"As mudan�as que aconteceram n�o s�o suficientes para que as jogadores se sintam em um lugar seguro, onde mulheres s�o respeitadas, que aposte no futebol feminino e onde possamos dar o nosso m�ximo", diz a nota assinada por 21 das 23 jogadoras que estiveram no Mundial em agosto, divulgada as redes sociais pela ganhadora de duas Bolas de Ouro Alexia Putellas.
"S�o necess�rias mudan�as contundentes nos cargos de lideran�a" da federa��o, ainda dirigida por pessoas da confian�a de Rubiales, acrescenta o comunicado, que foi assinado por um total de 39 jogadoras na mesma hora em que a nova treinadora da sele��o feminina, Montse Tom�, deveria anunciar a lista de convocadas para os jogos da Liga das Na��es contra Su�cia e Su��a.
Segundo fontes da federa��o, a lista n�o ser� mais divulgada nesta sexta-feira. Uma nova data n�o foi informada.
Para voltar a defender a sele��o, as jogadoras pedem a sa�da do presidente interino, Pedro Rocha, e uma "reestrutura��o do organograma do futebol feminino" e do gabinete da presid�ncia e da secretaria geral.
O an�ncio voltou a sacudir o futebol espanhol, ap�s algumas vozes terem se mostrado otimistas nos �ltimos dias sobre o retorno das jogadoras da sele��o, com a demiss�o na semana passada do t�cnico Jorge Vilda, cuja metodologia tinha sido criticada pelas atletas, e a esperada ren�ncia de Rubiales, anunciada no ultimo domingo.
- Rubiales se apresenta � Justi�a -
O agora ex-presidente da RFEF foi interrogado nesta sexta-feira como investigado no processo aberto por um suposto crime de "agress�o sexual", derivado do beijo for�ado que deu na jogadora Jenni Hermoso em 20 de agosto, durante a entrega de medalhas da Copa do Mundo feminina, que gerou uma onda de indigna��o.
Ap�s seu depoimento, realizado a portas fechadas, o juiz Francisco de Jorge imp�s como medida cautelar que Rubiales n�o pode se aproximar a menos de 200 metros de Hermoso, que joga no Pachuca do M�xico, nem entrar em contato com ela durante a investiga��o.
Segundo fontes pr�ximas do Minist�rio P�blico espanhol, o dirigente voltou a negar a falta de consentimento no beijo.
Em uma entrevista a uma emissora de televis�o brit�nica, Rubiales j� tinha afirmado que se tratou de "um ato m�tuo".
"N�o foi intencional. N�o tinha conota��o sexual de nenhum tipo, foi s� um momento de felicidade, a grande alegria do momento", afirmou. "Minhas inten��es eram nobres, 100% n�o sexuais".
Tal vers�o n�o bate com o que diz Hermoso, que apresentou uma den�ncia na semana passada e havia indicado que se sentiu "vulner�vel e v�tima de uma agress�o" quando recebeu o beijo, que para ela foi "um ato impulsivo, machista, fora de contexto e sem nenhum tipo de consentimento".
A advogada da jogadora, Carla Vall, repetiu nesta sexta-feira que "foi um beijo n�o consentido" e ressaltou que, "gra�as a esse v�deo, todo o mundo, todo o pa�s, p�de observar como n�o existiu nenhum tipo de consentimento".
- Fase inicial -
Ap�s o fim da investiga��o, que est� apenas come�ando, o juiz � frente do caso dever� decidir se Rubiales ter� que ir a julgamento. Por se tratar de uma investiga��o que ainda est� em fase inicial, n�o � esperada nenhuma decis�o a curto prazo.
Desde uma recente reforma no C�digo Penal espanhol, um beijo n�o consentido pode ser considerado agress�o sexual, uma categoria penal que agrupa todos os tipos de viol�ncia sexual.
As penas por um beijo for�ado podem ir desde uma multa at� quatro anos de pris�o, de acordo com fontes do Minist�rio P�blico, que tamb�m contempla um suposto crime de coa��o.
Em seu depoimento, Hermoso afirmou que "tanto ela como seu entorno mais pr�ximo sofreram uma press�o constante e reiterada por parte de Luis Rubiales e seu entorno profissional para justificar e aprovar os fatos", de acordo com a queixa apresentada pelo Minist�rio p�blico.
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MADRI
Juiz pro�be Rubiales de se aproximar de Hermoso; crise no futebol espanhol se agrava
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