Ap�s vencer cinco consultas, Sheinbaum obteve, na quarta-feira passada, a indica��o do Morena, partido do presidente Andr�s Manuel L�pez Obrador, mas Ebrard, segundo colocado nestas pesquisas, n�o reconheceu sua validade, alegando irregularidades.
"Se estas diferentes circunst�ncias que ocorreram (...) continuarem iguais, eu n�o teria mais interesse em ficar no Morena", advertiu o ex-ministro em declara��o � imprensa, um dia depois de apresentar a um comit� de �tica do partido uma a��o pedindo a anula��o e a repeti��o do processo.
Ele aventou, ainda, a possibilidade de se candidatar � Presid�ncia com um partido pol�tico pr�prio, que seria lan�ado em 18 de setembro.
Sheinbaum, ex-prefeita da Cidade do M�xico, de 61 anos, desqualificou a reivindica��o de Ebrard.
"Revisamos a impugna��o, n�o tem muito fundamento", afirmou a candidata � TV Milenio, anunciando que a a��o ser� respondida "juridicamente". Al�m disso, ela disse que as diferen�as com Ebrard n�o significam uma ruptura partid�ria.
De qualquer forma, embora o inconformismo de Ebrard j� tenha causado uma cis�o, sua eventual sa�da do Morena teria impacto limitado, segundo analistas.
O ex-chanceler, de 63 anos, denunciou na segunda-feira que respons�veis por organizar as consultas promoveram Sheinbaum, que - segundo ele - tamb�m se beneficiou do uso de recursos p�blicos e recebeu informa��o privilegiada sobre os locais onde as consultas seriam realizadas para fazer propaganda.
Ele tamb�m se refere � coa��o dos consultados mediante "amea�as, viol�ncia e intimida��o", segundo o recurso de anula��o, difundido parcialmente por ve�culos de imprensa locais.
- Sem risco de um racha -
Sheinbaum, que vai disputar a Presid�ncia com a senadora opositora de origem ind�gena X�chitl G�lvez, venceu as consultas com vantagem de 10 a 15 pontos percentuais, e seu favoritismo tinha sido antecipado por outras pesquisas.
Esta ser� a primeira vez que duas mulheres v�o disputar a Presid�ncia do M�xico, um pa�s com longa tradi��o machista e duramente afetado pela viol�ncia de g�nero. Outros quatro pr�-candidatos participaram da consulta do Morena, favorito para permanecer no poder por mais seis anos.
A ex-prefeita, vista desde o come�o do processo como a favorita do popular presidente L�pez Obrador, voltou a acenar a bandeira da paz para Ebrard. "Aqui as portas continuam abertas para que volte", disse.
Para analistas como Pablo Majluf, o ex-pr�-candidato est� em uma encruzilhada, pois suas den�ncias s�o dif�ceis de provar e os resultados das consultas foram contundentes.
A eventual deser��o de Ebrard n�o provocaria uma divis�o no Morena, onde, segundo estimativas da imprensa, ele � apoiado por cerca de 80 deputados dos 275 que formam a alian�a governista. Estes condicionam seu apoio "�s chances de vit�ria que tiver em sua rebeldia", afirma Majluf.
L�pez Obrador tem dito que confia em que seu ex-chanceler, a quem costuma chamar de "irm�o" e "amigo", acabe decidindo apoiar a continuidade do projeto de "transforma��o".
M�XICO