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Estado de Minas NA��ES UNIDAS

Suic�dio, uma realidade presente entre as afeg�s, diz diretora da ONU


26/09/2023 15:08
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O suic�dio e a ideia de tirar a pr�pria vida est�o "por toda parte" entre as mulheres afeg�s, � medida que se veem cada vez mais isoladas e constrangidas, com frequ�ncia por familiares do sexo masculino encarregados de fazer cumprir os decretos dos talib�s, declarou a diretora-executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous, ao Conselho de Seguran�a, nesta ter�a-feira (26).

Desde que retornou ao poder em 2021, o governo talib� recorreu � sua interpreta��o rigorosa do Isl� para minar os direitos das mulheres, proibindo-as de frequentar escolas, fechando espa�os p�blicos como parques e sal�es de beleza, e negando-lhes permiss�o para trabalhar.

"Elas nos dizem que s�o prisioneiras que vivem na escurid�o, confinadas �s suas casas, sem esperan�a de futuro", disse Sima.

A capacidade de tomada de decis�o das mulheres foi drasticamente reduzida, n�o apenas em n�vel nacional e provincial, mas tamb�m em suas comunidades, fam�lias e, acima de tudo, em suas pr�prias casas.

"Isto se deve ao aumento da pobreza, ao decl�nio das contribui��es econ�micas das mulheres, � imposi��o, por parte dos talib�s, de normas de g�nero hiperpatriarcais e ao crescente isolamento das mulheres", afirmou Sima Bahous.

A crescente lista de proibi��es "� aplicada com maior frequ�ncia e severidade, inclusive por parte dos membros da fam�lia do sexo masculino, � medida que os talib�s obrigam-nas a fazer cumprir seus decretos", explicou.

Com as restri��es, aumentam os casamentos com menores e o trabalho infantil, acrescentou Bahous.

A situa��o est� impactando a sa�de mental das afeg�s, alertou.

"Enquanto o percentual de mulheres com trabalho continua a diminuir, 90% das jovens entrevistadas declaram ter uma sa�de mental ruim, ou muito ruim, e o suic�dio e as ideias suicidas est�o por toda parte", ressaltou.

Apesar da situa��o, os fundos internacionais v�m diminuindo: do plano de ajuda de 3,2 bilh�es de d�lares (15,9 bilh�es de reais na cota��o atual) que a ONU solicitou para o Afeganist�o at� 2023, arrecadou-se apenas 28%, disse a chefe da miss�o da ONU no Afeganist�o (UNAMA), Roza Otunbayeva.

Por esse motivo, ela pediu aos doadores formas "inovadoras" de ajudar mulheres e meninas afeg�s que t�m "coragem e criatividade" para desafiar estas restri��es, seja pela Internet, com ajuda em dinheiro e bolsas de estudo, seja pela migra��o segura.

"Muitos programas j� foram encerrados por falta de fundos, justo quando se aproxima o inverno, e as vidas correm mais perigo", advertiu.

Cerca de 15,2 milh�es de afeg�os dependentes da ajuda internacional podem passar "fome nos pr�ximos meses", completou.

Ela tamb�m defendeu o di�logo com o governo talib�.

"Di�logo n�o � reconhecimento", insistiu, antes de especificar que "o di�logo e o compromisso s�o a forma como tentamos mudar estas pol�ticas".

Embora o governo talib� afirme que "suas institui��es s�o inclusivas, parece haver uma crescente lacuna de legitimidade com o povo", observou Sima, acrescentando que "n�o pode haver legitimidade internacional, sem legitimidade interna".


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