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Estado de Minas BUENOS AIRES

Infla��o, pobreza, d�vida e poucos d�lares: uma bomba chamada Argentina


16/10/2023 13:17
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Os argentinos eleger�o seu presidente em 22 de outubro, atormentados por uma infla��o de quase 140%, com os nervos � flor da pele com uma crise cambial e as contas p�blicas exauridas por falta de divisas, uma bomba que o governo que assumir� em 10 de dezembro tentar� desarmar.

A situa��o demandar� um ajuste cuja dimens�o come�ar� a ser definida no domingo nas urnas, concordaram analistas consultados pela AFP.

O favorito nas pesquisas, o ultraliberal Javier Milei, prop�e diretamente dolarizar a economia; a conservadora Patricia Bullrich, diminuir o Estado e liberar o mercado de c�mbio; enquanto o peronista Sergio Massa, atual ministro da Economia, faz campanha prometendo impulsionar as exporta��es e o desenvolvimento com inclus�o social. Todos falam de ordem fiscal.

Abaixo, os cinco desafios econ�micos que enfrentar�o.

- Infla��o descomunal -

"D� calafrios fazer as compras, do carrinho (de supermercado) passei para a sacola e agora com uma m�o sobra", disse � AFP Lidia Pernilli, uma aposentada de 73 anos que acaba de comprar duas bananas por 1.000 pesos o quilo, 1 d�lar no c�mbio paralelo que quase triplica a cota��o oficial.

A infla��o, de 12,7% em setembro e 138% ao ano, � uma das mais altas do mundo. Saltou para os dois d�gitos em agosto, quando o governo desvalorizou o peso em 20%.

Praticamente, n�o h� cr�dito no pa�s. Em outubro, o Banco Central elevou as taxas de juros para dep�sitos de 118% para 133% ao ano, para desestimular a fuga para o d�lar.

- Desequil�brio cambial -

Ap�s d�cadas de alta infla��o, os argentinos desconfiam do peso.

Os controles cambiais est�o em vigor desde 2019, resultando em uma s�rie de restri��es.

O d�lar blue, ou paralelo, pulou de 850 pesos para 1.050 na semana passada. No final de julho, sua cota��o estava pela metade. A diferen�a com o d�lar oficial, em 365 pesos, � um abismo.

"O d�lar pode seguir subindo porque n�o h� �ncora pol�tica", apontou Elizabeth Bacigalupo, economista-chefe da consultoria Abeceb.

O mercado "pensa que Bullrich ou Massa podem impor um plano de estabiliza��o, mas o que Milei prop�e � perturbador e h� medo", acrescentou.

Lorenzo Sigaut Gravina, economista e diretor da consultoria Equilibra, indicou tamb�m que "a economia n�o cresce" e avaliou que, em 2022, a atividade diminuir� 2%.

- Sem reservas -

Este ano, a Argentina sofreu com uma seca hist�rica que atingiu o campo, o principal setor exportador. Deixou de receber por isso cerca de 20 bilh�es de d�lares (cerca de 3 pontos do PIB).

Esse golpe levou o Fundo Monet�rio Internacional (FMI) a relaxar as metas do programa credit�cio de 44 bilh�es de d�lares (quase R$ 161 bilh�es � �poca) que a Argentina realizou em 2018.

Para cumprir com seus compromissos, o pa�s recorreu a um empr�stimo do Catar, aos yuanes de um swap (troca de moedas) com a China e a um empr�stimo do CAF.

As reservas totais do Banco Central rondam os 25 bilh�es de d�lares (quase R$ 127 bilh�es). "Mas as l�quidas s�o negativas em 5 bilh�es de d�lares (quase R$ 26 bilh�es) e segue queimando os �ltimos cartuchos para sustentar a taxa de c�mbio, porque Massa ainda tem chances de ganhar", avaliou Bacigalupo.

O Banco Central absorve a forte emiss�o monet�ria para financiar o d�ficit fiscal, com t�tulos de curto prazo a taxas muito altas.

"Ser� necess�rio um plano de estabiliza��o e quem o aplicar dever� ter poder pol�tico, porque as medidas ir�o gerar mais infla��o at� que os d�lares da safra entrem em abril", advertiu Sigaut Gravina.

- Fragilidade social -

O maior desafio ser� equilibrar as contas sem que aconte�a grandes protestos, em um pa�s cuja taxa de pobreza est� em 40,1%, enquanto a de indig�ncia � de 9,3%.

Milhares de pessoas recebem subs�dios nas tarifas de �gua, g�s, eletricidade e transporte, al�m de aux�lios econ�micos.

"Esses subs�dios dever�o ser reduzidos. Haver� um custo social elevado e tens�es pol�ticas", disse Bacigalupo.

Milei prometeu dolarizar a economia e eliminar o Banco Central como caminho para acabar com a infla��o.

Segundo Lorenzo Sigaut, "� imposs�vel porque n�o h� d�lares e iria requerer uma maxidesvaloriza��o ou financiamento externo".

Para Bacigalupo, "s�o necess�rios valores t�o exorbitantes por d�lar - cerca de 4.000 pesos por c�dula - para dolarizar, que seria socialmente invi�vel".

- Energia e nova safra, uma esperan�a -

A Bolsa de Cereais de Buenos Aires projetou que a safra de soja aumentar� em 138% na colheita 2023-24 depois da forte da seca, e a de milho 61%, em um contexto agroexportador de bonan�a.

O pr�ximo governo economizar� divisas em importa��o de energia, gra�as ao funcionamento do novo gasoduto da reserva de Vaca Muerta.

"Se aproveitarmos isso, pode aportar mais de 10 bilh�es de d�lares (quase R$ 51 bilh�es) por ano e somado � revers�o da seca, a explota��o de l�tio e energia renov�veis, chegar�o d�lares cruciais para as transforma��es da estabiliza��o", opinou Bacigalupo.


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