
Na sexta (13), o governo israelense tinha sinalizado a autoridades que permitiria a passagem de brasileiros at� a fronteira de Gaza com o Egito. Com isso, o grupo poderia chegar ao pa�s �rabe, onde estaria a salvo dos bombardeios.
A tens�o, neste momento, aumentou entre diplomatas.
Israel controla regi�es do sul de Gaza, e inclusive j� fez v�rios bombardeios perto da fronteira do territ�rio com o Egito, o que impede o tr�nsito das pessoas at� o ponto de passagem.
Como a coluna M�nica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, antecipou na sexta, o Egito tinha informado ao governo brasileiro que autorizaria a passagem dos civis do Brasil e de outros pa�ses por sua fronteira.
O ministro-chefe da Secretaria de Comunica��o Social, Paulo Pimenta, confirmou a informa��o e alertou, ao mesmo tempo, que faltava acertar detalhes com Israel.
Neste s�bado, o grupo de brasileiros refugiado pelo Itamaraty em uma escola cat�lica da cidade de Gaza conseguiu deixar o local e chegou a uma regi�o fora da zona de evacua��o determinada por Israel.
Bombardeios israelenses contra Khan Yunis, a cidade por onde o grupo passaria antes de cruzar a fronteira para o Egito, no entanto, atrapalharam o percurso.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, o grupo dever� ficar na casa de uma das fam�lias de nacionalidade brasileira da cidade, que tamb�m pediram para serem evacuadas da Faixa de Gaza.
A narrativa sobre a situa��o dos repatriados, feita por diplomatas que os acompanham, � dram�tica.
"O plano, hoje de manh�, era ir para Rafah, para a fronteira, e de l� cruzar a fronteira e ir para o Egito. Estava tudo pronto para isso, mas meia hora antes do deslocamento, que deveria se iniciar �s 12h, n�s recebemos a informa��o de que tudo isso havia sido cancelado", afirmou o embaixador brasileiro na Cisjord�nia, Alessandro Candeas, na manh� deste s�bado.
"Tudo isso foi cancelado por Israel, e a fronteira foi novamente fechada. Com isso, evidentemente, os nossos brasileiros ficaram muito aflitos. A situa��o � cada vez mais tensa na cidade", relatou ainda.
A diplomacia brasileira j� repassou �s For�as de Defesa de Israel informa��es sobre o pr�dio em que os brasileiros est�o hospedados, fazendo apelos para que ele n�o seja bombardeado. Dados sobre o �nibus que transporta o grupo tamb�m foram transmitidos, incluindo trajeto, placa e lista de passageiros.
"Vamos aguardar simplesmente que a fronteira seja aberta. N�o sei se vai acontecer amanh� ou segunda, mas pelo menos eles est�o fora das hostilidades que v�o se intensificar nas pr�ximas horas na cidade de Gaza", ponderou Candeas.
Foi encerrado �s 10h deste s�bado, 16h em Israel, o prazo para que palestinos que vivem no norte da Faixa de Gaza se desloquem para o sul do territ�rio. A determina��o foi feita pelo governo de Israel e levanta a hip�tese de que as for�as israelenses preparam a invas�o de Gaza.
Na noite de quinta (12), Tel Aviv havia dado 24 horas para o deslocamento. Sob cr�ticas da comunidade internacional, por�m, o governo israelense estendeu o prazo para a manh� deste s�bado.
Ao longo de uma semana de conflito, quase 1 milh�o de pessoas foram for�adas a se deslocar na Faixa de Gaza, afirmou a ag�ncia da ONU que atua na regi�o desde 1949.
O n�mero corresponde a quase metade da popula��o da regi�o que, densamente povoada, tem cerca de 2,2 milh�es de habitantes.
Em comunicado, a Unrwa, ag�ncia voltada para refugiados palestinos, fez um apelo para que Israel permita que o territ�rio adjacente retome o acesso a �gua e a energia el�trica.
"As pessoas est�o sendo for�adas a utilizar �gua suja de po�os, aumentando os riscos de doen�as", diz a nota, que apela pelo envio de combust�vel � regi�o, para fazer voltar a funcionar a distribui��o de eletricidade e �gua pot�vel.
"A �gua agora � a �ltima t�bua de salva��o", afirma a UNRWA. "Caso contr�rio, as pessoas come�ar�o a morrer de desidrata��o grave, entre elas crian�as pequenas, idosos e mulheres."
Come�a a acabar tamb�m a disponibilidade de alimentos em Gaza. Moradores relatam que as padarias, por exemplo, j� n�o t�m mais p�o, alimento b�sico para os locais.