Confira abaixo tr�s aspectos importantes desta corrida eleitoral com primeiro turno em 22 de outubro.
- Dolarizar? -
Milei surpreendeu nas prim�rias obrigat�rias (PASO) de agosto, ao atingir 30% dos votos, � frente de Massa, de centro-esquerda e aliado da ex-presidente Cristina Kirchner, assim como da ex-ministra do Interior Patricia Bullrich, candidata da direita, a quem ele se refere como parte da "casta pol�tica" argentina.
O economista libert�rio de extrema direita capitalizou o descontentamento neste pa�s que registrou, em agosto, sua infla��o mais alta desde 1991, chegando a 12,4% (124,4% interanual), com uma moeda desvalorizada e uma pobreza que ultrapassa os 40%.
Nos seus com�cios, Milei j� apareceu de luvas de boxe e com uma motosserra, com a qual evoca os cortes que pretende fazer nos servi�os p�blicos, no tamanho do Estado e na "casta parasit�ria" em geral. Ele tamb�m apareceu com uma nota gigante de US$ 100 com seu rosto estampado, s�mbolo da dolariza��o que ele defende.
Desde sua vit�ria nas PASO, por�m, moderou seu discurso.
A dolariza��o �, agora, um "sistema de livre-concorr�ncia monet�ria", do qual o d�lar certamente sair� vitorioso. E a motosserra se refere a uma "redu��o de gastos" no �mbito de um plano de "reformas de primeira gera��o".
"Eles oscilam entre se mostrarem como uma op��o antissistema e apresentarem um programa pol�tico vi�vel", observou o jornal La Naci�n.
- Benef�cios -
As pesquisas preveem uma elei��o de dois turnos entre Milei e Massa, respons�vel pela negocia��o, com o Fundo Monet�rio Internacional (FMI), do programa de cr�dito de US$ 44 bilh�es (R$ 216,9 bilh�es na cota��o atual).
Nas sondagens, Milei aparece liderando o primeiro turno, com entre 32% e 35% dos votos, � frente de Massa (29%-32%), que recuperou terreno com medidas de recupera��o do poder de compra desde a desvaloriza��o de 20% em agosto. Entre elas, est�o subs�dios e isen��es fiscais que beneficiam as classes mais pobres e os aposentados.
"Ele est� distribuindo a torto e a direito e acho que essa vai ser a pol�tica at� o segundo turno", em 19 de novembro, disse o analista pol�tico Ra�l Timerman.
Massa - continuou Timerman - age como um "presidente candidato � reelei��o", com atos oficiais que se confundem com com�cios de campanha.
A oposi��o se refere a ele como "Plano Platita" (Plano Dinheirinho, em tradu��o livre), que inclui uma irrespons�vel emiss�o monet�ria que destr�i a poupan�a. O FMI j� manifestou sua preocupa��o com os "desvios da pol�tica" e pediu um maior controle dos gastos.
- Os apoios -
Bullrich est� entre 25% e 28%, de acordo com as pesquisas, que j� se enganaram antes. Nas PASO, que servem de term�metro para a disputa nacional, Milei aparecia com em torno de 20%, por exemplo.
Milei conseguir� manter, na elei��o presidencial, os votos "furiosos" recebidos nas prim�rias? E os eleitores da direita moderada que apoiaram o prefeito de Buenos Aires, Horacio Larreta, o grande perdedor das prim�rias, v�o para Bullrich? Em sua propaganda pol�tica, a candidata fala em "acabar para sempre" com o Kirchnerismo, um inimigo comum.
Tamb�m est� em aberto o voto dos eleitores da Uni�o C�vica Radical (UCR), o hist�rico partido social-democrata de 132 anos, que conquistou alguns governos em coaliz�o com Bullrich.
Seu apoio est�, no entanto, dividido.
"O radicalismo n�o tem nada a ver com o que ela representa, ou prop�e", afirmou Ricardo Alfons�n, filho do emblem�tico presidente radical (1983-89) do regresso � democracia e hoje alinhado com o partido da situa��o.
"� prov�vel que alguns deles apoiem Massa, que t�m radicais ao seu redor", comenta o cientista pol�tico Pablo Tigani, da Universidade de Buenos Aires.
Qualquer progn�stico eleitoral fica complicado, pois, na Argentina, as pol�ticas regional e nacional na Argentina seguem l�gicas distintas.
A coliga��o governista perdeu meia d�zia de cadeiras, de 24, enquanto Milei - que ganhou 16 prov�ncias nas PASO - viu derrotas retumbantes dos seus candidatos provinciais.
BUENOS AIRES