de Seguran�a Patricia Bullrich, que defende uma pol�tica de linha-dura.

"A grande inc�gnita � quem ser� escolhido entre Rodr�guez Larreta e Bullrich. � uma elei��o com final em aberto e esse resultado vai definir o novo cen�rio eleitoral", avalia o analista pol�tico Carlos Fara. "Massa vai ganhar sua elei��o interna. Isso � importante para ele, mas n�o muda nada", acrescenta.

Como terceira for�a aparece o candidato libert�rio e de extrema direita Javier Milei, sem concorrente dentro de seu partido, o Libertad Avanza (Libedade Avan�a), mas para quem ser� vital obter uma alta vota��o que mostre seu peso.

As prim�rias tamb�m v�o servir para escolher os candidatos �s elei��es parciais na C�mara de Deputados e no Senado, assim como para a prefeitura da capital e o governo da prov�ncia de Buenos Aires.

- Como afeta a economia? -

Os argentinos v�o votar em meio a um clima de deteriora��o econ�mica, com uma das taxas de infla��o mais altas do mundo (115% em um ano) e uma pobreza que atinge 40% da popula��o.

"A infla��o � insustent�vel, mas n�o confio em ningu�m para resolver um tema econ�mico desta propor��o", diz � AFP Santiago Matos, estudante universit�rio de 18 anos.

A incerteza pol�tica se traduz em nervosismo nos mercados e se reflete na cota��o do 'd�lar blue', como � chamada a taxa de c�mbio informal que esta semana ultrapassou a barreira psicol�gica dos 600 pesos por d�lar, o dobro da oficial.

"Todos somos culpados. N�o pode ser que vamos correndo comprar d�lares. Os brasileiros, os paraguaios, ningu�m usa outra moeda al�m da pr�pria. Aqui at� para or�ar uma obra se usa o d�lar como refer�ncia", comenta Carlos Reyes, eletricista de 66 anos.

A Argentina tem um acordo com o Fundo Monet�rio Internacional (FMI) de 44 bilh�es de d�lares (aproximadamente R$ 160 bilh�es, em cota��o da �poca), firmado em 2018 e renegociado em 2021.

H� duas semanas, Massa chegou a um entendimento com o FMI para flexibilizar as metas de ac�mulo de reservas internacionais, que a diretoria do organismo ainda deve ratificar.

E todos se perguntam o que vai acontecer no dia seguinte � elei��o.

"Uma alta vota��o da oposi��o, sinal de uma poss�vel mudan�a de governo, poderia acalmar os mercados. Mas se o peronismo conseguir o primeiro lugar, vai haver uma sacudida forte", avalia Juan Negri, professor de Ci�ncia Pol�tica na Universidade Torcuato di Tella.

- 40 anos de democracia -

As prim�rias deste ano abrem o processo eleitoral que marca os 40 anos desde a volta da democracia no pa�s, o per�odo mais longo da hist�ria da Argentina.

E embora a popula��o valorize as liberdades democr�ticas, demonstra certo ceticismo em rela��o � capacidade de atender seus problemas cotidianos, segundo pesquisas de opini�o.

"Na Argentina h� uma recess�o democr�tica ou desafei��o c�vica. H� v�rios anos se acentua o desinteresse pela pr�pria elei��o", diz a cientista pol�tica Paola Zub�n, que antecipa uma participa��o eleitoral inferior � de quatro anos atr�s (76%), apesar de o voto ser obrigat�rio no pa�s.

"H� falta de entusiasmo. E nas prim�rias esperamos um voto muito visceral, emocional", afirma Zub�n.

Ap�s anos de polariza��o, que os argentinos chamam de "grieta" (racha), esta elei��o ser� a primeira sem os ex-presidentes Cristina Kirchner e Mauricio Macri, figuras emblem�ticas da alian�a peronista e sua opositora, Juntos por el Cambio.

"Para mim, as lideran�as tradicionais est�o esgotadas. Este governo foi ruim e o anterior, tamb�m", resume Jos� Consiglio, advogado de 42 anos.


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