Ajuda humanit�ria deve entrar em Gaza no s�bado, afirma ONU

A ONU afirmou nesta sexta-feira (20) que os caminh�es com ajuda humanit�ria entrar�o, como prazo mais r�pido, no s�bado na Faixa de Gaza, onde a popula��o palestina aguarda desesperada a chegada de produtos b�sicos sob os intensos bombardeios de repres�lia de Israel, ap�s o ataque de 7 de outubro do movimento islamista Hamas.

A ajuda humanit�ria internacional deve come�ar "amanh� (s�bado) ou depois" a entrar no territ�rio palestino, onde vivem 2,4 milh�es de pessoas, afirmou o subsecret�rio-geral da ONU para Assuntos Humanit�rios, Martin Griffiths.

"N�s estamos em negocia��es profundas e avan�adas com todas as partes relevantes para garantir que uma opera��o de ajuda em Gaza comece o mais r�pido poss�vel", afirmou Griffiths.

Dezenas de caminh�es aguardam h� v�rios dias na fronteira com o Egito, perto da passagem de Rafah, o �nico ponto de entrada para a Faixa de Gaza que n�o � controlado por Israel.

O secret�rio-geral da ONU, Ant�nio Guterres, visitou nesta sexta-feira o local para preparar a chegada da ajuda ao enclave palestino.

Na quinta-feira, durante uma visita ao Cairo, ele pediu um "acesso humanit�rio r�pido e sem obst�culos", assim como um "cessar-fogo humanit�rio imediato".

Os blocos de concreto instalados pelos eg�pcios na passagem de fronteira desde o in�cio dos bombardeios israelenses em Gaza foram retirados, informou uma fonte das for�as de seguran�a eg�pcias � AFP.

O canal eg�pcio AlQahera News, pr�ximo aos servi�os intelig�ncia do pa�s, informou na quinta-feira � noite que a passagem de Rafah seria aberta sexta-feira.

- "Uma gota de �gua" -

O grupo islamista palestino Hamas executou em 7 de outubro um ataque sem precedentes contra Israel, que desencadeou a guerra.

Mais de 1.400 pessoas morreram no territ�rio israelense, a maioria civis baleados, queimados vivos ou mutilados no ataque do Hamas, segundo as autoridades israelenses. Al�m disso, 203 pessoas foram sequestradas.

O Ex�rcito israelense afirmou nesta sexta-feira que a maioria dos ref�ns "est� viva".

"Dos mais de 200 ref�ns que se encontram atualmente detidos na Faixa de Gaza, mais de 20 s�o menores de idade, entre 10 a 20 t�m mais de 60 anos, e a maioria deles est� viva", afirmaram os militares na nota.

Do lado palestino, 4.137 pessoas morreram na Faixa de Gaza, incluindo mais de 1.500 crian�as, nos bombardeios de repres�lia de Israel, informou o Minist�rio da Sa�de do Hamas em um balan�o atualizado.

Bairros inteiros foram destru�dos e est�o sem �gua, energia el�trica e alimentos. Mais de um milh�o de pessoas foram deslocadas desde o cerco imposto por Israel na Faixa de Gaza, j� bloqueada por terra, mar e ar desde 2007, quando o Hamas tomou o poder.

"Precisamos de acesso sem restri��es e entregar nossa ajuda vital de forma segura. O tempo � curto", afirmou o Unicef na rede social X.

Ap�s uma visita a Israel na quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou um acordo com o hom�logo do Egito, Abdel Fatah al Sisi, para permitir a entrada de um primeiro comboio de at� 20 caminh�es.

O acordo � uma "gota de �gua no oceano das necessidades", afirmou o diretor para situa��es de emerg�ncia da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), Michael Ryan. "Seriam necess�rios 2.000 caminh�es".

- Amea�a de ofensiva terrestre -

Israel continua concentrando tropas ao redor de Gaza para uma ofensiva terrestre, que ser� a resposta ao ataque mais violento em seu territ�rio desde a funda��o do pa�s em 1948.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, visitou as tropas na linha de frente, perto de Gaza, onde pediu que ven�am "com toda a for�a necess�ria".

"Agora voc�s observam Gaza de longe, em breve a ver�o por dentro", disse o ministro da Defesa, Yoav Gallant, �s tropas na quinta-feira.

Foguetes tamb�m foram lan�ados a partir do territ�rio palestino contra Israel, segundo os correspondentes da AFP.

O alto comiss�rio da ONU para os refugiados afirmou que a situa��o � muito preocupante em Gaza. "Qualquer nova escalada ou mesmo continua��o das atividades militares ser� simplesmente catastr�fica para o povo de Gaza", disse Filippo Grandi.

Ele tamb�m afirmou que as consequ�ncias de uma propaga��o do conflito para o L�bano e outras �reas da regi�o seriam "incalcul�veis".

O Hamas denunciou na quinta-feira que um ataque israelense provocou mortos e feridos na igreja ortodoxa grega de S�o Porf�rio em Gaza.

As for�as israelenses afirmaram que uma parede do templo foi danificada por um ataque de sua avia��o contra um centro de comando do movimento islamista e indicaram que o incidente est� sendo analisado.

O grupo palestino acusou Israel na ter�a-feira de bombardear o hospital Ahli Arab em Gaza, o que teria provocado 475 mortes. O governo israelense nega e afirma ter evid�ncias da responsabilidade da Jihad Isl�mica, outro movimento palestino.

O balan�o do ataque tamb�m n�o � claro: um relat�rio da intelig�ncia americana, ao qual AFP teve acesso, afirma que est� "na parte inferior do espectro de 100 a 300" pessoas mortas.

A tens�o tamb�m � elevada na Cisjord�nia, o outro territ�rio palestino ocupado por Israel, onde pelo menos 81 pessoas morreram desde o in�cio do conflito, e na fronteira com o L�bano, cen�rio de ataques entre as tropas israelenses, o grupo Hezbollah e mil�cias palestinas.

Diante dos incidentes com combatentes do Hezbollah ao longo da fronteira, Israel ordenou nesta sexta-feira a evacua��o da cidade de Kiryat Shmona.