"N�o sou meu pai, mas percorro o mesmo caminho que ele construiu e vamos percorr�-lo juntos", declarou o filho do presidente reformista Juan Jos� Ar�valo (1944-1951) diante de centenas de seguidores reunidos no Pra�a Central da capital guatemalteca.
"Seu sonho e seu legado continuam vigentes [...] tenho o mesmo desejo dele e dos revolucion�rios de 1944", acrescentou Ar�valo, ovacionado.
Ele surpreendeu no primeiro turno das elei��es de 25 de junho, pois n�o aparecia entre os favoritos nas pesquisas.
"H� anos somos v�timas, sendo presas, de pol�ticos corruptos", disse o candidato.
"Aqueles que querem que a Guatemala n�o mude t�m como principal porta-voz nossa advers�ria nestas elei��es", acrescentou sobre Torres, que � social-democrata como ele.
"Temos que ir votar (domingo). Votar � a �nica forma de levar nosso pa�s adiante, votar � a �nica op��o que temos para realizar nossos desejos, nossos sonhos. Essa vontade de ter uma vida digna", disse o l�der do partido Semilla.
"Porque votar � deixar claro que quem manda neste pa�s � o povo guatemalteco, e n�o os corruptos", acrescentou o soci�logo de 64 anos.
"Vamos deixar para tr�s as mentiras, o voto no menos pior, vendo nossas ruas cheias [de cartazes] da mesma cara, da mesma candidata, s� que cada vez mais maquiada", disse sobre a rival, arrancando gargalhadas dos presentes.
Ar�valo afirmou que este "n�o � um segundo turno comum, onde a candidata da mentira e da desinforma��o volta a competir contra o menos pior", em alus�o �s duas elei��es enfrentadas por Torres.
"Temos esperan�a de uma Guatemala melhor e que os mesmos corruptos n�o governem mais", disse � AFP a dona de casa Astrid Gonz�lez, de 43 anos, que compareceu ao com�cio com suas duas filhas adolescentes.
Benjam�n Arias, pedreiro de 44 anos, por sua vez, ergueu uma faixa onde se lia: "Cada voto no Semilla � um ato contra a corrup��o". "Queremos que o pa�s mude", disse eleas � AFP.
- 'Eterna tirania' -
A primavera iniciada em 1944 durou uma d�cada na Guatemala. Terminou de forma dram�tica com uma rebeli�o militar orquestrada pelos Estados Unidos que derrubou o presidente Jacobo �rbenz, sucessor de Juan Jos� Ar�valo.
O escritor guatemalteco Luis Cardoza y Arag�n (1904-1992), exilado no M�xico ap�s a queda de �rbenz, resumiu a hist�ria de seu pa�s com a frase: "Dez anos de primavera no pa�s da eterna tirania", em alus�o ao fato de a Guatemala ser conhecida como o pa�s da eterna primavera.
"Estamos em um momento muito feliz. Enchemos a pra�a com esse sentimento de renova��o, de pertencimento, de orgulho de ilus�o nesta nova primavera de que tanto precisamos", afirmou a arquiteta Nino Matute, vereadora eleita na capital pelo Semilla.
Quase 9,4 milh�es de guatemaltecos est�o registrados para eleger o sucessor do presidente Alejandro Giammattei, de direita, em um pa�s com altos �ndices de viol�ncia, corrup��o e pobreza.
Ar�valo lidera as inten��es de voto no segundo turno contra Torres, de acordo com pesquisas divulgadas na quarta-feira.
Torres, ex-mulher do ex-presidente social-democrata �lvaro Colom (2008-2012), encerrar� sua campanha na manh� de sexta-feira (18) em um mercado da capital.
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CIDADE DA GUATEMALA
Ar�valo cita o pai e a 'primavera' de 1944 ao encerrar campanha na Guatemala
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