A campanha acontece em meio � guerra que come�ou ap�s a ofensiva do movimento islamista palestino Hamas contra o territ�rio israelense em 7 de outubro. O ataque deixou mais de 1.400 mortos, a maioria civis, segundo o Ex�rcito de Israel.
O grupo islamista, que governa o enclave palestino desde 2007, tamb�m sequestrou mais de 200 pessoas. Os bombardeios israelenses em resposta deixaram mais de 4.300 mortos, incluindo mais de 1.500 crian�as, segundo o Minist�rio da Sa�de palestino.
O conflito tamb�m � latente em Israel e nos territ�rios ocupados desde 1967.
Abir Bakr, advogada da cantora palestina Dalal Abu Amneh, relatou � AFP que a cliente compareceu a uma delegacia de pol�cia para registrar queixa depois de receber "centenas de amea�as de morte em ingl�s e em �rabe".
Por�m, as for�as de seguran�a n�o abriram uma investiga��o e a cantora foi "detida por um coment�rio que publicou no Facebook", disse Bakr.
"Ela foi algemada (...) submetida a insultos e humilha��es. Querem intimidar as pessoas e dar uma li��o com Dalal como exemplo", acrescentou a advogada.
Ap�s os primeiros bombardeios de Israel sobre Gaza, Abu Amneh escreveu no Facebook: "N�o h� vencedor sen�o Deus" e adicionou um emoticon com a bandeira palestina.
A cantora, que tem centenas de milhares de seguidores no Instagram, tamb�m trabalha como neurologista na cidade israelense de Haifa.
A pol�cia israelense explicou em um comunicado que ela foi detida por "incita��o � viol�ncia" e "comportamento suscet�vel de atentar contra a ordem p�blica".
Um tribunal de Nazar� determinou na quarta-feira a liberta��o da artista ap�s o pagamento de fian�a de 2.500 shekels (US$ 625, R$ 1.330). Mas ela foi colocada em pris�o domiciliar na casa de sua m�e e, por um per�odo de 45 dias, n�o poder� publicar nada relacionado � guerra.
- Medo de repres�lias -
O caso de Dalal Abu Amneh n�o foi o �nico. A pol�cia divulga diariamente informa��es sobre pessoas detidas porque escreveram ou expressaram interesse por publica��es nas redes sociais.
Algumas pessoas foram detidas depois que compartilharam v�deos dos israelenses assassinados durante a violenta incurs�o do Hamas, segundo a pol�cia.
Muitos �rabes israelenses e palestinos de Jerusal�m Leste, ocupada por Israel em 1967, se recusaram a falar com a AFP devido ao temor de repres�lias.
A pol�cia israelense anunciou na quarta-feira a deten��o de 76 pessoas em Jerusal�m Leste acusadas de "apoiar organiza��es terroristas" nas redes sociais.
Entre os detidos est�o um advogado, um chef de cozinha de uma restaurante israelense que foi demitido e um im�.
Uma associa��o de advogados tamb�m citou o caso de um jovem que ficou detido durante cinco dias por ter compartilhado fotos de crian�as de Gaza ao lado da frase "meu cora��o est� com voc�s".
Hassan Jabareen, diretor do Centro Adalah, organiza��o de defesa das minorias �rabes, explicou � AFP que "muitas pessoas de direita apresentam den�ncias contra cidad�os �rabes".
A advogada Abir Bakr tamb�m denuncia que "as tradu��es dos demandantes do �rabe para o hebraico s�o frequentemente equivocadas e provocam interpreta��es descontextualizadas".
- Demiss�es e manifesta��es proibidas -
O chefe de pol�cia Kobi Shabtai anunciou a proibi��o de "qualquer manifesta��o contra a guerra", uma medida que Adalah considera ilegal.
Segundo a imprensa israelense, ao menos 63 �rabes israelenses foram detidos nas �ltimas semanas por publica��es que supostamente "apoiam o terrorismo". O teor das mensagens n�o foi revelado.
O jornal Haaretz tamb�m informou que estudantes e trabalhadores enfrentam amea�as de demiss�es e processos judiciais por motivos similares.
O estado de emerg�ncia em vigor no pa�s "constitui terreno f�rtil para viola��es dos direitos individuais e, em particular, da liberdade de express�o", destacou o jornal em um editorial publicado na quarta-feira.
O Haaretz denuncia que "cidad�os �rabes que expressam opini�es diferentes da tend�ncia geral foram demitidos". A prefeitura de Rehovot, por exemplo, "exigiu que as empresas de constru��o assinassem um compromisso de n�o permitir trabalhadores �rabes nas obras".
Jaafar Farah, diretor da associa��o de defesa dos direitos humanos Musawah, afirmou � AFP que "desde o in�cio da guerra, quase 150 trabalhadores e quase 200 estudantes (�rabes) foram demitidos" por publica��es de apoio a Gaza nas redes sociais.
HAIFA