Com quase 780.000 habitantes, esse popular balne�rio do estado de Guerrero (sul) registra, juntamente com munic�pios vizinhos, 48 mortos. A cidade foi devastada por esse furac�o, que chegou na madrugada de quarta-feira como categoria 5, a mais alta na escala Saffir-Simpson.
"Vamos lutar por n�s", declara � AFP Margarita Carmona, conhecida em seu bairro como "Dona Mago", depois de cortar �rvores ca�das ao lado de seu genro e outros moradores.
"Quero voltar para casa como est�. Demorei muito tempo para construir a minha casinha", diz "Dona Mago", enquanto observa os restos da casa que divide com a filha e os netos.
Por ali tamb�m est� Juli�n Matadama, um trabalhador da constru��o civil, de 52 anos, que limpa a lama e os escombros ajudado por outros moradores, enquanto um grupo de mulheres retira o que restou dos telhados de chapa de suas casas.
Ap�s o golpe do furac�o, um sentimento de abandono consumia os moradores da �rea, que suplicavam pela ajuda governamental, que come�ou a ser distribu�da no s�bado.
"Precisamos de ajuda. N�o queremos ver as feridas nos p�s para n�o nos assustarmos e continuarmos saindo (em busca de comida) para as crian�as", diz Matadama com um olhar angustiado enquanto carrega seu filho mais novo.
Por sua vez, um pescador lamenta ter que enfrentar a trag�dia sozinho. "N�o tem como voc� comer, n�o tem como voc� beber �gua", afirma.
- Sem turistas -
Os restaurantes que, na ter�a-feira, ainda ofereciam frutos do mar e cervejas em Puerto Marqu�s est�o em ru�nas e v�rios barcos ainda est�o perdidos ou viraram no mar. N�o h� eletricidade nem telefone e a comida e a �gua s�o escassas.
Omar Flores visita o pequeno restaurante familiar que funcionava perto da praia.
O lugar, milagrosamente, ainda est� de p�, embora tenha perdido o telhado e a cozinha esteja devastada. As geladeiras sem energia el�trica cont�m algumas garrafas de �gua e cerveja, que Omar protege para evitar que sejam roubadas ap�s saques em supermercados.
Agora ele teme que demore meses para que os visitantes retornem ao porto. "Vai ser mais um duro golpe para todas as pessoas que trabalham na praia. N�o vamos ter turistas. Como vamos fazer? Nada al�m de pensar quanto dinheiro se necessita para se levantar, de onde tir�-lo" pergunta-se.
Juana Flores, 68 anos, seca ao sol as roupas de primavera que vende aos turistas. Ela lamenta que Otis tamb�m tenha chegado antes da alta temporada de f�rias.
"Com a pouca mercadoria que sobrou vamos trabalhar, n�o tem outra op��o. N�o sabemos o que vai acontecer", diz ela, resignada.
ACAPULCO