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Estado de Minas GUAYAQUIL

'GuayaKill', rotina de execu��es abala cidade portu�ria equatoriana


12/10/2023 18:05
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Guayaquil, a grande cidade portu�ria do sudoeste do Equador, epicentro da viol�ncia no pa�s, quase diariamente vive uma rotina macabra de corpos baleados, carbonizados ou mutilados.

Bairros controlados por quadrilhas, massacres entre presos e uma pol�cia sobrecarregada pelo poder de fogo do narcotr�fico transformaram o principal porto comercial do pa�s na capital do crime.

Entre quinta e sexta-feira passadas, sete pessoas tinham morrido baleadas em Playas, um balne�rio tur�stico a cerca de 80 km de "GuayaKill", neologismo que se popularizou nas redes sociais devido � onda de assassinatos.

No s�bado, na �rea urbana, "houve dois mortos, um dos quais era membro da pol�cia nacional, que foi executado em sua hora de descanso", disse � AFP o suboficial do Ex�rcito Alex Merch�n. Em 20 de setembro, por exemplo, houve 12 homic�dios em 24 horas.

- "Gato e rato" -

Acompanhado por soldados e policiais em moto, Merch�n chefia um posto de controle na entrada leste de Dur�n, cidade cont�gua a Guayaquil. As duas localidades e os arredores t�m 3,2 milh�es de habitantes.

Seus homens revistam ve�culos em busca de drogas, armas ou explosivos. "� um jogo de gato e rato", explica o militar.

Segundo o Observat�rio Equatoriano do Crime Organizado, em junho de 2023, Guayaquil e arredores registraram uma taxa de homic�dios de 41 por 100.000 habitantes. Ponto de explora��o da coca�na produzida nos vizinhos Col�mbia e Peru, a regi�o acumulou 1.425 homic�dios entre janeiro e julho, quase o dobro (768) do mesmo per�odo de 2022.

A alta foi impulsionada pela viol�ncia do tr�fico e seus patrocinadores dos cart�is mexicanos que se espalha para o resto do pa�s.

O Golfo de Guayaquil � um cen�rio de contrastes, com pr�dios reluzentes com fachadas envidra�adas, condom�nios luxuosos protegidos por grades e bairros oper�rios minados pela inseguran�a.

Dur�n, com sua pobreza e acesso direto ao rio Guayas, de �guas profundas e pr�ximo ao porto, � territ�rio de quadrilhas criminosas. Quando a noite cai, vira uma cidade fantasma, onde vagam silhuetas de dependentes qu�micos revirando o lixo em ruas empoeiradas.

- 'Chone Killers' -

Na noite de domingo, militares montavam uma blitz na avenida principal, que divide em duas a cidade industrial de Dur�n e leva a Guayaquil, do outro lado do rio.

Numa passarela para pedestres sobre esta avenida de dez faixas, apareceram em 2022 dois corpos decapitados, pendurados no estilo usado pelos traficantes mexicanos.

"O crime aqui � agora uma mistura de pequena delinqu�ncia, narcotr�fico e m�fias", explica um jornalista local, sem se identificar.

"Os assassinos atacam em qualquer lugar e a qualquer momento. Na verdade, n�o h� regras", acrescenta.

As v�timas s�o, em sua maioria, ex-presidi�rios, e os assassinos costumam ser "adolescentes", afirma Merch�n.

O que est� em jogo � o controle do territ�rio e o narcotr�fico, confirmam as fontes entrevistadas.

Em Dur�n, os protagonistas desta guerra s�o dois grupos - os Latin Kings e os Chone Killers -, como atestam as picha��es em dezenas de fachadas. Os Chone Killers dizem ser os pistoleiros de Los Choneros, a maior quadrilha do pa�s e principal ator do narcotr�fico em Guayaquil.

Tamb�m atuam outras quadrilhas: �guilas, Lagartos, Tiguerones... Um verdadeiro zool�gico no qual Los Choneros imp�em sua hegemonia. S�o os mesmos grupos que se matam periodicamente em disputas sangrentas que ocorrem nas pris�es de Guayaquil e outras cidades.

- �ltima salsa -

Os assassinos atacaram no domingo o que costumava ser uma �rea tranquila do centro-sul da cidade. Os primeiros relatos mencionaram uma troca de tiros na avenida Machala. Minutos depois, dois corpos jaziam no ch�o, um na cal�ada e outro no p�rtico de um pr�dio, constatou a AFP.

Homens armados em uma van branca abriram fogo contra um grupo de pessoas que estava no terra�o do primeiro andar de um apartamento, segundo um boletim da pol�cia. O ch�o ficou encharcado de sangue.

Minutos antes, as v�timas, despreocupadas, cantavam e tocavam tambores ao ritmo da salsa, segundo um v�deo publicado nas redes sociais.

Imagens de uma c�mera de seguran�a mostram tr�s assassinos saindo da van e atirando sem piedade nas v�timas.

"Foi uma chuva de tiros", contou um vizinho, antes de se calar, assim como todos os demais, por medo.

A vi�va de uma das v�timas se agarrava a seu corpo, coberto com um len�ol azul. "Era meu marido!", exclamava, em meio a gritos de desespero. Era "um morador, uma v�tima colateral", segundo a pol�cia.

O balan�o: tr�s mortos e tr�s feridos. Os assassinos fugiram e ainda n�o foram identificados.

Segundo um boletim n�o confirmado pela pol�cia, houve ao menos sete homic�dios em Guayaquil no �ltimo fim de semana.


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