"Depois de uma reuni�o (...), realizada hoje, ambos concordaram em estabelecer um governo de emerg�ncia e um gabinete de guerra", diz um comunicado sobre a reuni�o entre Netanyahu e o ex-ministro da Defesa, o centrista Benny Gantz.
O governo de coaliz�o de Netanyahu, o mais � direita da hist�ria de Israel, controla 64 dos 120 assentos do Parlamento. Com a incorpora��o do Partido de Unidade Nacional, de Gantz, ter� 76 assentos.
O principal l�der da oposi��o em Israel, Yair Lapid, n�o integra a alian�a, embora o comunicado tenha informado que ele tem "reservado" um lugar no gabinete de guerra.
O an�ncio ocorre cinco dias depois da ofensiva lan�ada contra Israel pelo Hamas a partir da Faixa de Gaza, governada desde 2007 pelo movimento islamita palestino.
O ataque por terra, mar e ar deixou mais de 1.200 mortos do lado israelense, entre eles 169 soldados, segundo o ex�rcito, assim como centenas de civis, massacrados pelos islamitas em cooperativas agr�colas e em uma festa.
Dezenas de pessoas tamb�m constam como desaparecidas ou foram feitas ref�ns pelo Hamas.
Israel respondeu ao ataque bombardeando Gaza, mobilizou 300.000 reservistas e enviou dezenas de milhares de soldados em torno do enclave e para a fronteira norte com o L�bano, onde nesta quarta-feira voltou a trocar tiros com o movimento xiita pr�-iraniano Hezbollah, aliado do Hamas.
Em Gaza, at� agora ao menos 1.055 pessoas morreram e 5.184 ficaram feridas nos bombardeios israelenses, segundo autoridades locais.
- "Erradicar" o Hamas -
Na ter�a-feira, Netanyahu qualificou a ofensiva do Hamas como "uma selvageria que n�o se via desde o Holocausto", executado pelo nazismo, e prometeu que Israel "vencer� por meio da for�a".
Israel bombardeia a Faixa de Gaza desde o s�bado e mant�m o enclave sitiado, ap�s cortar seu fornecimento de �gua, eletricidade e comida. Mais de 2,3 milh�es de palestinos vivem precariamente neste territ�rio de 360 km2.
Segundo o Ex�rcito israelense, v�rios alvos do movimento islamita foram atingidos nos bombardeios. O Hamas informou, por sua vez, que os ataques atingiram resid�ncias, f�bricas, mesquitas e lojas.
Um correspondente da AFP constatou que avi�es de combate israelenses bombardearam tamb�m a Universidade Isl�mica, vinculada ao Hamas.
"Estamos presos, n�o temos para onde ir e n�o podemos ficar porque nosso andar est� coberto de vidros quebrados e estilha�os", disse � AFP Mohammed Mazen, um cidad�o de Gaza de 38 anos, pai de tr�s crian�as.
A ministra de Intelig�ncia israelense, Gila Gamliel, declarou, em entrevista � AFP, que o governo est� determinado a "erradicar" o Hamas, para que "ningu�m no mundo tenha sequer a ideia de usar o ocorrido [em Israel] como um modelo" para planejar futuros atentados.
O Hamas amea�ou executar os ref�ns, caso prossigam os bombardeios em Gaza sem aviso pr�vio. Entre os capturados, est�o jovens sequestrados enquanto participavam de uma festa rave na manh� de s�bado, onde cerca de 250 pessoas foram mortas, segundo uma ONG israelense.
A ofensiva do Hamas pegou Israel de surpresa, embora, segundo o congressista americano Michael McCaul, chefe do Comit� de Assuntos Exteriores da C�mara de Representantes, o Egito tenha alertado os israelenses "tr�s dias" antes do ataque.
O Egito n�o comentou publicamente esta informa��o, publicada na imprensa h� v�rios dias.
Os bra�os armados do Hamas e da Jihad Isl�mica afirmaram, nesta quarta-feira, que lan�aram ataques com foguetes contra o sul e o centro de Israel.
Em Ashkelon (sul), "um foguete atingiu" um hospital, informou o centro de sa�de, destacando que "n�o houve nenhum ferido".
Onze trabalhadores da Ag�ncia das Na��es Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) morreram desde o s�bado na Faixa de Gaza, informou St�phane Dujarric, porta-voz do secret�rio-geral da ONU, Ant�nio Guterres.
A Federa��o Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) informou, por sua vez, que cinco de seus integrantes morreram nestes cinco dias, tanto em Israel quanto em Gaza.
Israel anunciou na ter�a-feira ter retomado o controle de sua fronteira com Gaza, ap�s dias de combates com os islamitas. Cerca de 1.500 corpos de combatentes do Hamas foram encontrados no local, destacou.
- Temores de escalada regional -
A ofensiva do Hamas gerou m�ltiplas condena��es internacionais e a preocupa��o de que uma escalada possa incendiar a regi�o.
O presidente americano, Joe Biden, ordenou que navios e avi�es de combates se aproximem de Israel, ao mesmo tempo em que enviou mais ajuda militar ao seu aliado.
A presidente da Comiss�o Europeia, Ursula von der Leyen, qualificou o ataque-surpresa do Hamas de "ato de guerra" e o papa Francisco, que se disse "muito preocupado" com o cerco a Gaza, pediu a liberta��o "imediata" dos ref�ns capturados.
O presidente russo, Vladimir Putin, instou a abertura de negocia��es entre Israel e os palestinos, e alertou contra uma "propaga��o" do conflito.
O emiss�rio chin�s no Oriente M�dio, Zhai Jun, pediu um "cessar-fogo imediato" em conversa por telefone com um dirigente palestino, informou o Minist�rio chin�s das Rela��es Exteriores.
Estados Unidos, Fran�a, Alemanha, Reino Unido e It�lia pediram na segunda-feira ao Ir�, inimigo declarado de Israel e aliado do Hamas, a "n�o estender o conflito" para fora de Gaza.
O guia supremo da Rep�blica Isl�mica, aiatol� Ali Khamenei, negou na ter�a-feira qualquer envolvimento no ataque do Hamas contra Israel.
O chefe do Estado-maior dos Estados Unidos, general Charles Brown, informou, nesta quarta-feira, que Washington n�o tem ind�cios de que algum pa�s ou "atores adicionais" queiram se somar � ofensiva do Hamas contra Israel.
JERUSAL�M