Os chefes de Estado-Maior da Comunidade Econ�mica de Estados da �frica Ocidental (Cedeao) se reuniriam neste s�bado em Accra, capital de Gana, para elaborar um relat�rio sobre "as melhores op��es" para o envio de suas for�as, mas o encontro foi adiado "por motivos t�cnicos", segundo fontes militares regionais. Uma nova data ainda n�o foi definida.
Em Niamei, agitando bandeiras russas e nigerinas, os manifestantes expressaram apoio aos autores do golpe e, em particular, a seu l�der, general Abdourahamane Tiani, e denunciaram os planos de interven��o da Cedeao.
"Vamos expulsar os franceses! A Cedeao n�o � independente, � uma manipula��o da Fran�a", disse Aziz Rabeh Ali, membro do sindicato dos estudantes.
Na quinta-feira, uma c�pula da Cedeao em Abuja (Nig�ria) ordenou mobilizar uma "for�a de reserva" para restabelecer a ordem constitucional no N�ger.
O presidente marfinense, Alassane Ouattara, informou que os dirigentes do bloco de 15 pa�ses deram "o aval" para que a interven��o come�asse "o quanto antes".
- "Desestabiliza��o" -
O regime militar, que em 26 de julho dep�s o presidente Mohamed Bazoum, ainda n�o reagiu � decis�o da Cedeao, que aumenta a press�o, sem fechar a porta para uma solu��o diplom�tica.
O presidente da Nig�ria, Bola Tinubu, � frente da presid�ncia rotativa da Cedeao, insistiu, no in�cio da c�pula em Abuja, na necessidade de "priorizar as negocia��es diplom�ticas e no di�logo", embora tenha esclarecido que n�o se descarta "nenhuma op��o, inclusive o recurso da for�a".
V�rios pa�ses da regi�o expressaram cautela em rela��o a uma poss�vel interven��o: os vizinhos Mali e Burkina Faso, tamb�m governados por militares, foram solid�rios com Niamei. Cabo verde, membro da Cedeao, declarou nesta sexta-feira sua oposi��o ao uso da for�a no N�ger.
No passado, a Cedeao interveio na Lib�ria, Serra Leoa e Guin�-Bissau.
A Fran�a, que mant�m no N�ger cerca de 1.500 militares, que cooperam na luta contra os grupos jihadistas que acampam na regi�o do Sahel, informou que "apoia todas as conclus�es" da c�pula da Cedeao.
Os Estados Unidos, que tamb�m t�m soldados deslocados no N�ger, no �mbito de uma opera��o antijihadista, igualmente expressou seu apoio "� lideran�a e ao trabalho da Cedeao".
A R�ssia, por sua vez, reiterou sua oposi��o a uma interven��o estrangeira.
"Pensamos que uma solu��o militar para a crise no N�ger poderia levar a um confronto prolongado neste pa�s africano e a uma forte desestabiliza��o da situa��o no conjunto da regi�o do Saara e do Sahel", advertiu a chancelaria russa em um comunicado.
Alguns dias ap�s o golpe, os dirigentes da Cedeao tinham dado um ultimato para restituir Bazoum no poder no mais tardar em 7 de agosto, sob a amea�a do uso da for�a.
Mas os militares nigerinos ignoraram o prazo da Cedeao e t�m dado sinais de que quererem permanecer no poder.
O �ltimo foi dado na quinta-feira, com o an�ncio de um novo Executivo de 20 ministros, que inclui dois generais no comando das pastas do Interior e da Defesa.
O novo governo se reuniu pela primeira vez nesta sexta-feira e, segundo um assessor da presid�ncia malinense, que pediu anonimato, o general Salifou Mody, novo ministro da Defesa e um dos homens fortes do N�ger, fez uma breve visita ao Mali.
- Temor por Bazoum -
Os golpistas mant�m Bazoum detido, juntamente com sua mulher e filho, em condi��es que poderiam ser "compar�veis a um tratamento desumano e degradante", alertou o Alto Comiss�rio das Na��es Unidas para os Direitos Humanos, Volker T�rk, com base em "informes confi�veis".
Segundo informa��es divulgadas pela Uni�o Europeia (UE), Bazoum e sua fam�lia est�o "privados h� v�rios dias de alimentos, eletricidade e aten��o m�dica".
Um dos familiares confirmou � AFP que Bazoum "est� bem", mas que as condi��es de sua deten��o eram "muito dif�ceis" e assegurou que os militares amea�aram agredi-lo em caso de interven��o estrangeira.
Os militares no poder "mant�m sequestrado o presidente Bazoum. Pessoalmente, considero este um ato de terrorismo", afirmou o presidente marfinense.
NIAMEI