Entre os membros do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) est� o controlador Elvis Amoroso, respons�vel por inabilitar l�deres da oposi��o como Mar�a Corina Machado ou Henrique Capriles para ocupar cargos p�blicos, de acordo com a lista aprovada por maioria qualificada na Assembleia Nacional.
"Juram realizar de forma impec�vel (...) as pr�ximas elei��es de singular import�ncia que ser�o realizadas nos anos de 2024 e 2025? Se assim o fizerem, que Deus e a p�tria, que seus filhos e suas filhas, os premiem. Caso contr�rio, cobrem de voc�s. Ficam voc�s empossados como reitoras e reitores", disse o presidente do Legislativo, Jorge Rodr�guez, ao tomar o juramento dos eleitos para formar o CNE.
Ainda sem data marcada, as elei��es presidenciais est�o previstas para 2024 e as dos governadores e prefeitos para 2025.
O controlador � acompanhado na dire��o do CNE por Rosalba Gil, Carlos Quintero, Aim� Nogal e Juan Carlos Delpino.
Amoroso, Gil e Quintero s�o associados pela imprensa ao chavismo, enquanto Nogal e Delpino s�o vinculados � oposi��o. Espera-se que na sexta-feira seja escolhido o presidente do �rg�o eleitoral.
- "Afugentar o voto" -
Amoroso, de 60 anos, foi deputado do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e atuava como controlador-geral desde 2017. Foi ocupando este cargo que ele inabilitou uma longa lista de l�deres opositores, impedindo-os de participar de elei��es. Estas medidas foram repudiadas pelos Estados Unidos e pela Uni�o Europeia, por considerarem que violam os "direitos pol�ticos b�sicos".
Entre os inabilitados est�o Machado e Capriles, aspirantes �s prim�rias de 22 de outubro, nas quais a oposi��o busca um candidato para desafiar Maduro no ano que vem.
Freddy Superlano, pr�-candidato que substituiu Juan Guaid� quando ele deixou a Venezuela, tamb�m est� inabilitado.
A lei faculta � Controladoria inabilitar funcion�rios por via administrativa, embora a Constitui��o estabele�a que apenas uma senten�a judicial "definitivamente firme" possa impedir algu�m a concorrer � Presid�ncia.
A nova designa��o provocou o rep�dio dos l�deres da oposi��o. Capriles reagiu na rede social X, antigo Twitter, acusando o governo Maduro de tentar fomentar a absten��o.
"Quer afugentar o voto, vai tentar nos tirar da via eleitoral e nos distrair do objetivo que une todos os venezuelanos: deixar para tr�s o pior governo da hist�ria do nosso pa�s", disse o pr�-candidato.
"Este Conselho Nacional Eleitoral � produto do mais amplo consenso (...), conta com o apoio das grandes maiorias", retrucou o presidente do Parlamento.
At� agora, Gil era secret�ria do Parlamento governista, enquanto Quintero tinha renunciado recentemente do posto de suplente de reitor.
Em junho, os reitores renunciaram em plen�rio no que a oposi��o denunciou como uma manobra contra suas prim�rias.
Nogal � militante do partido de oposi��o Um Novo Tempo, do governador do estado petroleiro de Zulia, Manuel Rosales; e Delpino tem rela��o com a A��o Democr�tica, uma das organiza��es pol�ticas com maior tradi��o na Venezuela.
- Negocia��es -
O tema das inabilita��es foi um dos pontos altos nas negocia��es entre o governo Maduro e a oposi��o no M�xico, em prol de acordos que permitissem que os inabilitados se candidatassem, mas os di�logos est�o congelados h� meses.
As inabilita��es enviam uma "mensagem contr�ria" � realiza��o de "elei��es livres e justas", criticou o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, lembrando que a Casa Branca mostrou-se disposta a suspender progressivamente as san��es contra a Venezuela se houver elei��es presidenciais "limpas".
Washington n�o reconhece a reelei��o de Maduro em 2018, depois que o grosso da oposi��o denunciou "uma fraude".
"As mal chamadas san��es (...) s�o ilegais, ileg�timas e criminosas", disse nesta quinta Rodr�guez sobre informa��es veiculadas pela imprensa de uma negocia��o reativada com a Casa Branca.
CARACAS