Massa, um advogado de 51 anos e candidato da coaliz�o Uni�o pela P�tria, obteve 36,54% dos votos, enquanto Milei ficou com 30,06%, segundo a apura��o de 96,31% das urnas.
"N�o vou falhar com voc�s", afirmou Massa em seu primeiro discurso ap�s a elei��o, ao pedir apoio para o segundo turno.
"Quero convoc�-los para que tenhamos a capacidade de acabar com a ideia de destrui��o do outro, a ideia do Se h� algo que ficou claro nesta elei��o � que a fissura e come�a uma nova etapa", disse.
A op��o � entre "um pa�s que abrace a todos ou um pa�s do salve-se quem puder", acrescentou.
Massa, a principal figura do governo de centro-esquerda neste pa�s imerso em uma crise econ�mica que parece n�o ter fim, com infla��o de 140%, optou por permanecer no cargo de ministro com a ideia de que "a campanha � a gest�o".
"Ele fez uma campanha muito boa, especialmente no final. Ele se conectou com as pessoas e o peronista percebeu que do outro lado est� o inimigo do povo", disse � AFP o pedreiro Jonatan Pagano, de 36 anos.
- O segundo turno -
Estas elei��es foram marcadas pelo crescimento de Milei, que era o favorito nas pesquisas ap�s sacudir o cen�rio pol�tico da Argentina.
H� poucos dias, Milei declarou que estava preparado para vencer no primeiro turno, mas no domingo, diante de um grupo de simpatizantes ainda surpresos com o resultado abaixo do esperado, ele prop�s "acabar com este processo de agress�es entre os que desejam uma mudan�a", em refer�ncia � candidata conservadora Patricia Bullrich, que ficou em terceiro lugar (24%).
"Estou disposto a mudar e a ceder novamente para acabar com o kirchnerismo", insistiu o economista de 53 anos que defende o anarcocapitalismo.
Na sede da campanha de Milei, Gast�n Rivero, de 35 anos, parecia surpreso. "N�o esperava esse resultado", contou � AFP, embora tenha expressado sua confian�a em uma vit�ria no segundo turno.
O deputado brasileiro Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, acompanhou o candidato ultraliberal. "Acredito que no primeiro ou no segundo turno, Milei vencer�, que esse movimento � impar�vel", afirmou.
Bullrich, ex-ministra da Seguran�a e candidata da alian�a de centro-direita Juntos pela Mudan�a, n�o anunciou quem apoiar� no segundo turno. "Nossos valores n�o est�o � deriva, n�o se vendem nem se compram, n�o os vamos negociar", declarou em seu primeiro discurso ap�s a derrota.
- Temor -
Para o analista pol�tico e consultor Ra�l Timerman, Milei acabou assustando uma parte do eleitorado com suas propostas extremistas e n�o conseguiu aumentar seu n�mero de votos em compara��o com as prim�rias de agosto, quando obteve o primeiro lugar com 30%.
Milei pretende dolarizar a economia, acabar com o Banco Central, reduzir drasticamente os gastos p�blicos, eliminar o Minist�rio da Mulher e revogar a lei do aborto, entre outras propostas.
"A motosserra (que ele exibia como s�mbolo dos cortes que visa fazer) que no in�cio parecia engra�ada, tornou-se um elemento assustador", explicou.
Por outro lado, Massa, apesar do desempenho ruim da economia, mostrou modera��o durante toda a campanha e uma atitude de abertura, com apelos constantes � unidade nacional.
"Ele foi percebido como o mais capaz de presidir o pa�s em uma situa��o de caos como a que estamos vivendo", disse Timerman.
- Economia estagnada -
Vivendo na terceira maior economia da Am�rica Latina, historicamente os argentinos t�m orgulho de sua ampla classe m�dia. Por�m, a tend�ncia mudou na �ltima d�cada, e a taxa de pobreza chega a 40% da popula��o.
Com a economia estagnada, em 2018 o pa�s assinou um compromisso com o Fundo Monet�rio Internacional para um programa de cr�dito de 44 bilh�es de d�lares (R$ 160,8 bilh�es, na cota��o da �poca), que exige uma redu��o significativa do d�ficit fiscal.
Al�m da presid�ncia, os argentinos definiram neste domingo metade das cadeiras da C�mara dos Deputados e um ter�o do Senado. A participa��o foi de 74% dos 35,8 milh�es de eleitores.
O novo presidente assumir� o cargo em 10 de dezembro, para um mandato de quatro anos.
BUENOS AIRES