A presidente da Comiss�o Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou na quarta-feira uma investiga��o e acusou a China de manter os pre�os dos autom�veis el�tricos "artificialmente baixos por meio de subs�dios".
O Minist�rio do Com�rcio chin�s lamentou o "protecionismo manifesto" da UE e alertou que a a��o teria "um impacto negativo na rela��es econ�micas e comerciais entre China e UE".
O com�rcio com a China representa aproximadamente 2,5% do PIB da zona do euro, mas o comiss�rio europeu de Economia, Paolo Gentiloni, n�o parecia preocupado com as amea�as chinesas.
"Acredito que n�o h� uma raz�o espec�fica para repres�lias, mas sempre � poss�vel", disse ele antes de uma reuni�o de ministros da Economia da zona do euro na cidade espanhola de Santiago de Compostela.
O ministro da Economia da Fran�a, Bruno Le Maire, afirmou que a UE n�o deve temer ningu�m em termos de repres�lias econ�micas.
"N�o devemos ter medo de nenhum pa�s. Somos a UE. Somo o mercado �nico. Somo um dos mais poderosos continentes econ�micos do mundo", disse o funcion�rio franc�s � emissora Bloomberg.
Ao chegar � reuni�o em Santiago de Compostela, Le Maire afirmou que a decis�o sobre a investiga��o "foi tomada para proteger os interesses da ind�stria europeia e os interesses de todas as empresas privadas europeias".
"Isso n�o � nada contra a China, porque a China � um parceiro econ�mico importante para a Europa", acrescentou.
Enquanto isso, a Alemanha, um dos maiores fabricantes de autom�veis do mundo, se mostrou mais reticente, j� que suas grandes e famosas marcas est�o mais expostas ao mercado chin�s que as montadoras francesas.
Embora Berlim tivesse preocupa��es antes do an�ncio, o ministro da Economia alem�o, Christian Lindner, deu respaldo � investiga��o em declara��es nesta sexta-feira.
Por seu lado, Gentiloni admitiu que o n�vel do com�rcio com a China "� diferenciado entre os Estados membros".
- 'Superpot�ncia comercial mundial' -
A ministra da Economia espanhola, Nadia Calvi�o, insistiu que a UE era "uma superpot�ncia comercial mundial" e apoiou as a��es da comiss�o contra a China.
"Estou absolutamente convencida que a Comiss�o Europeia seguir� impulsionando uma pol�tica comercial apoiada em um marco comercial aberto e baseado em regras", afirmou.
Especialistas da UE suspeitam que a enorme diferen�a nos pre�os dos autom�veis el�tricos fabricados na China pode ser fruto de pr�ticas ilegais, embora a China argumente que sua ind�stria est� colhendo os benef�cios dos investimentos feitos nos �ltimos anos.
Na corrida por produzir mais tecnologia limpa, a UE quer evitar repetir os erros do passado.
Quando a R�ssia invadiu a Ucr�nia, em 2022, a UE apressou o processo para encontrar fontes alternativas de energia aos hidrocarbonetos russos e investiu bilh�es de euros na reconvers�o da produ��o.
Desde ent�o, Von der Leyen impulsionou uma iniciativa para garantir o fornecimento de mat�rias primas cruciais da Europa.
A UE tamb�m aprovou um plano para aumentar a produ��o de microprocessadores na Europa para produzir os componentes necess�rios a sua ind�stria.
No entanto, a UE tamb�m enfrenta desafios de seu aliado do outro lado do Atl�ntico.
Em 2022, os Estados Unidos aprovaram a Lei de Redu��o da Infla��o (IRA, sigla em ingl�s), que destina cerca de US$ 370 bilh�es (R$ 1,8 trilh�o) em subs�dios � transi��o energ�tica.
Esse plano inclui isen��es fiscais para os ve�culos el�tricos fabricados nos Estados Unidos.
SANTIAGO DE COMPOSTELA