Idosos e pessoas com defici�ncia tiveram a ajuda de vizinhos para subir a escada estreita que leva � casa de Margarita, em Los Magallanes de Catia, reduto do governismo em Caracas.
"Temos este espa�o porque foi a �nica pessoa que se atreveu. Os donos dos espa�os anteriores foram intimidados e ficaram com medo, mas ela se arriscou, e aqui estamos", disse � AFP o l�der pol�tico daquela �rea, Ricardo Rada.
"Sim, podemos, sim, podemos!", gritavam cerca de 1.000 pessoas em frente � casa de Margarita para incentivar o processo, marcado por contratempos log�sticos, como atrasos na entrega do material.
"N�o sei se, mais para frente, poder�o me intimidar, mas quero uma mudan�a, para os meus filhos, para o meu pa�s", disse Margarita, que luta contra um c�ncer de colo do �tero e depende de remessas enviadas por familiares que vivem no exterior para pagar seu tratamento.
A poucos quarteir�es de sua casa, em um campo que deveria servir como centro de vota��o, apoiadores do chavismo tocavam m�sicas com refer�ncias ao governismo, enquanto membros de coletivos - grupos de choque que simpatizam com o governo - circulavam pelo local para intimidar jornalistas e eleitores.
- Morrer feliz -
Em outro ponto de Catia, que tem cerca de 400 mil habitantes, Judith Gonz�lez tamb�m transformou sua casa em um centro eleitoral, na esperan�a de conseguir uma candidatura unit�ria, um desafio frente �s divis�es profundas dentro da oposi��o.
"Se o Conselho Nacional Eleitoral n�o estendeu a m�o a n�s, venezuelanos, para nos emprestar os col�gios (centros de vota��o), o que seria o ideal, minha casa est� em ordem e pronta", disse Judith, 75. "Hoje � uma grande oportunidade e n�o quero perd�-la", comentou a cabeleireira Marbelis Rengel, 47.
Apesar das dificuldades de log�stica, Margarita Fuenmayor disse que se sente feliz de ver a casa cheia de eleitores: "Se eu morrer de c�ncer ou porque vir�o atirar contra a minha casa para me intimidar, morrerei feliz, porque sei que fiz algo pela humanidade e pela popula��o."
CARACAS