(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas PORT OF SPAIN

'�rduo e mal pago': tr�s pontos sobre a migra��o venezuelana em Trinidad e Tobago


28/09/2023 15:19
436

"Triniveni" � o apelido que recebem os migrantes venezuelanos em Trinidade e Tobago, mas tamb�m � um sin�nimo de explora��o trabalhista e racismo.

Oficialmente s�o contabilizados 60.000 venezuelanos neste arquip�lago angl�fono de 1,4 milh�o de habitantes, embora ONGs estimem que o n�mero possa chegar a 130.000, 10% da popula��o. Apenas 9.000 t�m status legal.

Confira a seguir tr�s pontos sobre esta migra��o, que as autoridades trinit�rias qualificam como um "problema nacional".

- Explora��o e racismo -

"Se � �rduo e mal pago, � para n�s. Os trinit�rios n�o aceitam o que n�s fazemos por estes sal�rios", acrescenta este ex-militar venezuelano, que trabalha em um lava-jato em Port of Spain.

"Aqui � preciso trabalhar duro", diz outro venezuelano, com as m�os cheias de calos.

Constru��o, limpeza, servi�os: os "trinivenis" est�o por todas as partes que demandem m�o de obra barata. Os sal�rios s�o baixos, de 150 TT por dia, cerca de 25 d�lares (R$ 126), menos de 3 (R$ 15) a hora. Mas muito mais do que se paga na Venezuela.

"�s vezes, n�o te pagam pelas horas que voc� trabalhou porque sabem que voc� n�o pode denunci�-los, e se aproveitam", diz um oper�rio em uma constru��o.

Al�m disso, o racismo � di�rio. "Gritam 'Venezuelano de merda', 'v� para seu pa�s'", lamenta outro.

G�nesis Vel�squez, uma gar�onete de 26 anos, lembra que quase deu � luz na rua. "A ambul�ncia n�o me levou por ser venezuelana. Tive contra��es na rua. Por fim, um homem trinit�rio parou e me levou".

"No hospital, me atenderam a contragosto", acrescenta a jovem.

- Travessia -

Cerca de 7 milh�es dos 30 milh�es de venezuelanos sa�ram de seu pa�s em consequ�ncia de uma crise que provocou uma redu��o de 80% do PIB em dez anos.

A migra��o para Trinidad se origina, sobretudo, de tr�s estados do leste da Venezuela: Sucre, Monagas e Delta Amacuro, este �ltimo um dos mais pobres do pa�s e a apenas 10 km do extremo sudoeste da ilha.

A pen�nsula de Paria, em Sucre, fica a cerca de 30 km.

As viagens costumam custar cerca de 200 d�lares (R$ 1.000) por pessoa, embora possam variar entre US$ 100 (R$ 500) e US$ 500 (R$ 2,5 mil).

"N�s os buscamos na costa venezuelana", conta � AFP, sob a condi��o do anonimato, um barqueiro que trabalha com o transporte de migrantes. "Costuma haver v�rias outras embarca��es. Pagamos � Guarda Costeira trinit�ria 1.500 d�lares [R$ 7,5 mil]. Desligam o radar, nos chamam e atravessamos", relata.

As embarca��es costumam chegar a Icacos ou Cedros.

Desde 2018, mais de cem pessoas morreram em naufr�gios na regi�o. Os guardas costeiros tamb�m dispararam contra os motores dos barcos, o que em 2022 matou um beb�.

- Pol�tica -

O governo endureceu sua pol�tica migrat�ria. "Se aparent�ssemos ser um 'vizinho de fronteiras flex�veis', ser�amos invadidos por dezenas de milhares de imigrantes ilegais em um instante", disse o primeiro-ministro Keith Rowley.

� um "problema nacional", afirma, por sua vez, o l�der opositor David Lee, referindo-se a um "risco � seguran�a" pelas quadrilhas criminosas venezuelanas. Mas, al�m disso, � uma quest�o de direitos humanos devido � popula��o vulner�vel.

"O governo tem que se ocupar desta popula��o imigrante", diz � AFP. "Isto adiciona outro n�vel de preocupa��o e problemas ao nosso pa�s".

A legisla��o ficou ultrapassada, afirmam ativistas, denunciando a deporta��o de imigrantes com estatuto de refugiados, uma viola��o � lei.

G�nesis Vel�squez est� economizando para algum dia voltar ao seu pa�s, mas "por enquanto, � melhor viver em Trinidad e Tobago", aceita, resignada.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)