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Estado de Minas VARS�VIA/DRESDEN

Ucranianos desertam 'para deixar de ver' os horrores da guerra


01/09/2023 09:13
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"Vi uma cabe�a decepada e muitas outras atrocidades", conta o ucraniano Ivan Ishchenko, que desertou no ano passado depois de um m�s no front, embora tenha sido for�ado a pagar uma fortuna em subornos e sofrido inf�mia.

Assim como ele, outros homens inicialmente determinados a combater a invas�o russa preferiram fugir da viol�ncia da guerra, usando as redes de corrup��o que corroem o pa�s.

"Eu costumava pensar que era um super-her�i, mas quando voc� v� a guerra pessoalmente, percebe que n�o tem nada a ver com ela", disse � AFP o homem de 30 anos.

Para deixar a guerra, ele pagou 5.000 d�lares (24.606 reais na cota��o atual) em subornos.

Um carro com placa do governo deixou-o em uma floresta perto da Hungria, onde cruzou a fronteira de forma clandestina atrav�s de um buraco em uma cerca.

Por causa da guerra, os ucranianos com idades entre 18 e 60 anos n�o t�m o direito de sair do territ�rio, exceto com autoriza��o especial.

Os desertores s�o punidos com at� 12 anos de pris�o e aqueles que se op�em ao servi�o militar podem ser condenados a cinco anos de pris�o.

Ishchenko agora est� for�ado ao ex�lio. Circula pela Europa e atualmente est� em Dresden, no leste da Alemanha.

Embora a invas�o russa tenha unido a na��o, alguns preferem partir. Desde o in�cio da guerra, 13.600 pessoas que tentavam deixar o pa�s clandestinamente foram detidas, segundo o porta-voz da guarda de fronteira, Andri Demshenko.

Outras 6.100 foram detidas com documentos falsificados, o que d� uma ideia da magnitude do fen�meno, embora a AFP n�o tenha obtido das autoridades globais estat�sticas sobre todos aqueles que conseguiram evitar os combates.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, abordou publicamente o problema no in�cio de agosto, demitiu todos os oficiais de recrutamento regionais e 200 centros foram revistados.

O presidente denunciou a corrup��o na administra��o dos recrutas, qualificando-a de "trai��o".

- Corrup��o end�mica -

Este tipo de solu��o n�o � nova e a corrup��o � end�mica na Ucr�nia h� d�cadas.

"Todo mundo conhece algu�m que pode ajudar", confirma � AFP outro exilado, que se apresenta como Ivan e prefere n�o revelar o sobrenome.

Ele foi dispensado em maio gra�as a um atestado m�dico falso, pelo qual pagou 5 mil d�lares. "Sei que � errado", confessa o jovem de 24 anos.

Os ucranianos que se recusam a lutar enfrentam a culpa quando encontram compatriotas no oeste europeu.

� o caso de Yevgen Kuruch, que muitas vezes se encontra em situa��es embara�osas ao volante do seu t�xi em Vars�via.

"Disseram-me 'os nossos maridos est�o lutando no front e voc�s, covardes, est�o escondidos!'", contou o oficial da reserva de 38 anos, que estava na Pol�nia quando a guerra come�ou e se recusou a voltar ao seu pa�s.

Um homem da sua idade n�o passa despercebido entre o milh�o de ucranianos acolhidos na Pol�nia. Metade dos refugiados s�o crian�as e mais de 75% dos adultos s�o mulheres separadas dos seus c�njuges, recrutados para a guerra.

Ele entende que se trata de uma quest�o "dolorosa" e "conflitante".

"Sei que tenho que defender o meu pa�s, mas a minha fam�lia precisa de mim e tenho o dever de cuidar dela", explica.


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