Ex-alunos pedem que escola de Dublin se desculpe por abusos de professor com passado nazista

Em uma carta coordenada pelo jornalista e escritor argentino Uki Go�i, alguns ex-alunos de uma escola de Dublin que tinha como professor um antigo oficial nazista franc�s, que os agredia fisicamente, exigiram que a institui��o pedisse desculpas, noticiou nesta ter�a-feira (03) o jornal The Irish Times.

Louis Feutren, que morreu em 2009, serviu em uma unidade da SS nazista durante a Segunda Guerra Mundial e foi membro do grupo nacionalista bret�o "Bezen Perrot", que participou na repress�o contra judeus e membros da resist�ncia francesa.

Nascido em 1922, Feutren foi condenado � morte no seu pa�s, ap�s a guerra e antes de se refugiar em 1945 na Irlanda - onde se formou na universidade, o que lhe permitiu dar aulas de franc�s no Saint Conleth's College, em Dublin, de 1957 a 1985.

Uki Go�i, filho de um ex-embaixador argentino na Irlanda, que frequentou o Saint Conleth's na d�cada de 1970, conta detalhadamente os abusos sofridos.

"Eu era crian�a, tinha apenas quatorze anos quando cheguei a Saint Conleth's. Feutren me bateu nos primeiros dias l�", explicou Go�i, em palavras divulgadas pelo jornal.

"Foi o in�cio de muitas surras que eu mesmo recebi, testemunhando Feutren infligir o mesmo castigo a outros, incluindo seu jogo perverso de fazer os alunos tirarem qualquer pe�a de roupa que n�o soubessem nomear em franc�s", acrescentou o escritor argentino no texto.

Na carta de Go�i, publicada em trechos pelo The Irish Times, aparecem outros depoimentos de estudantes sobre os ataques sofridos, mesmo depois de 1982, quando os castigos corporais foram proibidos nas escolas irlandesas.

Descrevendo Feutren como um "monstro", Go�i disse que o franc�s "era um ex-oficial impenitente e orgulhoso da organiza��o mais maligna e tir�nica do s�culo 20, a SS nazista".

Go�i afirma que a atual dire��o da escola n�o pode ser responsabilizada pela contrata��o de Feutren, mas deve "pedir desculpas pelas a��es que foram realizadas com o nome que ainda leva hoje".

O escritor argentino de 69 anos, nascido em Washington, onde seu pai tamb�m era diplomata, realizou uma pesquisa sobre a fuga de criminosos nazistas para a Argentina ap�s a Segunda Guerra Mundial, contida em seu livro The Real Odessa, publicado em Londres em 2002.