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Estado de Minas QUITO

Como o Equador se tornou um dos pa�ses mais violentos da Am�rica Latina?


12/08/2023 15:02
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At� alguns anos atr�s, o Equador era uma ilha de paz entre Col�mbia e Peru, os dois maiores produtores mundiais de coca�na. Desde 2018, por�m, ao ritmo das apreens�es de drogas, come�aram a aumentar os homic�dios com a assinatura do crime organizado transnacional.

O assassinato a tiros do candidato presidencial de centro Fernando Villavicencio, segundo nas inten��es de voto, chocou o pa�s na quarta-feira. Seis colombianos foram presos pelo crime, e um s�timo morreu em um confronto com a pol�cia.

O magnic�dio aconteceu �s v�speras das elei��es gerais antecipadas de 20 de agosto no Equador, onde a viol�ncia relacionada ao tr�fico de drogas levou disparou a taxa de homic�dios a um recorde de 26 por 100.000 habitantes em 2022, quase o dobro do ano anterior.

Em guerra contra o narcotr�fico e sem conseguir conter a viol�ncia, o presidente Guillermo Lasso, o presidente Guillermo Lasso acusou o "crime organizado" pelo assassinato do ex-jornalista que denunciou milion�rios casos de corrup��o e que havia recebido amea�as de morte do grupo Los Choneros.

O ministro do Interior, Juan Zapata, destacou que mais de 13 organiza��es criminosas operam no Equador, incluindo Los Choneros, o mais antigo e poderoso, agora aliado do cartel mexicano de Sinaloa. A Intelig�ncia militar contabiliza at� 26 quadrilhas ligadas ao narcotr�fico. O rival mais importante de Los Choneros, Los Lobos, est� associado ao cartel mexicano Jalisco Nueva Generaci�n.

Especialistas ouvidos pela AFP explicam que a guerra contra as drogas no M�xico e na Col�mbia levou cart�is desses dois pa�ses e m�fias albanesas a se instalarem no Equador.

Para o tr�fico de drogas, s�o fundamentais os portos estrat�gicos do Pac�fico, ponto de partida da coca�na para a Europa e para os Estados Unidos.

Tamb�m foram atra�dos pelas fronteiras porosas do pa�s, pela economia dolarizada, pela corrup��o do Estado e pela falta de controle sobre a lavagem de dinheiro, dizem os especialistas.

- Golpe por golpe -

Para o diretor do centro de estudos colombiano Cerac, Jorge Restrepo, os cart�is operam no Equador "com menor custo de produ��o", porque est�o infiltrados em �rg�os estatais.

"H� um problema no Equador que a Col�mbia n�o tem hoje em dia e � que o Equador tem uma pol�tica de combate ao crime organizado que n�o impediu que a for�a p�blica e as organiza��es judiciais fossem infiltradas pelo crime organizado relacionado ao narcotr�fico", disse � AFP.

O diretor do programa de pesquisa sobre Ordem, Conflito e Viol�ncia da Universidade Central do Equador, Luis C�rdova Alarc�n, acredita que o in�cio da "viol�ncia criminosa extrema" remonta � explos�o de um carro-bomba em janeiro de 2018. O inusitado atentado deixou um quartel policial semidestru�do, e 23 feridos leves, em uma localidade na fronteira com a Col�mbia.

O autor do crime foi um dissidente da guerrilha colombiana FARC, que assassinou tr�s integrantes de uma equipe do jornal El Comercio, de Quito, e morreu nas m�os das for�as de seguran�a colombianas nesse ano. Entre as v�timas da viol�ncia no Equador tamb�m est�o prefeitos, ju�zes, promotores e dezenas de civis sem antecedentes criminais.

As apreens�es de coca�na est�o em alta e, nos �ltimos tr�s anos, passaram de 530 toneladas. Especialistas acreditam que o aumento das apreens�es e da a��o do Estado nas pris�es de onde operam muitos chef�es do crime organizado apenas agravou o problema.

"O Equador se torna cada vez mais violento pela forma como o Estado interv�m, por meio de suas for�as de seguran�a, no mercado de coca�na, ao 'decapitar' (capturar) chef�es e aumentar as apreens�es de coca�na", disse C�rdova Alarc�n.

Os criminosos tentam defender o neg�cio das drogas e outros ,como a extra��o ilegal de ouro e o tr�fico de armas, disse o especialista.

O crime organizado "j� est� tomando conta do Estado", afirmou.

- 'Estado emboscado' -

Ao atentado com carro-bomba, seguiram-se sangrentos massacres prisionais, devido �s disputas entre traficantes que deixaram mais de 430 presos mortos em quase tr�s anos.

Ao estilo do "narco" mexicano, come�aram a aparecer nas ruas do pa�s cad�veres desmembrados, corpos pendurados em pontes, al�m de sequestros para extors�o em que os captores cortaram os dedos e as orelhas de suas v�timas.

"Temos um Estado emboscado pelo crime organizado, e uma economia e uma sociedade sitiadas pelo mesmo crime organizado", disse outro especialista em seguran�a � AFP, pedindo para n�o ser identificado por medo de repres�lias.

As organiza��es criminosas t�m o poder de desafiar o Estado.

"T�m Intelig�ncia, muitos recursos, alta tecnologia, uma grande capacidade de infiltra��o", afirmou.

As gangues t�m dezenas de milhares de integrantes - tantos quanto a pol�cia, que conta com cerca de 60 mil agentes - e armas ainda mais sofisticadas.


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