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Estado de Minas LISBOA

Ansiedade clim�tica leva seis jovens portugueses a processar 32 Estados


20/09/2023 10:44
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Ver sua casa "coberta de cinzas" ap�s um inc�ndio florestal mortal foi um gatilho para a portuguesa Claudia Agostinho, que, junto com outros cinco jovens compatriotas, levou 32 Estados � Justi�a europeia por sua ina��o ante a mudan�a clim�tica.

"Foi terrivelmente assustador", diz esta enfermeira de 24 anos, residente de Leiria, no centro, uma regi�o devastada pelos inc�ndios florestais em 2017.

A jovem diz que "foi essa ansiedade que me levou a agir", antes de sua den�ncia ser analisada no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH).

Assim como os demais demandantes, Claudia estima que as ondas de calor e os inc�ndios florestais que atingem seu pa�s todos os anos s�o um resultado direto do aquecimento clim�tico.

"A Justi�a tem muito poder, por isso quer�amos fazer ouvir nossa voz por este meio", explica Sofia Oliveira � AFP, que quis "deixar este mundo" depois da "como��o" causada pelos inc�ndios respons�veis por mais de 100 mortes.

"Queremos que o nosso caso leve os governos a agir", insiste a estudante de 18 anos, que vive em Lisboa.

Emblem�tico pelo n�mero de autores e r�us, o caso ser� analisado pelo TEDH em 27 de setembro, em Estrasburgo (leste da Fran�a).

Os 32 Estados europeus s�o acusados de n�o terem feito o suficiente para reduzir suas emiss�es de gases do efeito estufa, nesta den�ncia feita pelos seis jovens, com idades de 11 aos 24 anos.

"Jovens j� apresentaram a��es judiciais pela mudan�a clim�tica perante outros tribunais do mundo, mas � a primeira vez no TEDH e � a primeira vez que uma quest�o ligada aos direitos dos jovens � ouvida", explica � AFP o advogado que os representa, Gerry Liston, que atua na ONG brit�nica Global Legal Action Network (GLAN).

- "Existem solu��es" -

Uma vit�ria nesse caso seria um ponto de inflex�o, porque a decis�o solicitada seria "juridicamente vinculante", sustenta Liston.

Na origem do processo est� uma jurista volunt�ria da GLAN, Rita Mota, que sugeriu a ideia de apresentar uma den�ncia para sua prima, Claudia Agostinho.

A ela, juntaram-se seu irm�o Martim (20 anos), sua irm� Mariana (11 anos) e sua vizinha Catarina Mota (23 anos). O grupo seria completado por Sofia Oliveira e seu irm�o Andr� (15 anos), cujo pai � amigo de Mota, a jurista militante.

"S�o jovens completamente normais. N�o foram recrutados", disse Rita Mota � AFP. "Foram eles que me disseram que esperavam poder fazer algo para que isso n�o acontecesse novamente", acrescenta.

A den�ncia foi apresentada em 2020. Ao longo dos anos, aprenderam a defender sua causa.

Na �poca, entretanto, ainda n�o tinha acontecido o turbilh�o de greves escolares e de grandes marchas juvenis pelo clima, e as coisas avan�avam lentamente.

"A GLAN � uma organiza��o pequena. Precisava de uma campanha de arrecada��o de fundos" e "arrastar os jovens para falar com jornalistas".

"O fato de serem capazes de agir de forma concreta e tang�vel d� a eles, acredito eu, um sentimento de impot�ncia menos importante", afirma Mota.

"Queremos mostrar que existem solu��es, que ainda podemos mudar e que n�o temos de desistir", afirma Sofia, orgulhosa de receber o apoio de Greta Thunberg e Leonardo di Caprio, por exemplo.

- "Direito a uma vida saud�vel" -

"Se o nosso caso for levado em conta, haver� san��es para os governos que n�o cumprirem suas promessas. Porque � a vida das pessoas que est� em jogo", afirma o irm�o de Sofia, Andr�.

O adolescente � asm�tico e n�o pode praticar esportes, se estiver muito quente. "Isso est� cada vez pior, e temos cada vez mais medo", ressalta.

"Isso ser� ainda pior para a gera��o dos nossos filhos e n�o podemos permitir isso", acrescenta o estudante, que tomou consci�ncia da crise clim�tica desde muito jovem ao conversar com os pais, formados em biologia.

Claudia, a mais velha das denunciantes, fala do apego de sua fam�lia a um mundo rural abandonado e de sua responsabilidade para com o futuro das crian�as.

"� preciso tomar medidas para garantir o direito a uma vida saud�vel, que � o direito mais b�sico de qualquer ser humano. � tudo o que pedimos aos governos. � o b�sico", destaca a enfermeira.


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