A morte de Prigozhin foi verificada por geneticistas e confirmada pelas autoridades russas neste domingo. O empres�rio estava na lista de passageiros de um avi�o que caiu na regi�o de Tver, a noroeste de Moscou, em que todas as dez pessoas a bordo morreram.
A lista inclu�a o seu bra�o direito, Dmitri Utkin, chefe de opera��es do grupo paramilitar.
O bilion�rio de 62 anos organizou um motim armado contra o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, em 24 de junho, depois de acus�-lo de ordenar o bombardeio das bases do grupo Wagner na retaguarda da frente ucraniana.
Prometeu ent�o "frear" a lideran�a militar em Moscou, ressaltando que possu�a "25 mil" combatentes � sua disposi��o, e convocou os russos a se unirem a ele para "acabar com a desordem".
Esta revolta fez com que Putin o chamasse de "traidor" e alertasse para o risco de uma "guerra civil".
Os homens de Wagner conseguiram tomar quart�is no sudoeste da R�ssia e iniciaram uma marcha em dire��o a Moscou, mas Prigozhin recuou e p�s fim ao motim naquele mesmo dia.
Em troca, o l�der dos mercen�rios foi perdoado a princ�pio e chegou a um acordo que permitiu que ele se exilasse em Belarus e seus homens se juntassem ao Ex�rcito regular russo.
Mas o fundador do grupo Wagner voltou v�rias vezes � R�ssia e chegou a ser recebido no dia 29 de junho por Putin no Kremlin.
Na noite de segunda-feira, ele apareceu em um v�deo divulgado por grupos pr�ximos ao Wagner afirmando estar na �frica, para "tornar a R�ssia ainda maior em todos os continentes e a �frica ainda mais livre".
- Na linha de frente -
O pr�prio Prigozhin esteve preso na R�ssia por quase uma d�cada no fim da era sovi�tica, posteriormente, passou a vender cachorro-quente em S�o Petersburgo, antes de ganhar destaque no ramo hoteleiro e subir at� chegar �s altas esferas como empres�rio e entrar em outros neg�cios, como a cria��o de um grupo paramilitar, o Wagner.
Por anos, ele fez o trabalho nas sombras para o Kremlin, enviando mercen�rios de seu grupo privado a cen�rios de conflito no Oriente M�dio e na �frica, mas sempre negando qualquer envolvimento.
A estrat�gia, entretanto, mudou com o in�cio da ofensiva na Ucr�nia em fevereiro de 2022.
Em maio daquele ano, o chefe paramilitar obteve sua consagra��o ao reivindicar a conquista da cidade de Bakhmut (leste), uma das poucas vit�rias das for�as russas, ap�s meses de duros combates.
Meses depois, em setembro, quando os militares russos sofriam grandes perdas, Prigozhin se apresentou pela primeira vez como o fundador do grupo Wagner.
Mas durante a batalha por Bakhmut, as tens�es com o Estado-Maior russo aumentaram. Prigozhin acusou os militares de economizarem muni��o e publicou v�deos nos quais insultava os comandantes russos.
Em outubro, instalou seus escrit�rios em um edif�cio espelhado e luxuoso de S�o Petersburgo, e come�ou a recrutar milhares de homens nas pris�es russas.
A oferta feita aos condenados era lutar em troca de uma anistia, mas com uma advert�ncia: os desertores e aqueles que se deixassem capturar seriam executados.
Quando circulou um v�deo de um suposto desertor do grupo sendo morto com golpes de marreta, Prigozhin n�o hesitou em elogiar o crime e classificar de "c�o" o homem executado.
"N�o bebam muito, n�o se droguem, n�o estuprem ningu�m", disse tamb�m a um grupo de prisioneiros que havia lutado por seis meses e recuperado a liberdade.
Ao contr�rio dos generais russos, criticados por n�o comparecerem pessoalmente �s batalhas, Prigozhin posou orgulhoso ao lado de seus mercen�rios, supostamente na linha de frente.
No in�cio do ano, publicou uma mensagem da cabine de um ca�a Su-24 e desafiou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, para um duelo a�reo.
"Se voc� quiser, nos vemos nos c�us. Se vencer, voc� fica [com Bakhmut]", afirmou.
MOSCOU