A combina��o destes implantes - que leem os pensamentos usando intelig�ncia artificial e depois transmitem os sinais atrav�s do sistema nervoso do pr�prio paciente - j� tinha sido testada em um indiv�duo parapl�gico, que conseguiu voltar a andar, um avan�o que foi publicado na revista cient�fica Nature em maio.
Agora, esta � a primeira vez que a mesma t�cnica � utilizada para restaurar os movimentos das extremidades superiores.
"A mobilidade do bra�o � mais complexa", explicou � AFP a cirurgi� Jocelyne Bloch, que realizou as interven��es para colocar os implantes.
Com os bra�os, n�o h� o problema do equil�brio, mas "a musculatura da m�o � bastante fina, com muitos m�sculos pequenos diferentes que s�o ativados ao mesmo tempo para determinados movimentos", explica.
O paciente, que pediu para permanecer no anonimato, perdeu os movimentos ap�s uma queda. No m�s passado, ele foi submetido a duas opera��es no Centro Hospitalar Universit�rio Vaudois (CHUV) em Lausanne, Su��a.
O primeiro procedimento foi para colocar, no lugar de um pequeno peda�o de osso do cr�nio, um implante cerebral de poucos cent�metros de di�metro, concebido pela organiza��o francesa CEA-Clinatech.
J� no segundo, foram colocados eletrodos desenvolvidos pela empresa holandesa Onward na altura da medula cervical, conectados a uma pequeno estimulador com tamanho aproximado de um cart�o de cr�dito implantado no abd�men.
O implante cerebral registra as regi�es do c�rebro que s�o ativadas quando o paciente pensa em um movimento e as comunica aos eletrodos, como uma esp�cie de "ponte digital".
"Por ora, est� tudo indo bem", descreveu Bloch, cofundadora da Onward e consultora da empresa.
"Podemos registrar a atividade cerebral e sabemos que o est�mulo funciona [...] Mas ainda � cedo demais para falar dos progressos realizados, do que � capaz de fazer agora", comentou.
- Treinamento -
O paciente est� em fase de treinamento para tentar conseguir fazer com que o implante cerebral reconhe�a os distintos movimentos que ele n�o consegue mais fazer.
Ser� necess�rio repetir muitas vezes esses movimentos antes que eles se tornem naturais. O processo vai durar "meses", segundo Bloch.
Est� previsto que outros dois pacientes participem deste estudo, cujos resultados ser�o publicados mais adiante.
A estimula��o da medula espinal j� foi utilizada no passado para que pacientes com paralisia pudessem mover seus bra�os, mas sem ler seus pensamentos com um implante cerebral acoplado.
Por sua vez, implantes cerebrais foram utilizados para que um paciente pudesse mover suas extremidades atrav�s de um exoesqueleto controlado mentalmente. Al�m disso, a organiza��o Battelle utilizou um implante cerebral para que um paciente conseguisse mexer o bra�o, mas usando eletrodos colocados no antebra�o.
"A Onward � �nica em sua vontade de restabelecer o movimento mediante est�mulos da medula espinhal" junto com um implante cerebral, explicou � AFP o diretor da companhia, Dave Marver.
Segundo ele, esta tecnologia pode se tonar vi�vel comercialmente "at� o final da d�cada".
O campo dos implantes cerebrais est� em alta, com empresas como Synchron e Neuralink. Sua meta � permitir que pacientes com algum tipo de paralisia possam controlar computadores usando o pensamento para realizar a��es como escrever, entre outras coisas.
WASHINGTON