Este � o primeiro relato de mortes, visto que a �rea afetada est� praticamente isolada desde a meia-noite de ter�a-feira, quando os ventos do Otis, de 270 come�aram a ser sentidos.
"Infelizmente, recebemos o relat�rio dos governos estadual e municipal de 27 pessoas mortas e quatro desaparecidas", disse a secret�ria de Seguran�a, Rosa Icela Rodr�guez, durante a coletiva de imprensa presidencial.
O presidente Andr�s Manuel L�pez Obrador disse que os mortos est�o "basicamente em Acapulco" e que tr�s dos desaparecidos s�o militares.
"Quem perdeu a vida foi por efeito do furac�o", disse, detalhando que os ventos derrubaram praticamente todas as �rvores e in�meros postes, al�m de relatos de quedas de estruturas de casas.
Ele anunciou que uma ponte a�rea ser� estabelecida para entregar ajuda � popula��o e materiais para restabelecer os servi�os.
As comunica��es telef�nicas come�aram a ser retomadas durante a manh�, enquanto a rodovia do Sol, a rota mais r�pida da Cidade do M�xico, foi reaberta ao tr�fego.
Danos significativos tamb�m s�o relatados na infraestrutura do popular balne�rio, com quase 780 mil habitantes, metade deles ainda com cortes de energia devido ao colapso de 58 torres de alta tens�o.
- Destrui��o e saques-
Nesta quinta-feira, uma equipe da AFP percorreu a zona costeira de Acapulco, onde constatou que as telecomunica��es foram parcialmente restauradas, mas tamb�m houve grandes danos a hot�is, casas e com�rcios.
A AFP observou alguns atos de saques, com dezenas de pessoas que entravam em mercearias abandonadas, muitas delas j� sem mercadoria.
Uma das principais avenidas do porto permanecia coberta de lama enquanto dezenas de pessoas caminhavam, devido � aus�ncia do transporte p�blico. Outras tentavam, sem sucesso, pegar um t�xi.
"Tivemos que fechar as portas com o que encontramos para que o vidro n�o voasse. Vimos como arrastava carros e postes. O ch�o da cl�nica se moveu", disse Eric Hern�ndez, que estava em uma cl�nica de Acapulco durante o furac�o.
Durante a manh�, elementos do Ex�rcito trabalhavam para limpar a lama, escombros e �rvores ca�das das ruas.
A for�a dos ventos foi tanta que conseguiu capotar e arrastar ve�culos, como um caminh�o de carga que ficou encalhado em uma avenida ou um carro que chegou ao lobby de um luxuoso hotel em meio a vidros e escombros.
Punta Diamante, a zona mais luxuosa e moderna do porto e onde h� hot�is e edif�cios de apartamentos com cerca de vinte andares, � uma das mais afetadas.
A ocupa��o tur�stica em Acapulco, que tem cerca de 20 mil quartos de hotel, era de 50%, segundo as autoridades, o que deixou milhares de turistas retidos.
O governo do estado informou que 80% dos hot�is sofreram danos e que cerca de 40 �nibus foram providenciados para oferecer transporte gratuito.
O aeroporto do porto ficou "destru�do", disse L�pez Obrador, detalhando que as companhias a�reas se ofereceram para transportar turistas a partir do terminal a�reo de Zihuatanejo, localizado a 225 quil�metros de dist�ncia.
- Fen�meno in�dito -
O presidente reconheceu que o impacto do furac�o, o mais poderoso que j� atingiu Acapulco, foi surpreendente.
"O que Acapulco sofreu foi muito desastroso (...), as pessoas se abrigaram, se protegeram. Por isso, felizmente, n�o houve mais infort�nios, perdas de vidas humanas", acrescentou.
Em cerca de seis horas, Otis passou de uma tempestade tropical para um poderoso furac�o de categoria 5, for�ando as autoridades a acelerarem os trabalhos de prepara��o em Acapulco e nas �reas vizinhas, que j� sofreram ciclones como o potente furac�o Paulina em 1997, que deixou mais de 200 mortos.
"N�o tem precedentes no pa�s nos �ltimos tempos, n�o s� pela forma como ganhou for�a em t�o pouco tempo, mas tamb�m pela magnitude do furac�o, como entra com muita for�a pela ba�a", disse.
O presidente esteve no porto no dia anterior, aonde chegou caminhando pela lama.
Devido � sua extensa costa no Pac�fico e no Atl�ntico, o M�xico � um dos pa�ses mais vulner�veis a furac�es, com pelo menos uma d�zia de fen�menos meteorol�gicos por ano.
ACAPULCO