
Celeste Fishbein-Zaarur mandou uma �ltima mensagem de texto para a fam�lia no s�bado, 7 de outubro, pouco antes do abrigo subterr�neo onde estava escondida em Israel ser invadido. Desde ent�o, seus parentes n�o tiveram mais contato direto com a jovem de 18 anos.
A �nica not�cia sobre seu paradeiro veio das For�as de Defesa de Israel (IDF, na sigla em ingl�s), que confirmaram que ela est� na Faixa de Gaza, sendo mantida ref�m pelo Hamas.
Celeste � filha e neta de brasileiros e morava no kibbutz Be'eri, localizado no sul de Israel. A comunidade rural foi uma das atacadas no s�bado (7/10), quando integrantes do grupo extremista mataram mais de 1.000 israelenses em uma incurs�o surpresa.
"Viva ou morta, ela est� em Gaza", afirmou Mario Fishbein, de 66 anos, tio de Celeste.
A jovem nasceu em Israel, mas sua m�e, tio e av� s�o brasileiros. Eles moram no pa�s h� 52 anos, para onde se mudaram para ficar mais pr�ximos da fam�lia e de outros membros da comunidade judaica.
Celeste vivia na comunidade rural localizada a menos de 10 km de Gaza e era bab�.
Segundo Mario Fishbein, o corpo da sobrinha n�o foi encontrado no kibbutz, onde mais de 100 pessoas morreram, o que levou o Ex�rcito a concluir que ela estaria entre os ref�ns do Hamas.
"A esperan�a � que ela esteja viva, que ela esteja bem, que ela esteja tranquila", diz.
"Mas n�o sabemos se ela voltar� a mesma pessoa."

Ang�stia e espera
A fam�lia de Celeste passou dias sem not�cias sobre a jovem at� receber uma comunica��o das IDF confirmando seu sequestro neste s�bado (14/10)."J� imagin�vamos que ela pudesse estar entre os sequestrados, mas s� tivemos a confirma��o quando o Ex�rcito entrou em contato", conta Mario Fishbein.
Estima-se que cerca de 150 israelenses estejam nas m�os do Hamas atualmente, entre homens, mulheres, idosos e crian�as.
Com os ref�ns detidos em locais secretos em Gaza, o governo de Israel agora enfrenta uma situa��o delicada.
Neste s�bado, as For�as Armadas do pa�s anunciaram que se preparam para atacar Gaza por terra, ar e mar - e muitos temem pela seguran�a dos sequestrados.
O tio de Celeste diz que a fam�lia est� preocupada com a jovem, que pode ficar presa no meio do conflito. Ele tamb�m defende uma negocia��o com o Hamas para liberta��o dos civis detidos.
"Estamos ansiosos por mais informa��es, mas sabemos que pode demorar porque a situa��o � delicada."

O ataque ao kibbutz
Celeste vivia em Be'eri com o namorado e trabalhava l� como bab�.
O ataque ao kibbutz no s�bado come�ou com o disparo de m�sseis e o soar dos alarmes de alerta.
A regi�o � atingida com frequ�ncia por ataques a�reos, ent�o todas as casas do vilarejo s�o equipadas com quartos seguros feitos de concreto refor�ado com portas de a�o herm�ticas e janelas projetadas para suportar ataques de m�sseis.
Todos os moradores se abrigaram nos bunkers, mas logo o ataque por terra come�ou e membros do Hamas invadiram Be'eri.
Enquanto tudo acontecia, os vizinhos se comunicavam no grupo de WhatsApp do kibbutz.
Assim como os outros moradores, Celeste se abrigou no quarto seguro de sua casa. Ao lado do namorado, se comunicava com seus parentes que vivem na cidade de Netanya, a norte de Tel Aviv, sobre a invas�o.
Na �ltima mensagem recebida pela fam�lia, Celeste informava que os membros do Hamas estavam se aproximando do bunker onde ela estava.
"Ela disse que eles estavam se aproximando e que tinham tomado o controle do grupo da comunidade. Ou seja, que poderiam enviar informa��es ou imagens falsas por l�", conta Fishbein.
"Depois disso ela n�o falou mais nada."

A av� de Celeste, de 94 anos, tamb�m morava em Be'eri. Brasileira, ela passou cerca de 20 horas presa no bunker em sua casa antes de ser resgatada por soldados israelenses.
"Foram muitas horas de medo, sem luz, �gua, comida ou acesso a banheiro", relata Mario.
Quando o Ex�rcito israelense chegou ao kibbutz e iniciou a evacua��o dos moradores, os membros do Hamas revidaram e atiraram contra os soldados.
"Nessa hora minha m�e foi atingida por um tiro, mas por sorte n�o foi nada muito grave e ela est� se recuperando."
V�timas da viol�ncia
O tio de Celeste conta que a jovem morou sua vida toda em Be'eri e nunca pensou em se mudar, apesar da amea�a constante de viol�ncia na regi�o.
"Quando ela era pequena, tinha 2 anos, o kibbutz foi atingido por m�sseis. Minha irm�, m�e da Celeste, foi atirada longe, mais de 20 metros, e ela ficou com peda�os de metal encrustados no corpo."
"Se sa�ssem de l� e se mudassem, provavelmente teriam que se mudar de novo em seguida, porque a pr�xima cidade tamb�m poderia ser perigosa. Ent�o decidiram ficar", relata Mario Fishbein.
Segundo o minist�rio de Rela��es Exteriores do Brasil, tr�s brasileiros morreram nos ataques do Hamas contra Israel.
Morreram a carioca Karla Stelzer Mendes, de 42 anos, o ga�cho Ranani Nidejelski Glazer, de 23 anos, e a carioca Bruna Valeanu, de 24.
Todos estavam em uma festa rave no deserto, a 5 km da Faixa de Gaza, quando o local foi invadido no s�bado.
Ao todo, mais de 1,3 mil israelenses morreram nas m�os do Hamas. Em resposta, Israel t�m lan�ado m�sseis contra Gaza e se prepara para a invas�o da regi�o.
Mais de 2,3 mil pessoas foram mortas e mais 8 mil ficaram feridas em Gaza, informou o Minist�rio da Sa�de palestino, desde o in�cio da retalia��o aos ataques do Hamas.