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Estado de Minas CARACAS

Maduro e Partido Comunista da Venezuela passam de aliados naturais a inimigos


12/08/2023 18:34
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De aliados naturais a inimigos declarados: o Partido Comunista da Venezuela (PCV) denunciou, neste s�bado (12), um "ataque" � sua organiza��o ap�s a decis�o da justi�a de nomear uma nova junta diretora, formada por apoiadores do presidente Nicol�s Maduro.

O PCV apoiou o governo do falecido presidente socialista Hugo Ch�vez (1999-2013) desde o come�o, mas rompeu quando Maduro, tamb�m de esquerda, come�ou a flexibilizar o controle ferrenho do antecessor para dinamizar a economia.

A interven��o, anunciada na noite de sexta-feira pela Corte Suprema, de vi�s governista, � "um mandato de interven��o, de ataque, de usurpa��o do Partido Comunista da Venezuela (PCV)", disse � imprensa o secret�rio-geral da forma��o, Oscar Figuera.

A senten�a, similar a outras proferidas em 2020 contra alguns partidos opositores, ordena a nomea��o de uma "junta diretora ad hoc" para organizar os "processos democr�ticos internos que garantam os direitos � participa��o pol�tica dos associados" ao PCV.

A nova junta do PCV ser� presidida por Henry Parra, um dirigente que, em julho passado, apresentou um recurso contra a diretoria comunista, alegando que exclu�a as bases da organiza��o, segundo a senten�a.

Figuera assegura que sequer est� inscrito como militante do PCV, que mais cedo, em um comunicado, tachou a medida de "fraude processual".

"Cria um grave precedente na hist�ria pol�tica e jur�dica do pa�s, mas deixa em descoberto o car�ter autorit�rio, antidemocr�tico e reacion�rio do governo", ressaltou o texto.

- "Neoliberal" -

Figuera tacha Maduro de "neoliberal" por ter liberado os pre�os e permitido o uso do d�lar como moeda de fato, depois de anos em que foi considerado um crime.

Maduro, por sua vez, tem se referido a uma "esquerda covarde, derrotada, fracassada" e investido contra dirigentes "ultrapassados" e "desleais", entre os quais incluem-se ex-ministros e ex-colaboradores, que romperam sobretudo por esta estrat�gia econ�mica.

"Tentam calar as vozes que enfrentam a pol�tica neoliberal", insistiu Figuera. "Tentam criar uma falsa polariza��o para impedir que surja uma op��o verdadeira do campo popular, do campo dos trabalhadores".

As diferen�as tamb�m t�m a ver com a "c�pula" que chefia o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), fundado por Ch�vez em 2008 com o objetivo de reunir em uma �nica organiza��o pol�tica todos os grupos que apoiavam seu governo.

O PCV se manteve aut�nomo, ainda que apoiando o chavismo.

"H� uma diferen�a ideol�gica importante", explicou � AFP o cientista pol�tico Nicmer Evans. "Um partido socialista como o PSUV pode ter uma vis�o n�o privilegiada sobre a classe trabalhadora, como tem o Partido Comunista, que a coloca em primeiro lugar".

- "Inc�modo eleitoral" -

O consultor pol�tico Pablo Andr�s Quintero avaliou que a interven��o atende a uma "estrat�gia del governo" por "raz�es pol�tico-eleitorais".

Maduro tentar� um terceiro mandato de seis anos nas elei��es presidenciais de 2024, embora o pr�prio presidente tenha insinuado a possibilidade de antecip�-las para este ano.

O PCV, afirmou Quintero, representa "um problema para as elei��es no m�dio prazo". "� um partido que esteve muito pr�ximo do governo, conhece todos os seus movimentos, sua capacidade de resposta, conhece cada figura pol�tica � perfei��o".

"� um partido com experi�ncia e o que o governo est� buscando simplesmente � eliminar estes inc�modos eleitorais", acrescentou.

Em 2020, a Corte Suprema j� tinha intervindo no P�tria Para Todos (PPT) que, assim como o PCV, era aliado do chavismo em seus prim�rdios, e em outros grupos opositores tradicionais, como o A��o Democr�tica (AD), o Vontade Popular (VP) e o Primeiro Justi�a (PJ).

Embora seja cr�tico a Maduro, o PCV n�o se somou � alian�a opositora que quer escolher um candidato �nico para enfrentar Maduro em elei��es prim�rias repletas de obst�culos.

"Isto � uma escalada que se inicia nesta nova etapa com a interven��o do Partido Comunista da Venezuela e que vai terminar, sem d�vida alguma, na suspens�o das prim�rias e na antecipa��o das elei��es presidenciais como estrat�gia de governo", antecipou Evans.


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