Com uma taxa de infla��o de quase 140% em 12 meses e o aumento do �ndice de pobreza, que afeta mais de 40% da popula��o, os eleitores chegam exaustos ao dia da elei��o, que pela primeira vez em tr�s d�cadas � disputada por tr�s aspirantes competitivos, em vez de apenas dois nomes das grandes for�as pol�ticas.
A vota��o come�ou �s 8H00 e prosseguir� at� 18H00 (mesmo hor�rio de Bras�lia).
"Precisamos de uma mudan�a. O pa�s � um desastre. Na verdade, entre a pobreza e a infla��o, as pessoas est�o em m� situa��o", declarou � AFP Gabriela Paperini, 57 anos, que trabalha como volunt�ria em um centro eleitoral em Buenos Aires.
Ela declarou voto em Bullrich, mas disse que sua filha votar� em Milei.
Com presen�a na pol�tica apenas desde 2021, quando foi eleito deputado, Milei, que completa 53 anos neste domingo, � o favorito nas pesquisas, depois de surpreender como o candidato mais votado nas prim�rias de agosto.
"A for�a que surge como disruptiva � a que ficou em primeiro nas prim�rias e a que tem maior capacidade de crescimento", explicou � AFP Paola Zub�n, diretora da consultoria Zub�n, C�rdoba e Associados.
Com um discurso contra o que chama de "casta pol�tica 'chorra'" (de ladr�es), este economista de extrema direita insiste que pode vencer a elei��o no primeiro turno.
Embora as principais pesquisas apontem que Milei ser� o mais votado, nenhum instituto ousou afirmar que ele venceria no primeiro turno ou contra qual candidato disputaria o segundo turno, que est� programado para 19 de novembro.
Para vencer j� neste domingo, um candidato precisa de 45% dos votos, ou 40% e uma vantagem de 10 pontos em rela��o ao segundo mais votado.
- Contra o status quo -
Milei pretende dolarizar a economia, acabar com o Banco Central, reduzir drasticamente os gastos p�blicos, eliminar o Minist�rio da Mulher e revogar a lei de aborto, entre outras propostas.
Ele enfrenta na elei��o o atual ministro da Economia, Sergio Massa, da coaliz�o Uni�o pela P�tria (peronismo de centro-esquerda), e a ex-ministra da Seguran�a Patricia Bullrich, da alian�a de centro-direita Juntos pela Mudan�a.
Mas com participa��es nos governos que n�o conseguiram reverter a deteriora��o econ�mica do pa�s - Bullrich no Executivo de Mauricio Macri (2015-2019) e Massa na atual gest�o de Alberto Fern�ndez (2019-2023) -, ambos enfrentam muitas dificuldades para atrair novos eleitores.
Juan Negri, cientista pol�tico da Universidade Torcuato di Tella, destaca que nem todos os eleitores de Milei s�o de extrema direita, "nem s�o todos favor�veis a dolarizar a economia ou a eliminar os subs�dios. A ades�o � mais uma declara��o de princ�pios com a qual afirmam que est�o fartos da classe pol�tica".
Terceira maior economia da Am�rica Latina, historicamente a sociedade argentina tem orgulho de sua ampla classe m�dia. Por�m, a economia n�o cresce h� mais de uma d�cada. Em 2018, o pa�s assinou um compromisso com o Fundo Monet�rio Internacional para um programa de cr�dito de 44 bilh�es de d�lares que exige uma redu��o significativa do d�ficit fiscal.
Al�m da presid�ncia, os argentinos tamb�m definem neste domingo metade das cadeiras da C�mara dos Deputados e um ter�o do Senado. As pesquisas indicam que nenhum partido conquistar� a maioria parlamentar.
O novo presidente assumir� o cargo em 10 de dezembro para um mandato de quatro anos. O pa�s tem 35,8 milh�es de eleitores registrados.
BUENOS AIRES