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Estado de Minas PARIS

Conflito Israel-Hamas pode virar uma guerra regional?


11/10/2023 10:56
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Uma interven��o da mil�cia xiita libanesa Hezbollah e a incerteza sobre o papel do Ir� s�o os principais fatores que podem fazer esse conflito entre Israel e Hamas, j� sem precedentes, desemboque em uma guerra regional mais ampla, segundo analistas.

Por enquanto, n�o h� ind�cios de uma ofensiva iminente do Hezbollah contra Israel, apesar das crescentes tens�es fronteiri�as, enquanto o Ir�, pelo menos oficialmente, insiste em que n�o est� envolvido no ataque de s�bado do Hamas a Israel.

Os pa�ses �rabes vizinhos desejam, por sua vez, melhorar as rela��es com Israel e veem a oportunidade de desempenhar um papel mediador. A imensa volatilidade da situa��o apresenta, no entanto, riscos para o futuro.

Milhares de pessoas j� morreram em ambos os lados, depois que o Hamas lan�ou uma ofensiva surpresa contra alvos civis e militares israelenses no s�bado, e Israel respondeu com bombardeios devastadores na densamente povoada Faixa de Gaza.

Ao contemplar uma ofensiva terrestre em Gaza, Israel teme, contudo, a possibilidade de uma segunda frente na fronteira norte contra o Hezbollah, que j� travou uma guerra contra as for�as israelenses em 2006.

S�mbolo da tens�o dos �ltimos dias, Israel bombardeou o sul do L�bano nesta quarta-feira, depois de lan�ar foguetes a partir da zona fronteiri�a reivindicada pelo Hezbollah, segundo a imprensa estatal libanesa.

"Estamos muito preocupados que o Hezbollah tome a decis�o equivocada e opte por abrir uma segunda frente nesse conflito", declarou � imprensa, em Washington, um funcion�rio de alto escal�o do Departamento americano da Defesa.

- "Rea��o contida" -

At� o momento, por�m, n�o h� sinais de que o Hezbollah - grupo que, segundo analistas, conta com uma for�a de combate maior do que a de seu aliado palestino Hamas - lan�ar� uma ofensiva pr�pria.

N�o se descarta uma segunda frente no norte de Israel, mas "o L�bano n�o est� interessado em uma conflagra��o, quando atravessa uma grave crise pol�tica e econ�mica", diz Hasni Abidi, diretor do Centro de Estudos e Pesquisa sobre o Mundo �rabe e Mediterr�neo, com sede em Genebra.

"Sim, existe o risco de transbordamento, mas at� o Hezbollah tem uma rea��o contida e calibrada", acrescenta.

Para Agn�s Levallois, vice-presidente do Instituto de Pesquisa e de Estudos do Mediterr�neo Oriente M�dio (iReMMO, na sigla em franc�s), com sede em Paris, a atividade do Hezbollah no sul do L�bano � uma forma de sinalizar o risco potencial.

"Mas n�o creio que eles estejam interessados em que isso v� mais longe", acrescenta.

Diferentemente das d�cadas passadas, os principais vizinhos �rabes e pot�ncias regionais, como Egito e Ar�bia Saudita, parecem mais dispostos a tentar acalmar as tens�es e, assim, aumentar seu prest�gio internacional com um papel de mediador.

Em uma conversa por telefone com o presidente palestino, Mahmud Abbas, o pr�ncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, disse trabalhar para evitar uma "expans�o do conflito".

O risco tamb�m pode chegar da Cisjord�nia ocupada, administrada pela Autoridade Palestina de Abbas, mas onde grupos milicianos continuam presentes.

Steven Cook, pesquisador s�nior do "think tank" americano Council on Foreign Relations, considera "improv�vel" um "conflito interestatal" entre um ex�rcito �rabe e Israel.

Mas, acrescenta, existe um "perigo real" de escalada entre Hezbollah e Israel.

"� algo pelo que todo o mundo deveria estar em alerta m�ximo", estima.

- Quem � o principal inimigo? -

Mas, possivelmente, o maior risco seria do Ir�, que sempre se recusou a reconhecer Israel e o considera seu arqui-inimigo regional. H� tempos, Teer� apoia financeira e militarmente o Hamas.

Seu l�der supremo, aiatol� Ali Khamenei, negou na ter�a-feira "rumores" de que o Ir� esteja envolvido no ataque do Hamas, embora tenha instado "todo o mundo isl�mico" a apoiar os palestinos.

Sua interven��o foi incomumente r�pida e expl�cita, considerando-se que costuma esperar muitos dias antes de comentar estas quest�es.

Ontem, o presidente franc�s, Emmanuel Macron, disse que considerava "prov�vel" que o Hamas tenha recebido "ajuda" externa em seu ataque contra Israel, mas reconheceu n�o haver "rastro formal" de um "envolvimento direto" de Teer�.

Israel nunca descartou uma a��o militar contra o programa nuclear do Ir� e, segundo os observadores, tem estado por tr�s de v�rias opera��es dentro desse pa�s nos �ltimos anos.

"A coopera��o do Ir� com o Hamas n�o � nova, mas n�o vejo Teer� se arriscando a uma conflagra��o regional", afirma Levallois.

Para Denis Bauchard, conselheiro do Instituto Franc�s de Rela��es Internacionais (IFRI), a quest�o-chave � quem � o principal inimigo de Israel neste conflito: "� apenas o Hamas, ou � o Ir�?".

"Existe, sobretudo, o risco de uma conflagra��o, se Israel considerar - com ou sem raz�o - que o Ir� estimulou essa opera��o", completa.


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