O problema "s�o os pr�prios combust�veis f�sseis e ponto final", disse em junho o secret�rio-geral da ONU, Ant�nio Guterres, responsabilizando o petr�leo, o carv�o e o g�s pelas ondas de calor que recentemente atingiram o Hava�, Canad� e a Gr�cia.
Estes s�o "incompat�veis" com a sobreviv�ncia da humanidade, afirmou ele, que recebe em Nova York, em setembro, uma c�pula internacional sobre o clima antes da COP28, que ser� realizada em Dubai no in�cio de dezembro.
Paradoxalmente, esta confer�ncia nos Emirados �rabes Unidos ser� presidida pelo diretor-executivo da companhia petrol�fera nacional do pa�s do Golfo.
O Greenpeace acusou, na quarta-feira (23), empresas europeias de petr�leo e g�s de "n�o fazerem nada" pela transi��o energ�tica e de "n�o cumprirem completamente seus compromissos clim�ticos".
De acordo com a ONG, que analisou os resultados das 12 principais empresas de petr�leo e g�s da Europa em 2022, estas destinaram em m�dia 92,7% de seus investimentos aos combust�veis f�sseis. Somente 7,3% foi direcionado a "uma produ��o de energia sustent�vel e a solu��es de baixo carbono".
O Greenpeace tamb�m criticou que a energia renov�vel (que n�o emite CO2) gerada por estas gigantes petroleiras representa apenas 0,3% de sua produ��o energ�tica global, contra os 99,7% procedentes dos combust�veis f�sseis.
Denunciando a falta de uma "estrat�gia coerente", a ONG pede aos governos europeus uma "regula��o estrita da ind�stria das energias f�sseis" para for��-la a "mudar de rumo" e a "interromper todos os novos projetos de explora��o de petr�leo e g�s".
- Mudan�a de rumo -
A maioria destas 12 empresas se comprometeu a alcan�ar a neutralidade do carbono at� 2050, entretanto, obtiveram lucros hist�ricos no ano passado.
"Menos de 1%" da produ��o da francesa TotalEnergies "emergiu de fontes de energia renov�veis" em 2022 e 88% dos seus investimentos ainda foram direcionados para combust�veis f�sseis, denunciou a entidade, acrescentando que o grupo planeja "aumentar sua produ��o de petr�leo e g�s nos pr�ximos anos".
A empresa francesa, por sua vez, n�o negou os n�meros divulgados, entretanto, ressaltou o progresso alcan�ado.
"Os investimentos da TotalEnergies na transi��o energ�tica passaram de 2 bilh�es de euros (cerca de 11 bilh�es de reais na cota��o atual) em 2020 para 3 bilh�es de euros (16 bilh�es de reais) em 2021 e depois a 4 bilh�es de euros (em torno de 22 bilh�es de reais) em 2022", disse o grupo em uma breve resposta � AFP.
Em 2023, a companhia estima investir 5 bilh�es de euros (27 bilh�es de reais) em energias renov�veis e de baixo carbono, o que representar� "pela primeira vez mais investimento em energia de baixo carbono do que em novos projetos de hidrocarbonetos", afirmou.
Outra empresa analisada � a espanhola Repsol, com forte presen�a na Am�rica Latina. Em seu caso, o Greenpeace destaca que as energias renov�veis representaram apenas 18% de seu investimento em 2022 e tamb�m menos de 1% da produ��o energ�tica.
Segundo Robert Bell, professor de gest�o no Brooklyn College da Universidade da Cidade de Nova York, � dif�cil que estas empresas deixem de investir em combust�veis f�sseis.
"Elas s�o for�adas a pagar dividendos elevados aos fundos de pens�es para manterem as suas a��es", disse ele em uma coluna no jornal franc�s Le Monde, ap�s destacar problemas do mercado de a��es de gigantes petroleiras que investiram em energias renov�veis.
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