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Estado de Minas BUENOS AIRES

Quatro pontos-chave para entender a onda de saques na Argentina


23/08/2023 17:13
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Uma s�rie de saques a supermercados e lojas na Argentina, supostamente organizados por grupos de bairros populares, deixou quase 200 detidos e alimenta o debate pol�tico em meio a uma disparada inflacion�ria a 60 dias das elei��es gerais de outubro.

1) O que aconteceu?

Os incidentes ocorreram entre a �ltima sexta-feira e esta quarta-feira (23).

Grupos supostamente auto-convocados pelas redes sociais for�aram a entrada em supermercados e outros estabelecimentos. Roubaram e causaram destrui��o nas prov�ncias de Buenos Aires (a mais populosa, quase 40% do total do pa�s), Mendoza (oeste), C�rdoba (centro), Neuqu�n (sudoeste) e R�o Negro (sul).

Uma loja na capital tamb�m foi alvo de um ataque, que conseguiu ser repelido por vizinhos.

De acordo com relat�rios oficiais divulgados em coletivas de imprensa, foram 150 tentativas de saques e 94 pessoas detidas em bairros da periferia da capital.

Em Mendoza, foram 66 presos. "S�o criminosos que agem de forma organizada, com a participa��o de menores de idade", segundo o comunicado do governo.

O promotor de C�rdoba, Ernesto de Arag�n, informou que "foram presas 23 pessoas por diversos ataques a com�rcios".

Tamb�m foram registradas mais de uma dezena de deten��es em Neuqu�n e R�o Negro.

2) A quem se atribuem os ataques?

Ra�l Castells, l�der de um movimento de ideologia nacionalista de direita, disse ao canal TV Cr�nica: "Eles est�o saindo em busca de comida e se n�o encontrarem comida, n�s, que somos os que estamos convocando isso (saques), estamos dizendo a eles que, sem roubar dinheiro ou quebrar nada, levem o que puderem para trocar por comida".

A equipe de checagem da AFP identificou a circula��o de v�deos, nas redes sociais, de saques que n�o correspondem ao momento atual.

Embora isolados, os acontecimentos remetem aos saques violentos registrados durante os governos dos sociais-democratas Ra�l Alfons�n, em 1989, e Fernando de la R�a, em 2001. No entanto, as tentativas reais de saques e roubos foram confirmadas pela pol�cia e pela imprensa.

Segundo o governador de Buenos Aires, Axel Kicillof, "vizinhos e vizinhas n�o participaram em massa nisso", destacando que "muitos moradores tentaram impedir que os violentos realizassem essas a��es".

3) Qual foi a rea��o do governo e da oposi��o?

Gabriela Cerruti, porta-voz do presidente peronista Alberto Fern�ndez, que n�o concorre � reelei��o, disse � r�dio Futurock que os candidatos presidenciais dos partidos La Libertad Avanza (extrema direita), Javier Milei, e Juntos por el Cambio (direita), Patricia Bullrich, "constroem seu discurso p�blico com base no desejo que t�m de que a democracia se desestabilize".

No entanto, o ministro da Seguran�a do governo, An�bal Fern�ndez, afirmou que "o que aconteceu n�o pode ser atribu�do a fulano ou sicrano".

J� para Milei, o candidato mais votado nas prim�rias de 13 de agosto (30% dos votos), "� tr�gico ver novamente depois de 20 anos as mesmas imagens de saques que vimos em 2001. Pobreza e saques s�o duas faces da mesma moeda", compartilhou nas redes sociais.

Bullrich, que ficou em segundo lugar (27%), disse � r�dio Rivadavia: "Precisamos de ordem e restaurar a autoridade".

4) Em que contexto ocorrem os ataques?

Com uma das infla��es mais altas do mundo - mais de 100% em compara��o ao mesmo per�odo no ano anterior -, a Argentina v� o �ndice de pobreza chegar a 40%.

Uma desvaloriza��o de 21% foi acordada h� 10 dias com o Fundo Monet�rio Internacional para desbloquear os desembolsos de um programa de cr�dito de US$ 44 bilh�es (R$ 217 bilh�es na cota��o atual), disse o ministro da Economia e candidato presidencial pr�-governo, Sergio Massa.

Seguiu-se uma enxurrada de reclama��es da popula��o ap�s a revis�o dos pre�os em 30%.

Segundo consultores, o custo de vida deve chegar aos dois d�gitos em agosto e setembro.

Nesta quarta (23), um porta-voz do ministro da Economia argentino informou que a diretoria executiva do FMI "aprovou o desembolso de 7,5 bilh�es de d�lares" (36,7 bilh�es de reais), correspondentes � quinta e sexta revis�es do acordo do Fundo com a Argentina.


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