Boric e antecessores assinam compromisso pela democracia aos 50 anos do golpe no Chile

O governo de Gabriel Boric e quatro ex-presidentes chilenos comprometeram-se, nesta quinta-feira (7), a "defender a democracia das amea�as autorit�rias", dias antes do 50� anivers�rio do golpe de Estado no Chile, um anivers�rio que aumenta cada vez mais a tens�o pol�tica no pa�s.

Os ex-presidentes de centro-esquerda Eduardo Frei (1994-2000), Ricardo Lagos (2000-2006) e Michelle Bachelet juntamente com ex-mandat�rio de direita Sebasti�n Pi�era assinaram, ao lado de Boric, o chamado "Compromisso pela democracia", de acordo com o documento divulgado pelo pal�cio presidencial de La Moneda.

Os l�deres, que governaram ap�s o fim da ditadura, em 1990, assinaram a declara��o em prol da democracia �s v�speras da cerim�nia comemorativa oficial, que ser� chefiada por Boric em 11 de setembro.

"Queremos preservar e proteger esses princ�pios civilizat�rios das amea�as autorit�rias, da intoler�ncia e do desprezo pela opini�o do outro", diz o texto.

A oposi��o de direita tamb�m foi convidada a aderir ao compromisso, bem como � cerim�nia, mas se recusou, alegando um poss�vel "ambiente hostil", devido �s acusa��es de promover discursos negacionistas em rela��o a um regime que deixou mais de 3.200 mortos e desaparecidos.

"N�o podemos estar constantemente implorando a partidos pol�ticos democr�ticos que adotem um compromisso t�o simples, que foi elaborado precisamente com a inten��o de que todos o assinem", disse o presidente Boric nesta quinta-feira.

Exceto pelo ultraconservador Partido Republicano, as for�as de direita emitiram sua pr�pria declara��o na quarta-feira, na qual pediram o fortalecimento da democracia.

Com 37 anos, Boric � o presidente mais jovem do Chile e o �nico nascido ap�s a ditadura.

"N�o se trata apenas de mais uma declara��o, trata-se de um compromisso com o futuro. Essas discuss�es acabam afastando a popula��o do que � realmente importante, que � a valoriza��o da democracia", acrescentou o presidente.

Boric buscava selar um compromisso semelhante ao assumido pelos ex-presidentes uruguaios e pelo atual presidente Luis Lacalle Pou, que, no 50� anivers�rio do golpe de Estado em seu pa�s, concordaram com um muito celebrado "nunca mais", em eventos que contaram com a presen�a de todos eles.