Machado, inabilitada para exercer cargos p�blicos por 15 anos, recebeu 92% dos votos dos 2,4 milh�es registrados pela Comiss�o Nacional das Prim�rias (CNP) e que o governo rejeitou, classificando-os como fraudulentos.
"As prim�rias s�o uma conquista democr�tica, cidad�, pac�fica, constitucional e eleitoral", afirmou o presidente da CNP, Jes�s Mar�a Casal, na cerim�nia de an�ncio, sem fazer refer�ncia direta � investiga��o aberta pela Justi�a.
"Alcan�amos uma elevada taxa de participa��o" e "com alegria proclamamos a candidatura �nica e damos lugar a uma etapa tamb�m pac�fica e democr�tica para o bem da Venezuela", completou.
O procurador Tarek William Saab anunciou na quarta-feira a abertura de uma investiga��o contra Casal, sua vice-presidente, Mildred Camero, e outros integrantes da organiza��o das prim�rias da oposi��o.
Saab, de linha pr�-governo, designou dois magistrados para a realiza��o desta investiga��o por suposta usurpa��o de fun��es eleitorais e de identidade, al�m da legitima��o de capitais e associa��o para a pr�tica criminosa.
"Estarei presente quando me convocarem ao Minist�rio P�blico", disse Camero � AFP. "N�o me sinto mal, n�o tenho complexo de culpa. O que (o procurador) diz � diferente do que realmente fizemos, mas esses ser�o assuntos que ser�o discutidos no tribunal", declarou.
"As acusa��es n�o t�m fundamento, mas como t�m o poder e fazem um exerc�cio autorit�rio do poder, � poss�vel que tomem alguma medida fora do marco do direito", disse, por sua ez, V�ctor M�rquez, tamb�m integrante da CNP.
- "Contradi��o" -
As prim�rias foram organizadas pela pr�pria oposi��o, sem a gest�o do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que, ap�s meses de evasivas, finalmente prop�s no �ltimo minuto o adiamento do processo por um m�s para que conseguisse administrar o pleito.
O processo, que contou com a vota��o e a apura��o de forma manual, foi muito criticado por dirigentes chavistas, que citaram manipula��o dos n�meros.
Machado condenou a "ofensiva" contra a CNP, que tamb�m descreveu como uma "contradi��o".
"� totalmente ineficaz, o processo foi realizado, o resultado e o efeito pol�tico foram extraordin�rios (...), e todos os venezuelanos confiam nesses resultados", afirmou.
O chefe do Parlamento de maioria chavista, Jorge Rodr�guez, convocou o corpo diplom�tico nesta quinta-feira para apresentar provas da "fraude brutal montada" no domingo - quando, garante, participaram menos de 600.000 personas -, e pedir "respeito � din�mica interna do pa�s" ap�s a reuni�o realizada por Machado com representantes estrangeiros credenciados na Venezuela.
As prim�rias foram realizadas cinco dias ap�s a assinatura de um acordo em Barbados entre a oposi��o e o governo, que definiu as elei��es presidenciais para o segundo semestre de 2024 com observa��o internacional, com a quest�o das desqualifica��es de opositores como Machado ainda pendente.
Maduro, por sua vez, convocou, tamb�m para esta quinta, uma "Confer�ncia nacional pelo di�logo, a paz e a conviv�ncia", que reuniu parlamentares, empres�rios, acad�micos e membros da delega��o chavista na mesa, chefiada por Jorge Rodr�guez.
Durante o encontro, foi aprovado um documento pedindo a suspens�o das san��es e para "desconsiderar e rejeitar amea�as e chantagens que p�em em risco o acordo de Barbados".
"Quando assinamos [o acordo] em Barbados, o fizemos livres de condicionamento e chantagem, o fizemos por consci�ncia", disse o presidente.
Os Estados Unidos flexibilizaram por seis meses um embargo petroleiro contra a Venezuela, mas condicionaram a medida � suspens�o das inabilita��es como a de Machado, um tema espinhoso para o chavismo.
"O problema da inabilita��o foi resolvido por dois milh�es e meio de venezuelanos", insistiu a candidata, evitando comentar como vai conseguir inscrever sua candidatura.
CARACAS