Centenas de milhares de civis vivem em condi��es humanit�rias desastrosas no estreito territ�rio, completamente sitiado e bombardeado sem descanso por Israel desde o ataque do Hamas em 7 de outubro.
"Muitas mais (pessoas) morrer�o em breve como resultado do cerco imposto � Faixa de Gaza" por Israel, denunciou nesta sexta o comiss�rio-geral da ag�ncia da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em ingl�s), Philippe Lazzarini.
Gaza precisa de ajuda humanit�ria "significativa e cont�nua" para aliviar a falta de �gua, alimentos e eletricidade, acrescentou.
Segundo o Hamas, mais de 7.300 pessoas, a maioria delas civis e incluindo 3.038 crian�as, morreram nos bombardeios no enclave palestino. Pelo menos 1.400 pessoas, tamb�m civis em sua maioria, morreram em Israel, segundo as autoridades, pelas m�os do Hamas.
- Alvos do Hamas destru�dos -
A Infantaria israelense lan�ou uma "incurs�o seletiva no setor central da Faixa de Gaza", apoiada por "ca�as e drones", antes de abandonar o territ�rio, anunciou o ex�rcito na manh� desta sexta-feira.
Imagens em preto e branco divulgadas pelo Ex�rcito, que fez ontem uma primeira incurs�o no norte da Faixa, mostravam uma fileira de ve�culos blindados � noite.
O Ex�rcito disse ter bombardeado alvos do Hamas "em toda a Faixa de Gaza", destruindo plataformas de lan�amento de foguetes e centros de comando, em prepara��o para uma prov�vel ofensiva terrestre prometida por autoridades pol�ticas e militares para "aniquilar" o Hamas.
Segundo as autoridades de Israel, 229 ref�ns israelenses com dupla nacionalidade, ou estrangeiros, foram capturados durante o ataque do Hamas, que at� agora libertou quatro mulheres.
O grupo isl�mico disse na quinta-feira que "cerca de 50" ref�ns foram mortos em bombardeios israelenses.
A comunidade internacional teme as consequ�ncias de uma ofensiva terrestre no enclave palestino de 362 km�, controlado desde 2007 pelo Hamas e aonde a ajuda internacional mal chega aos 2,4 milh�es de habitantes.
- "Corredores humanit�rios" -
Desde 21 de outubro, 74 caminh�es de ajuda entraram na Faixa de Gaza procedentes do Egito, anunciou na quinta-feira o Escrit�rio das Na��es Unidas para a Coordena��o dos Assuntos Humanit�rios (OCHA), um n�mero muito insuficiente para a organiza��o, que exige, sobretudo, combust�vel para fazer as infraestruturas de sa�de funcionarem.
Antes do "cerco total" imposto por Israel em 9 de outubro, cerca de 500 caminh�es chegavam ao enclave diariamente. Ante essa situa��o, os l�deres dos 27 pa�ses da Uni�o Europeia (UE) pediram na quinta-feira a instala��o de "corredores humanit�rios" e de "pausas" para a entrega de ajuda.
Na ter�a-feira, os Estados Unidos tamb�m sugeriram essas "pausas" humanit�rias, em vez de um cessar-fogo, que "neste momento beneficiaria apenas o Hamas".
Segundo o OCHA, citando o Minist�rio das Obras P�blicas e de Habita��o de Gaza, 45% das casas do territ�rio foram "danificadas ou destru�das" pelos bombardeios.
Quase 1,4 milh�o de pessoas foram deslocadas para o sul da Faixa, fugindo dos bombardeios israelenses, embora cerca de 30 mil tenham retornado para o norte do territ�rio nos �ltimos dias, segundo a ONU.
"Voltamos para morrer nas nossas casas. Ser� mais digno", disse Abdallah Ayyad, que retornou para a Cidade de Gaza com sua mulher e cinco filhas.
- Escalada regional -
A guerra tamb�m despertou temores de uma conflagra��o regional. O Ir�, um poderoso apoiador do Hamas, lan�ou v�rias advert�ncias aos Estados Unidos, um aliado de Israel.
O secret�rio americano da Defesa, Lloyd Austin, anunciou que, ontem, os Estados Unidos atacaram duas instala��es usadas pela Guarda Revolucion�ria iraniana e por "grupos afiliados" no leste da S�ria, em resposta a ataques contra "pessoal americano no Iraque e na S�ria".
O ministro iraniano das Rela��es Exteriores, Hossein Amir Abdollah, dirigiu uma mensagem aos Estados Unidos na ONU: "Advirto que se o genoc�dio em Gaza continuar, n�o se livrar�o desse fogo".
Biden respondeu � lideran�a iraniana que, se suas for�as forem atacadas pelo Ir�, "responderemos, estejam preparados".
A tens�o tamb�m est� aumentando na Cisjord�nia ocupada, assim como na fronteira norte de Israel com o L�bano, onde ocorrem diariamente trocas de disparos entre o movimento Hezbollah, aliado do Hamas, e o Ex�rcito israelense.
Mais de 100 palestinos morreram na Cisjord�nia em ataques e confrontos com o Ex�rcito israelense desde 7 de outubro, segundo o Minist�rio palestino da Sa�de. E, nesta sexta, quatro pessoas morreram durante incurs�es de Israel, informou a ag�ncia oficial palestina Wafa.
Enquanto isso, seis pessoas ficaram feridas quando um foguete caiu na localidade eg�pcia de Taba, na fronteira com Israel, informou a imprensa local.
JERUSAL�M