Para ser eleito, o vencedor precisa 45% dos votos, ou 40%, com uma vantagem de 10 pontos sobre o segundo candidato mais votado. Caso contr�rio, os dois primeiros ir�o para o segundo turno, previsto para 19 de novembro.
- Milei, o inimigo do Estado -
Economista de extrema direita e libert�rio, Milei trabalhou no setor privado at� dois anos atr�s. Tornou-se conhecido pela primeira vez na televis�o e depois viralizou nas redes sociais, onde conquistou os jovens com um discurso "antiwoke" inovador e disruptivo. A cabeleira farta e desgrenhada e sua ret�rica provocadora contra "a casta" do "establishment" pol�tico completam o personagem que abala o "status quo".
Milei promete dolarizar a economia, proibir o aborto, permitir o porte de armas, reduzir drasticamente os impostos e tamb�m os gastos p�blicos. Fez campanha segurando uma motosserra para simbolizar os cortes or�ament�rios que planeja fazer.
S�o frequentes as compara��es com os ex-presidentes americano Donald Trump e brasileiro Jair Bolsonaro, embora nenhum deles tenha ido t�o longe a ponto de propor "dinamitar" o Banco Central. Para Milei, a institui��o � "um mecanismo, pelo qual os pol�ticos fraudam os argentinos".
Ap�s ser eleito deputado em 2021, Milei rifou seu sal�rio, em um gesto de desprezo para com o que considera "regalias" dos pol�ticos. Publicou v�rios livros, mas foi acusado de plagiar par�grafos inteiros.
De 52 anos, solteiro e sem filhos, seu amor pelos mastins ingleses � tema das conversas dos argentinos. Milei considerava seu falecido cachorro Conan como um filho, e a dor de sua perda levou-o a clon�-lo nos Estados Unidos, de onde enviaram-lhe cinco. Eles e sua irm� Karina s�o, como ele mesmo diz, seu c�rculo afetivo mais imediato.
- Massa, a oferta de unidade -
Como ministro da Economia desde 2022, Sergio Massa luta contra uma infla��o anualizada de quase 140%, a perda do valor da moeda e o aumento da pobreza (40%). Por essa crise, culpa a d�vida com o Fundo Monet�rio Internacional (FMI) contra�da pelo governo anterior, assim como a pandemia da covid-19 e a seca.
Mas sua candidatura "se deteriora ao ritmo da economia", disse � AFP Juan Negri, cientista pol�tico da Universidade Torcuato di Tella.
Sempre aberto ao di�logo, calmo e sorridente, esse advogado de 51 anos aposta, no entanto, em seus mais de 30 anos de carreira pol�tica. Baseou sua campanha em uma promessa de unidade, em contraste com a disrup��o inflamada representada por Milei.
Por isso, sua candidatura representa para eleitores, como o estudante Valent�n Figarra, de 20 anos, uma garantia de estabilidade: "Quando o peronismo governa aqui na Argentina, a rua fica tranquila (...) Os sindicatos fazem parte deste governo, ent�o h� algo como uma certa conviv�ncia".
Ele concorre como candidato da Uni�n por la Patria, alian�a de v�rios setores do peronismo, incluindo o de Cristina Kirchner, a vice-presidente. Ela e o presidente Alberto Fern�ndez estiveram visivelmente ausentes da campanha presidencial.
Massa fez e quebrou alian�as pol�ticas. Em 2013, criou a Frente Renovadora, um partido de centro como alternativa a Kirchner, a quem acompanhou como chefe de gabinete entre 2008 e 2009.
Filho de imigrantes italianos, cresceu na periferia de Buenos Aires. � casado e tem dois filhos.
- Patricia Bullrich, a linha dura -
A candidata da coaliz�o da oposi��o Juntos por el Cambio, de direita, apresenta-se como a linha-dura para um pa�s em crise.
"� tudo, ou nada", diz em suas mensagens da campanha.
Politizada desde a adolesc�ncia, Bullrich integrou a Juventude Peronista nos turbulentos anos 1970, durante o auge da atividade guerrilheira dos Montoneros.
Milei usou essa informa��o, recentemente, para acus�-la de ter colocado "bombas em jardins de inf�ncia", coment�rio que levou a candidata a denunci�-lo criminalmente por cal�nia.
A hist�ria de sua fam�lia se entrela�a com a da Argentina. Seu bisav� Honorio Pueyrred�n foi um importante l�der radical (social-democrata), e os Bullrichs tiveram a mais importante casa de leil�es de gado em Buenos Aires no s�culo XIX. Seu cunhado Rodolfo Galimberti foi um importante l�der dos Montoneros.
Foi ministra da Seguran�a no governo Macri (2015-2019), e ministra do Trabalho, na gest�o Fernando de la R�a (1999-2001). Presidente do PRO e de licen�a pela campanha eleitoral, cultivou uma imagem de mulher determinada e intransigente.
Tem um filho e hoje � casada com o advogado Guillermo Yanco.
BUENOS AIRES