Cerca de 150 homens, mulheres e crian�as est�o detidos, incluindo civis e for�as de seguran�a. As redes sociais divulgam imagens, aut�nticas ou n�o, de rostos, sorrisos e vidas de beb�s por um fio.
O Hamas amea�ou executar ref�ns sempre que o seu "povo" fosse atacado sem aviso pr�vio e, nesta sexta-feira, indicou que 13, "incluindo estrangeiros", morreram nos bombardeios israelenses em Gaza.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e o Comit� Internacional da Cruz Vermelha (CICV) afirmam estar discutindo com o grupo isl�mico sobre esta quest�o, que traz lembran�as dolorosas a Israel.
Mas esta tomada maci�a de ref�ns � uma situa��o "sem precedentes no seu alcance e natureza", avalia �tienne Dignat, especialista em ref�ns do Centro de Investiga��es Internacionais (CERI).
"Israel tem o h�bito de lidar com homens e soldados", mas agora h� "civis, incluindo muitas mulheres, o que constitui uma verdadeira mudan�a simb�lica", acrescenta.
Em 1972, durante os Jogos Ol�mpicos de Munique, um comando palestino matou 11 atletas israelenses. Quatro anos depois, no aeroporto ugandense de Entebbe, um ataque israelense libertou os ref�ns de um avi�o sequestrado por milicianos palestinos.
- Linhas vermelhas israelenses -
Mais recentemente, Israel libertou quase 450 prisioneiros em 2004 em troca de um empres�rio israelense e dos corpos de tr�s dos seus soldados.
Dois anos depois, o sequestro do soldado Gilad Shalit desencadeou cinco meses de opera��es militares em Gaza. Shalit foi libertado cinco anos mais tarde em troca de 1.027 prisioneiros palestinos, tornando-se o primeiro soldado israelense a retornar vivo em 26 anos.
Mas o caso gerou "um debate muito forte na sociedade israelense sobre concess�es" para libertar os ref�ns, diz �tienne Dignat, citando a comiss�o Shamgar, encarregada de estabelecer as linhas vermelhas.
"Em particular, a troca de pessoas vivas por corpos teve que parar. At� a fam�lia de Ron Arad [um oficial que desapareceu ap�s uma miss�o no L�bano em 1986] recusou publicamente permitir que fossem feitas concess�es para recuperar" o seu corpo.
A situa��o que Israel enfrenta atualmente �, portanto, sem precedentes. O seu ex�rcito e os servi�os de intelig�ncia falharam, mais de 1.200 pessoas morreram e o governo est� sob press�o para libertar os ref�ns.
A dupla nacionalidade de alguns complica a equa��o. As fam�lias dos americanos e franceses possivelmente mantidos como ref�ns pelo Hamas pediram h� dias aos seus respectivos presidentes que ajudassem a libert�-los.
- Exig�ncias do Hamas -
Jon B. Alterman, diretor para o Oriente M�dio da institui��o americana CSIS, lembra que Israel disse que a quest�o dos ref�ns n�o afetaria seus planos, mas "isso � provavelmente falso".
"Estrategicamente, Israel provavelmente agir� sem se preocupar com os ref�ns, enquanto taticamente tentar� libert�-los por todos os meios", acrescenta.
O Hamas tentar� jogar esta carta ultrassens�vel para obter compensa��o.
"O principal objetivo do ataque do Hamas [era] capturar o maior n�mero de prisioneiros e ref�ns", afirma Eva Koulouriotis, especialista independente sobre Oriente M�dio.
O grupo isl�mico espera conseguir libertar cerca de 5.000 palestinos presos em Israel, mas tamb�m tentar� obter "o levantamento do bloqueio econ�mico a Gaza" e "maior liberdade administrativa" no futuro, estima.
O governo de emerg�ncia de Israel anunciou que n�o iria negociar antes do fim da guerra, "mas na pr�tica j� come�ou, atrav�s da media��o eg�pcia, a negociar a entrada de combust�vel e alimentos em Gaza em troca da liberta��o de prisioneiros", afirma Koulouriotis.
No entanto, "� pouco prov�vel que o Hamas aceite sem obter privil�gios (...) para si e para os seus aliados na regi�o".
PARIS